A Vida É

domingo, 27 de maio de 2012

Nessa vida já quis ser de tudo. Já me senti limitado, preso em dogmas. Já tive medo. Tenho medo. Fiquei perdido, me achei, voltei a me perder.
Me faço todo os dias as mesmas perguntas: Qual o sentido disso tudo? Quem eu sou? Qual o problema das pessoas?
Sou bem difícil de agradar, confesso. Afinal, é fácil pra que não estuda nada sobre o funcionamento do Universo sair acreditando na primeira crença que lhes é colocada. Eu não sou assim. A vida inteira quis saber cada vez mais sobre como a vida funciona, em todas as suas formas. Tenho que admitir, encontrar um sentido pra tudo isso não é tarefa fácil. Uns falam muito sobre espiritualidade, mas não sabem muito à respeito das leis da natureza. Outros, sabem muito sobre física, mas não deixam espaço para o transcendente.
Eu? Eu fico no meio. Procurando o ponto de equilíbrio. Tentando alçar vôos mais altos.
Conheci o trabalho de Richard Bach lendo 'Fernão Capelo Gaivota'. Dentre os vários autores que tocam no assunto, foi o primeiro que conseguiu tocar meu espírito cético e carente de bons argumentos. Fernão me abriu os olhos, olhos que há muito estavam fechados, e me fez ler outra obra do escritor: 'Fugindo do Ninho: uma Aventura do Espírito', 'Running from Safety: An Adventure of the Spirit' no original.
No livro, Richard, já com 59 anos, se depara com um homem que diz vir do passado para faze-lo cumprir uma promessa: contar à Dickie, ele mesmo quando tinha 9 anos, tudo o que ele aprendeu durante a sua vida. Inicialmente taxado como louco, o estranho fez Richard se voltar para dentro de si e buscar em que momento ele começou a se tornar quem é.
 O livro consiste de diálogos entre os dois Richards, e entre Richard e sua mulher, Leslie.
 O primeiro ponto a favor de Bach é que ele nunca quis me convencer de nada, apenas contava à Dickie tudo aquilo que aprendeu ao longo da vida. Sua ideia de que 'a vida é' é simplesmente espetacular. Ler seus argumentos despertou meu espírito, há tanto adormecido e atolado em crenças mundanas.
Descrever tudo que é discutado ficaria extenso demais e tiraria parte da graça da leitura, mas posso adiantar que vários dos mais polêmicos temas são abordados: casamento, bem e mal, religiões, vida e morte. O trecho em que Richard questiona um padre, argumentando que o Deus cristão ou é impotente ou é sádico, é especialmente fabuloso.
Como um tudo, o livro me ajudou a crescer. Abriu mais ainda meus olhos, já abertos com a ajuda de Fernão. A vida É. E nada muda isso. 

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