Adeus, Ano Velho! Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

       Diferentes culturas sempre comemoram a passagem do ano como um ritual festivo de representação do início de um novo ciclo de vida, novos acontecimentos, transformações. As primeiras comemorações tiveram início há cerca de 2 mil anos antes da era cristã, quando os antigos babilônios festejavam o recomeço do ciclo anual, época que coincidia, não por acaso, com o início da primavera no hemisfério norte e a plantação de novas safras. O ritual de comemoração do Ano Novo teve uma origem diretamente ligada à natureza, aos ciclos celestes e lunares e à agricultura. Daí veio a idéia de recomeço, preservada até os dias atuais. A comemoração do povo da Babilônia durava vários dias e equivaleria, hoje, ao dia 23 de março.
       A história da comemoração ocidental associa-se diretamente ao calendário romano, quando Júlio César decretou o 1º de janeiro como o Dia do Ano Novo em 46 a.C. O nome do mês derivado do deus Jano, que tinha uma face voltada para frente (visualizando o futuro) e outra para trás (visualizando o passado), o que empresta ainda mais significado à data.
       Datas a parte, o reveillon é o fim de um ciclo e início de outro. É o momento de aproveitarmos a oportunidade para rever nossos objetivos e enchermos o coração de esperança. É o momento de lembrarmos de tudo de bom que nos aconteceu, e também de nos fazer uma auto-crítica.
       Greve. 5 meses parado, e uma perspectiva de 2 anos seguidos de aula para reorganizar o calendário acadêmico. Pressões de todo lado. A vontade de conseguir um bom estágio, arrumar um emprego, e a dura realidade de um estudante de engenharia que ainda cursa seu 3° período. Medo de decepcionar aqueles com quem mais me importo, mesmo sabendo que estou dando o melhor de mim. Mas, acima de tudo, saber que 2012 me trouxe boas lembranças. Todos os momentos que passei com minha família, com meus amigos, com minha namorada, a lembrança de minha primeira viagem com Andressa, todos os momentos que vivi com ela, os abraços, os beijos, as brigas, o carinho. Todos os novos amigos que eu fiz, as amizades que mantive, o perdão de um amigo, e a coragem para mudar.
       2012 começou como eu mais queria, mas não terminou exatamente como eu pretendia. Dia 31 de dezembro, ápice das festividades, e cá estou eu preocupado com uma prova da faculdade. 2012 foi um ano de aprendizado, um ano em que senti na pele a força dos meus defeitos. Um ano em que vi meus medos tentando me dominar. Um ano em que senti as pressões que ser adulto trazem para nossa vida. Mas, acima de tudo, também foi um ano mágico. Foi o primeiro ano ao lado de alguém que foi devagarzinho tomando um espaço tão grande no meu coração, que hoje é difícil pensar no futuro e nao pensar nela.
             Obrigado a todos que fizeram de 2012 um ano em que agradeci pelo mundo não ter acabado no dia 21 de dezembro. Obrigado à Andressa, por ter estado sempre do meu lado, mesmo nos momentos em que eu fui mais chato, obrigado a minha mãe, ao meu irmão e a minha tia/avó, por nunca terem me deixado e por sempre me perdoarem, obrigado ao meu pai, que mesmo longe, nunca esteve em nenhum momento tão distante ao ponto de que não pudesse me socorrer, em todos os sentidos. Obrigado aos meus amigos, por me escutarem quando eu mais precisava falar, e obrigado ao Universo, por essa vida de possibilidades, por essa vida onde eu posso ir até onde tiver forças para sonhar.

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

       Responda rapidamente: quem você deletaria de sua memória sem pensar duas vezes? Proponho que você anote esse nome em algum lugar e vá assistir a O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, que levanta uma questão na qual as vezes pensamos: existem memórias ruins?
       Antes de mais nada, devo admitir que eu pouco conhecia do outro lado artístico de Jim Carrey: para mim seus filmes se resumiam à pastelões americanos, a lá O Máscara e Ace Ventura. Portanto, se não fosse por minha namorada, provavelmente nunca teria assistido a O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, e isso seria uma pena. Tanto o filme quanto a atuação de Jim Carrey foram uma surpresa extramamente positiva para mim.
       Joel Barish (Jim Carrey) é um cara tímido que arruma uma namorada, Clementine (Kate Winslet), cuja personalidade é oposta à dele. Mesmo assim, os dois começam a namorar e, juntos, constroem uma história. Todavia, depois de um tempo, veio aquele marasmo e os problemas ficaram mais freqüentes que os sorrisos, e o relacionamento termina. Sofrer por amor, porém, não é mais preciso. Basta ir à Lacuna Inc. e ter todas as memórias sobre determinada pessoa, animal, ou fato, deletadas de sua mente para sempre. Clementine resolve então contratar a empresa do doutor Howard Mierzwaik (Tom Wilkinson) para apagar da memória todos os momentos que viveu com Joel. Quando ele descobre a tramóia, não pensa duas vezes e contrata a empresa para fazer o mesmo serviço em sua mente, desta vez eliminando a ex-namorada, mas, durante a cirurgia, percebe que quer manter as memórias e faz de tudo para evitar que estas sejam removidas de seu cérebro. Joel começa então uma luta em sua própria mente para tentar não esquecer Clementine, levando-a para lugares em sua memória onde ela não esteve na verdade, assim escondendo-a do "deletamento" ao qual estava se submetendo.
       A princípio temos uma certa dificuldade para compreender exatamente o que está acontecendo, mas logo tudo vai ficando cada vez mais claro e mais interessante. O roteiro é louco, mas muito bem amarrado. Apesar de ficarmos um pouco perdido durante grande parte do filme, pensando nele aos poucos é possível perceber que tudo se encaixa maravilhosamente bem. Constantemente entramos dentro da mente de Joel na história, conhecendo o passado do personagem, o que pode confundir os menos atentos pelas constantes idas e vindas. Aliás, a atenção é um dos pontos importantíssimos que uma pessoa deve ter ao assistir Brilho Eterno.
       Ao longo do filme, momentos bons são contrastados com momentos muito ruins da relação, o que nos faz torcer por eles, pois é claramente possível ver o quanto os personagens se amavam antes da decisão de um deletar o outro. Isso torna o filme muito terno, sensível, tocante, pois sabemos que aquele tipo de situação está presente na vida de qualquer um. Deixando as besteiradas de lado, será que apagar uma pessoa da cabeça valeria realmente a pena? Será que, mesmo com todos os problemas dentre uma relação, o caminho mais fácil é simplesmente esquecer tudo o que já passou com a pessoa amada? Imaginem quantos filhos não iriam apagar seus pais da cabeça, quantas namoradas(os) iriam apagar namorados(as) por besteiras ou quantas histórias iriam sumir apenas por ser muito mais fácil esquece-las do que tentar vencer obstáculos? Será que se pudessemos recomeçar tudo de novo, faríamos tudo diferente? Nós somos quem nós somos, e a menos que deixemos parte de nossa personalidade para trás, a vida nos levará sempre ao mesmo lugar: nós mesmos.
         Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças não é somente uma experiência que brinca com a mente humana: é um filme triste. Portanto, se você resolver assisti-lo, prepare-se para ter vontade de entrar em suas próprias lembranças, buscando pessoas que passaram por sua vida e estão escondidos em cantos isolados de sua mente. E, claro, chegar à conclusão de que sempre devemos nos lembrar dos bons momentos que vivemos, não importa com quem, pois tudo que já aconteceu faz parte daquilo que nos fez ser quem somos hoje. Deixar o passado fluir, sem querer nos forçar esquecer aquilo que não pode ser esquecido, isso faz parte do amadurecimento.
       Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças pode não ser a escolha ideal para quem não gosta de ser desafiado a pensar.



 Entrelinhas

       Jim Carrey me provou que pode ser tambem um ótimo ator dramático, e o filme também conta com um ótimo elenco de apoio, formado por Elijah Wood, o Frodo de O Senhor dos Anéis (jamais ligaria os pontos se não checasse o elenco na internet) e Mark Ruffalo, o Hulk de Os Vingadores.

Adeus, Tropical

domingo, 23 de dezembro de 2012

De toda a cidade de Araraquara, um dos lugares que mais me traz lembranças boas é o diferente Shopping Tropical. Quando eu era pequeno, íamos quase todo fim de semana passear lá. O shopping era simplesmente lindo. Diferente do design desses shoppings modernos, que são sempre iguais, o Shopping Tropical tinha uma arquitetura toda particular: com algumas áreas descobertas, era amplo, mas só tinha dois andares.

Tudo Tem Seu Tempo

       A vida é uma sequência de momentos, experiências que não voltam mais. Parece triste pensar dessa maneira, mas a mágica da vida é justamente essa transformação. Não estamos presos a nada, e podemos ir até onde tivermos força pra sonhar.
       Como diz o ditado popular: recordar é viver. Conheço pessoas que não gostam de lembrar do passado, nem de rever fotos antigas; se entregam à tristeza e lamentam o tempo que passou. Acho que um dia eu já fui assim também (apesar da minha pouca idade), hoje não mais. O sentimento de nostalgia que sinto quando lembro de coisas que passaram não é de tristeza, mas de saudade de um tempo que passou, uma lembrança positiva, um misto de gratidão pelas coisas boas e pelos bons momentos que aconteceram, mas não um desejo de voltar de novo ao passado. Tudo tem sua fase, e toda fase tem seu momento. Eu não sou mais agora o mesmo que fui anos atrás e amanhã não serei mais quem eu sou hoje. Devemos honrar a memória do que passou, lembrar, nostálgicos, sim, mas felizes. Felizes também por estarmos em uma nova época, com seus próprios momentos, com suas próprias alegrias.
       A vida é o presente. Para sermos felizes precisamos não focar no futuro, nem ficarmos presos no passado. Fora do presente, só o essencial. Recordar para sorrir, pensar no amanhã apenas com aquilo que nos será necessário. De resto, viva o presente. A vida é, e está acontecendo agora.

Uma Jornada Inesquecível

sábado, 22 de dezembro de 2012

       O Hobbit: Uma Jornada Inesperada era, com certeza, um dos filmes mais esperados do ano. A ansiedade de acompanhar novamente a magia que marcou O Senhor dos Anéis em uma nova viagem pela Terra-Média era grande.
       Os hobbits são criaturas tranquilas, que adoram ficar em casa fumando cachimbo, e Bilbo não é diferente. Mas sua vida muda quando o mago Gandalf arranja um jantar surpresa na casa do hobbit e convida 13 anões sem avisá-lo. Eles planejam atravessar a Terra-Média, vencer um dragão e recuperar o reino perdido do príncipe anão Thorin. Por ser pequeno e silencioso, eles querem Bilbo no papel de ladrão na jornada. Sem querer, um espírito aventureiro é desperto dentro do pequeno hobbit e ele decide seguir jornada com os anões. Esse é só o início da maior aventura de sua vida.
       Após assistir Uma Jornada Inesperada, dá pra dizer sem medo que Peter Jackson conseguiu outra vez. Ele trouxe de volta a magia que já tinha encontrado e cultivado nos três filmes anteriores, mas não sem dar a este a atmosfera mais leve que ele deveria ter.
       O Hobbit é muito mais dinâmica do que a trilogia do anel, nele Tolkien não se perdeu em descrições e explicações: tudo é mais direto ao ponto, mais inocente e os alívios cômicos quase inexistentes na saga de Frodo são abundantes aqui. O Senhor dos Anéis tem um enredo muito mais complexo, desprovido de muito humor e com temas morais e filosóficos bem mais desenvolvidos. As diferenças entre as duas obras podem ser perturbadoras para alguns leitores, e você deve ter essa diferença clara em mente quando entrar na sala de cinema para ver o filme. Muitas dessas diferenças surgiram porque Tolkien escreveu O Hobbit como uma história para crianças, e O Senhor dos Anéis para o mesmo público, que posteriormente tinha crescido desde a sua publicação.
       No romance, muitas das cenas são extremamente curtas, de forma que se fossem representadas no filme não teriam mais que dois ou três minutos cada. Então a adição de falas e ações foram necessárias, além de modificações no enredo que procuram adequar cenas que não funcionariam tão bem no cinema quanto funcionaram no livro, como dar aos personagens propósitos mais profundos e mais bem explicados que na obra literária - os anões no livro querem apenas o ouro escondido na montanha, no filme eles querem recuperar o lar usurpado pelo dragão.
       Ficou claro nesse filme que a intenção de Peter em retornar a franquia não era a de só contar a história de Bilbo, mas, sim, de ligá-la e entrelaçar a trama com a do Senhor dos Aneis, já que Tolkien ao morrer ainda trabalhava tentando estabelecer as pontes entre as duas obras. Caso não saiba, quando Tolkien escreveu O Hobbit ele ainda não tinha em mente a história do SdA. Por esse motivo, vários dos elementos presentes na obra do hobbit e que não foram desenvolvidos nesse romance foram posteriormente retomados e desenvolvidos em o SdA.
       É justamente aqui que entra o toque mágico de Peter Jackson. Para ajudar a encorpar a história do filme (não estava claro como que o pequeno livro – de 298 páginas – renderia material para três longas de quase três horas cada) ele optou por adicionar diversas cenas não descritas no livro, mas contadas apenas no livro Contos Inacabados, compilação de histórias de Tolkien publicados após a sua morte. Todos se tratando de eventos que aconteceram antes, durante e depois de O Hobbit, mas que tinham contexto na história contada aqui. Gênial!  Peter Jackson, como bom fã, não está apenas adaptando o livro, mas sim dando continuidade ao trabalho de Tolkien.
       Outro problema que os roteiristas enfrentaram foi a completa ausência de um vilão neste primeiro filme. O dragão Smaug não tinha a possibilidade de fazer isso sem estragar completamente a obra, pois o trecho do livro presente no longa não mostra nada além da viagem dos anões até a Montanha Solitária. Desta forma Azog foi adicionado à trama. O rei orc de Moria foi introduzido de forma bem inteligente e serviu como um antagonista interessante, enquanto os outros dois vilões são apenas apresentados ao espectador: Smaug e o misterioso Necromante, cujo não temos nenhuma informação de importância no livro, mas que um dia viria a se tornar o maior inimigo da Terra-Média.
       A presença de Azog tornou Thorin um personagem mais complexo e fez suas motivações mais compreensíveis para o público, dando um plano de fundo a um personagem que no livro se sustenta apenas pelo que dizem dele e pelo pouco que é desenvolvido dentro da linha principal da história.
       A ação foi uma grata surpresa. Ela quase não existe no romance, então praticamente todas as cenas vistas em Uma Jornada Inesperada foram adicionadas para encorpar a obra e torná-la mais dinâmica. Funcionou e muito bem, os principais momentos do filme foram pautados por elas.
        Além dos personagens da trilogia anterior que reaparecem no filme, os atores que interpretam os anões se encaixaram na história como se tivessem de fato saído dela. Mas o destaque é todo para a interpretação magistral de Martin Freeman, que parece ter sangue de hobbit correndo nas veias.
       Tecnicamente, não há do que reclamar. As criaturas atingiram um nível incrível de perfeição. Os três trolls chegam a ser nojentos de verdade, enquanto wargs, goblins e orcs nunca estiveram tão fisicamente presentes, sem falar em Gollum, que retoma sua coroa como um dos melhores personagem 3D já criados, com um modelo ainda mais detalhado e capaz de mais nuances de expressão, na atuação ainda mais brilhante de Andy Serkis. Igualmente incríveis são os cenários fantásticos, como Valfenda e Erebor. Apesar disso, o filme peca pelo uso excessivo, talvez até necessário, da computação gráfica no lugar de atores e maquiagem.
       Enfim, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada funciona como filme e adaptação, mas faz mais que isso, ele dá ainda mais profundidade à uma Terra-Média que já havia sido bem detalhada nos três longas anteriores. Claro, o filme não tem todo aquele clima épico do Senhor dos Anéis, mas se trata apenas da introdução da aventura de Bilbo e dos anões. Que venham os próximos capítulos dessa jornada inesquecível!


 
Entrelinhas

       Assistir O Hobbit na mais nova tecnologia HFR é uma experiência ainda mais realista.
       A resolução em 48 quadros por segundo nos dá uma clareza de imagem e movimento tamanha, que nos sentimos como na primeira vez que assistimos uma imagem em HD nas televisões convencionais LCD. Vale a pena dar uma conferida, O Hobbit é quase hiper-realista nessa versão. Tem hora que não sabemos se estamos ainda na sala de projeção ou se se estamos correndo e lutando junto com Bilbo e os anões.


Anonymous

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

       Fiquei sabendo de Anônimo (Anonymous, no original) por puro acaso: estava descompromissadamente vendo um trailer do filme "O Hobbit" quando vi o link do teaser deste filme em um dos vídeos relacionados.
       O trailer chamou bastante a minha atenção. Adoro teorias alternativas sobre a verdade por trás de grandes nomes ou eventos da história da humanidade. E é justamente uma destas histórias que esse filme nos dá o prazer de conhecer.
       E se William Shakespeare, o autor teatral mais conhecido e encenado de todos os tempos, não fosse, exatamente, William Shakespeare? Ou melhor, se o autor de todas aquelas peças e sonetos escritos em inglês e que ganharam o mundo com o nome de William Shakespeare fosse outra pessoa? Anônimo abraça a teoria de uma corrente de estudiosos e historiadores, mais precisamente a lançada por John Thomas Looney, em 1922, que afirma que o homem nascido e criado em Stratford-upon-Avon e que, aos 18 anos, mudou-se para Londres para dedicar-se à carreira de ator, não poderia ter escrito todas aquelas obras-primas do teatro. O homem por trás de Hamlet, Romeu e Julieta e todas as demais peças era, na verdade, Eduardo de Vero, conde de Oxford.



"Nosso Shakespeare é um enigma, um fantasma."

       Somos levados de volta à Londres do final do século 16 e início do século 17, quando o teatro popular estava em plena efervescência. Nessa época, pessoas da aristocracia não tinham espaço para ser irônicos, críticos ou mesmo artísticos, como mostra claramento o filme. Essas pessoas deveriam preocupar-se com outros temas, muito mais “sérios”. Isso explica porque uma pessoa como Oxford, com uma formação exemplar, teria que “esconder-se” por trás de um outro autor.    
       No início da narrativa, Eduardo de Vero (Rhys Ifans) é levado pelo lorde de Southampton (Xavier Samuel) a conhecer o teatro The Globe. Eduardo fica fascinado com a reação do público, a cenografia, a dinâmica das cenas (muito diferente do que era visto na côrte naquela época), e com o trabalho do autor da peça, Ben Jonson, talentoso dramaturgo cujas peças mordazes não são vistas com bons olhos pelas autoridades do seu tempo.
       Preso justamente por esse motivo, Ben teria sido libertado posteriormente pelo conde de Oxford em troca de um grande favor: que ele levasse um de seus textos para ser encenado pelo grupo teatral de Jonson, o Lord Chamberlain’s Men. A partir daí, nos deliciamos com os bastidores do teatro e o surgimento das peças de “Shakespeare”, mesclados com intrigas políticas na disputa pela sucessão do trono da rainha Elizabeth I, a Rainha Virgem.
       Um acerto do filme é citar alguns trechos e reproduzir encenações feitas na época das obras encenadas pelo grupo teatral de Shakespeare. Uma imersão interessante e inédita. Outro acerto do filme é equilibrar sempre os bastidores do teatro com os da côrte. Há disputa, talento e intrigas nestas duas frentes. Traições, disputas, inveja, cobiça, elementos presentes na obra de “Shakespeare”, estão espalhadas também pelo retrato feito daquela Londres efervescente. Algo interessante da produção também é a sua convicção em defender a ideia de que palavras podem provocar revoluções e mudar realidades.
       Infelizmente, o roteiro se mostra um pouco confuso no início. Ainda que o filme inteiro desperte interesse, ele não facilita muito a vida do espectador para entender as relações entre os personagens, que são bem confusas no início: demoramos muito tempo para fazer estas ligações e ligar os nomes às pessoas. O diretor parece ter encontrado dificuldade em conjugar os diferentes tempos do enredo, apresentando flashbacks dentro de outros flashbacks, que apenas confundem o espectador em relação à narrativa e aos personagens. Felizmente, estas são melhor explicadas ao longo do filme, para enfim conseguirmos ligar todos os pontos no ato final.
       Outra coisa que me chamou a atenção foi o exagero na sátira de William Shakespeare, que aparece como uma figura unidimensional, um indivíduo sem escrúpulos, inculto e de mau carácter. Achei ele muito estereotipado. Aparece apenas como um ator fanfarrão que gosta de beber, farrear com prostitutas e que sabe aproveitar a oportunidade para tornar-se famoso por algo que não fez. Havia uma outra parte de sua vida privada, historicamente inconstetável, que acabou sendo totalmente ignorado pelo filme.
       Apesar destas duas observações, o filme é fantástico, conquistador e apaixonante. Rhys Ifans está surpreendente como Edward de Vere, um indivíduo solitário e introvertido, um gênio da escrita que tem de reprimir o seu talento. Fiquei surpreso ao descobrir que este mesmo ator interpretou o vilão Lagarto no filme The Amazing Spider-Man.
       A direção de arte e fotografia é linda. Muitas cenas parecem ter sido tiradas de quadros pintados na época. Realmente impressionante.
       O alemão Roland Emmerich, mais conhecido por “filmes-catástrofe”, como 2012, The Day After Tomorrow, Godzilla e Independence Day, me surpreendeu com este Anônimo. Nos mostrou que pode fazer um cinema muito mais sério e “profundo”.
       Aprecie ou não a teoria oxfordiana exagerada em Anonymous, a verdade é que o filme conseguiu fazer algo que poucas obras de Emmerich foram capazes: deixar o público a pensar.



Entrelinhas

       Anonymous toca em um tema polêmico e interessante, e está ambientado em uma época igualmente rica em informações curiosas. Fiquei muito curioso e interessado em saber mais a respeito. Encontrei alguns textos que podem servir de ponto de partida para quem também ficou curioso para saber um pouco mais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_Shakespeare
       Neste texto da Wikipédia é possível encontrar um compêndio de informações sobre as duas correntes desta polêmica sobre a obra de Shakespeare: aquela que defende que os trabalhos atribuídos a ele foram de fato de sua autoria, e aquela que aponta outros possíveis autores.
       Para os que ficaram curiosos para saber mais sobre a era elisabetana, recomendo este texto da Wikipédia sobre os costumes e e características daquela época, e este outro focado exclusivamente na história de Elizabeth I.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_Elisabetano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_I_de_Inglaterra


Asa-de-Prata

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

"Sombra é um jovem morcego da colônia dos Asas-de-Prata. Curioso, esperto, e movido pelo desejo de ser aceito pelos outros morcegos que o rejeitam por ser pequeno demais, acaba se metendo em uma enorme confusão ao desrespeitar uma proibição lendária: voar durante o dia para ver o sol. A quebra da regra faz com que seu lar, Porto-da-Árvore, um carvalho antiqüíssimo, seja atacado por corujas, as guardiãs do dia. Enquanto alguns dos mais velhos querem entregá-lo aos inimigos, sua mãe e Frida, a mais velha, sábia e poderosa Asa-de-Prata, tentam protegê-lo. Mas esse é apenas o início de uma aventura repleta de aprendizado! Em meio a viagem de migração anual para o Hibernáculo, local onde todos os morcegos se reunem para dormir durante o inverno, o bando é atingido por uma tempestade, e Sombra se perde dos demais. Sem família nem amigos, Sombra começa sua jornada à procura do Hibernáculo na dúvida se será aceito de volta. No caminho encontra Marina, que se tornará sua grande companheira. Juntos, os dois conhecem a Cidade, descobrem os Humanos e o mistério por trás do desaparecimento do pai de Sombra, enfrentam inimigos inesperados e têm de aprender a lidar com perigos que vão do fanatismo religioso à intolerância." 

       Asa-de-Prata é um bom livro.
       A princípio a premissa não parece ser muito original: temos um protagonista que quer ser aceito pelos colegas, temos personagens mais velhos e cheios de lições de sabedoria, temos vilões poderosos, e uma grande aventura. Admito que vi em vários dos personagens deste livro traços que já vi em outros de outras histórias de aventura e ficção, muitas das vezes menos desenvolvidos aqui.
       Mas não é esse mesmo o trunfo de Asa-de-Prata. O que o faz ser diferente de tudo que já li é a maneira que Kenneth Oppel, o autor, encontrou para contar sua história. Para começar, o protagonista é um morcego, e só isso já bastaria para tornar toda a leitura uma experiência no mínimo diferente. Afinal, onde antes já vimos algum tipo de história contada sob a perspectiva de um morcego?
       E é aí que entra o brilhantismo do autor. Kenneth passou meses estudando os morcegos, estudou a forma como enxergam o mundo, como se alimentam, como usam a visão de eco para se orientar, e ainda conheceu toda a mitologia por trás dos morcegos, lendo contos de povos antigos a respeito desses animais. Tudo isso e muito mais está escrito no livro. A impressão que temos é que é mesmo Sombra que está contando a história. O mundo descrito é contado da forma que qualquer morcego o enxergaria. E tudo isso é muito diferente e prazeroso de ler.
       Os personagens são carismáticos, e apesar de não haver um aprofundamento em suas personalidades, enxergamos muitas de nossas características humanas nos heróis dessa fábula moderna.
       É interessante como passei a olhar com outros olhos animais como morcegos, pombos, e até mesmo ratos. Quando nos sentimos parte desse mundo, vemos que tudo é uma questão de como estamos nos colocando perante os outros.

              Marina, Sombra e Godo, o morcego canibal.

       Repetindo, Asa de Prata é um bom livro. Tem uma boa história, bons personagens, e uma trama interessante. Mas não espere mais que isso. É um livro infantil, portanto não espere um desenvolvimento maior dos personagens nem uma história muito complexa. Mesmo assim, não deixa a desejar. A história entretem do começo ao fim, e você pode aprender bastante com seus personagens.
       A história de Sombra não termina em Asa-de-Prata. Muitos mistérios permanecem sem solução: O que aconteceu com o pai de Sombra? Os morcegos poderão finalmente voar durante o dia de novo? Haverá uma nova guerra? Porque os humanos estão marcando os morcegos? Tudo isso promete ser respondido em Sunwing, infelizmente sem tradução autorizada. Vou me arriscar na versão original em inglês, e em breve posto a resenha da continuação da aventura dos morcegos!

 

Herança

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Até bem pouco tempo, Eragon nada mais era do que um pobre garoto da fazenda, e seu dragão, Saphira, apenas uma pedra azul na floresta. Em Herança, o destino de toda uma civilização está sobre seus ombros. Fortalecidos por longos treinamentos e incontáveis batalhas, Eragon e Saphira somam muitas vitórias, mas também colecionam as dores de perdas muito difíceis. Agora, a derradeira batalha está para começar.
O Cavaleiro e seu dragão chegaram mais longe do que qualquer um ousou imaginar.
Mas será que eles serão capazes de derrubar o poderoso tirano Galbatorix e restaurar a justiça no reino da Alagaësia? E se conseguirem, qual será o custo da vitória?

       Esperei dois longos anos por Herança. Assim que o livro teve sua versão brasileira lançada, o comprei de imeditato. Porém, antes de ler, tive que reler os três livros anteriores do ciclo. Como os livros de Paolini são cheios de detalhes, e a história vai crescendo em complexidade, o Ciclo A Herança acabou sendo uma das séries de livros que mais reli na minha vida. Isso provavelmente me ajudou na criação desse universo na minha mente, fazendo tudo parecer mais profundo, real e significativo.
       Como grande fã de Eragon, sou um pouco suspeito para falar, mas considero essa série uma das melhores que já li, senão a melhor. Não vou negar que o livro não tem um âmago no mínimo semelhante ao de Star Wars, mas Christopher o faz de sua própria maneira. Eragon consegue cativar e mostrar que cresceu bastante ao longo da saga, e a escrita do autor consegue nos envolver com a história e os sentimentos dos personagens. As descrições das batalhas, dos artefatos, das lendas, das lições, tudo faz com que Alagaësia pareça tão real quanto o nosso próprio mundo. O modo com que o autor escreve é fenomenal. Sua escrita é perfeita e nos envolve da primeira página até a última.
        Antes de falar do livro em si, vou falar sobre a edição da Rocco. Nos volumes anteriores a edição foi quase perfeita, não haviam muitos erros de gramática. Erros esses que aparecem aos montes em Herança. Palavras fáceis, com a gramática incorreta, erros de concordância em frases, e falta de travessões em diálogos são os principais erros que a editora cometeu. A qualidade da capa também não é muito boa, as bordas douradas envolta da imagem do dragão apagam com pouco tempo de uso e a imagem em si descasca facilmente. Espero futuras edições mais bem trabalhadas, Rocco!
       Mas vamos ao que interessa, que é a história em si. Esse é de longe o meu livro favorito do ciclo! Não só porque é aqui o auge de toda a história, mas porque me ensinou muita coisa importante.
Ler Herança foi uma das experiências mais difíceis que já tive com relação a um livro. Se por um lado eu queria terminar a leitura rapidamente para saber como tudo ia terminar, por outro, eu queria ir lendo cada vez mais devagar, porque sabia que seriam os últimos momentos juntos à Saphira, Eragon, Nasuada, Murtagh, Orik, Arya e Roran. Ler os livros de Christopher foi algo único e inesquecível. Esses personagens tornaram-se algo a mais para mim, quase como se eu os conhecesse.
       O último livro da trama tem um tom diferente dos demais. Se até aqui estávamos acostumados a ver Eragon se preparando, andando pela Alagaësia em busca de conhecimento e aprovação, em Herança Eragon e Saphira já são adultos e não há mais como adiar o confronto direto com Galbatorix. Assim, o livro é repleto de batalhas, muito bem descritas, e a cada capítulo que passa a pergunta permanece: como Eragon irá derrotar Galbatorix?
       Apesar de ser um livro de fantasia, Christopher resolveu as coisas de uma maneira bem real. Ele não criou nada de novo para que surgisse uma brecha por onde Eragon pudesse escapar. Óbvio que existe uma grande surpresa, mas está tudo de acordo com o que já foi dito. Eragon derrota Galbatorix de um jeito coerente, difícil e ao mesmo tempo simples.
       Uma das coisas interessantes é que o livro não termina logo após o confronto final entre Eragon e Galbatorix, ele mostra muitas das coisas que aconteceram depois, e termina de maneira satisfatória a trama individual de cada um dos personagens. Gostei particularmente do destino de Murtagh e de seu dragão vermelho Thorn. Paolini não poderia ter escolhido um final melhor para eles.
       Terminei hoje o livro, com muita dor e sentindo aquele velho vazio pós série maravilhosa.
       A história amadureceu, Paolini amadureceu.
       Como todo bom escritor Christopher escreveu um final completamente inesperado, um final que me chocou e que me entristeceu (me fazendo desejar muito que a saga tivesse um quinto livro), apesar de ser condizente com o que Eragon se tornou. Mas depois de tantas páginas, acho que ainda poderia haver um final menos trágico, menos triste, e talvez até mesmo um pouco melhor.

Eragon e Saphira aos 4 meses.

SPOILERS!

       No final, ver Eragon casado com Arya e com filhos, e Saphira com filhotes, teria sido um fim mais clichê, mas é o que todos esperavam, pois projetamos na fantasia o que gostaríamos para a vida real.
       Fiquei triste por não saber do real sentimento de Arya pelo Eragon, mas achei que a troca de nomes verdadeiros num dos últimos capítulos funcionou melhor do que teria sido um beijo de despedida.
       O final de Eragon foi melancólico e corajoso ao mesmo tempo. No fim, ele termina com a incumbência de recriar a ordem dos Cavaleiros se auto-isolando fora da Alagaësia. Eragon sofre do mal do cara que fica poderoso demais e vê que ele mesmo representa um problema, perde a motivação e escolhe se retirar em um último ato heróico e nobre.
       Fiquei triste com o destino do personagem, mas as coisas aconteceram como deveriam. Não é um "felizes para sempre", mas terminou da melhor maneira possível.
       Mesmo assim me pareceu terrivelmente triste que o homem responsável pela liberdade de milhares de pessoas e seres tenha que ser destinado a passar o resto da vida afastado de todas elas, principalmente das que mais ama. Fico imaginando se não seria solitário demais. Por isso, o que eu prefiro imaginar é que o ciclo, de fato, não chegou ao fim.
       Imagino que Arya um dia se verá sufocada pela vida de rainha dos elfos, e decidirá voar até as terras desconhecidas onde Eragon vive, para ajudá-lo a treinar os novos Cavaleiros e seus dragões.
       Murtagh, após anos passados nos cantos mais reclusos da Alagaësia, irá, como prometera, concluir seu treinamento com Eragon e os Eldunarí.
       Ismira, filha de Roran e Katrina, se tornará uma Cavaleira, e iria com os pais passar o resto de seus dias com Eragon em sua nova casa, treinando com o tio.
       Não vejo outra razão para Eragon nunca mais voltar à Alagaësia. Afinal, pra um cara que vai viver mais de mil anos nunca arrumar um tempinho pra sair de casa, só mesmo se tudo o que ele mais ama já estiver ao seu lado.


Causos do Interior

sábado, 17 de novembro de 2012

       Esta viagem de poucos dias que estou fazendo à cidade onde nasci está sendo muito importante para mim. Estou lidando com pessoas que tem uma maneira totalmente diferente de levar a vida.
       Quem nunca ouviu falar da sabedoria das pessoas da roça? Tudo bem que Araraquara está longe de poder ser chamada de roça, mas a vida aqui é bem diferente da que estou acostumado a levar em Niterói.
       Ainda não sei porque, mas aqui parece que as pessoas tem tempo de viver. Em Niterói, não são raros os momentos em que me sinto sufocado pelo excesso de coisas pra fazer, obrigações, e possibilidades. Não me refiro a uma falta do que fazer aqui. Praticamente tudo de que disponho em Niterói, encontro aqui também: cinemas, shoppings, praças, barzinhos, pontos de encontro.
       Mas me refiro a uma serenidade, uma saúde, que não estou acostumado a ver de onde vim. Falo tudo isso em razão de um fato que aconteceu comigo ontem, e que me surpreendeu bastante.
       Depois de uma manhã na cidade, tinha que voltar para o hotel e almoçar. Peguei um ônibus. Estava relativamente cheio. No meio do caminho, escutei o celular do motorista tocar. Sem demora, ele parou o ônibus numa esquina, saltou, e se dirigiu a um orelhão. Lá, ficou entre 5 e 10 minutos conversando com alguém sobre sabe-se lá o que. Minha primeira reação foi de estranheza. Olhei pra trás, pros outros passageiros, esperando pra ver quem ia ser o primeiro a armar um barraco. Pelo menos, se fosse em Niterói, não esperaria menos. Afinal, era plena sexta feira, dia de trabalho. Mas o que eu vi quando me virei foi exatamente o oposto: estava todo mundo distraido, nem aí pro motorista lá fora, como se ainda estivéssemos andando. E foi assim durante todo o tempo em que o piloto estava fora. Algumas pessoas olhavam pra rua alheias à tudo, e cheguei a ver uma senhora puxar uma lixa da bolsa e começar a lixar a unha. Nem um comentário maldoso, nem mesmo um suspiro de indignação. Passados os minutos, o motorista voltou, soltou um breve comentário, e retomou seu lugar ao volante. E assim seguimos nosso caminho.
       Vim todo o resto do caminho pensando no incidente. Será que você, que está lendo meu blog, conseguiria manter a mesma serenidade que essas pessoas? Provavelmente elas tivessem mais motivos para reclamar que qualquer um de nós teríamos: eram, em sua maioria, trabalhadores domésticas ou de corporotivas, com chefes chatos e hora marcada, perdendo tempo do seu precioso horário de almoço. Mas agora me pergunto: serve também de alguma coisa perder tempo se estressando? Esse tipo de sentimento só faz mal a nós mesmos, acabando com nossa saúde e nos fazendo deixar de viver. A sabedoria dessas pessoas, mesmo que inconsciente, me tocou. Parece que aqui as pessoas vivem de verdade.
       Espero poder trazer um pouco dessas lições de volta comigo para a cidade, e que isso mude um pouco a maneira como lido com as questões do meu dia-a-dia. Não quero perder tempo com o que não é importante, afinal, a vida é repleta de coisas MAIS importantes.

As Sete Promessas de Eragon Matador de Espectros e Saphira Bjartskular

Apenas alguns meses atrás, Eragon usou pela primeira vez "brisingr", o termo na língua antiga para fogo. Desde então, aprendeu a fazer magia com palavras e passou por várias provações. Ele e Saphira escaparam vivos por pouco da colossal batalha contra os soldados do Império na Campina Ardente.
Há, no entanto, mais desafios no caminho do Cavaleiro e do dragão, pois Eragon se vê envolvido em uma rede de promessas que talvez não seja capaz de cumprir. Ajudar o primo Roran a resgatar sua amada Katrina do cativeiro imposto pelo rei Galbatorix é só uma delas.
Eragon ainda jura lealdade aos Varden - que necessitam urgentemente de suas habilidades e força -, aos elfos e aos anões. Quando a guerra iminente insufla os rebeldes e o perigo surge de todos os lados, o Cavaleiro precisa fazer escolhas que podem levá-lo a um sacrifício inimaginável.
Eragon é a maior esperança para libertar a Alagaësia da tirania. Será que esse jovem fazendeiro conseguirá unir as forças rebeldes e derrotar o rei?

       Brisingr era pra ser o último livro da Trilogia da Herança. Porém, ao escrevê-lo, Paolini percebeu que suas ideias para o final da saga não caberiam em apenas um livro, e resolveu escrever o final da série num futuro livro a ser lançado.
       Nascia, assim, o Ciclo da Herança.
       Brisingr é apaixonante, do começo ao fim. Paolini não tem medo de escrever o que quer, e a evolução da história é muito bem orquestrada.
       Assim como nos outros livros da série, Brisingr trata de assuntos sérios. Nesse volume, fica claro o foco na política, o que torna a leitura mais densa e o livro mais adulto.
       Assim como em Eldest, o autor deixa Eragon para os capítulos mais "cabeça", enquanto cabe a seu primo, Roran, encabeçar os capítulos repletos de ação.
       Essa mistura de pontos de vista torna a aventura fascinante. Me deliciei com a leitura, mesmo nos capítulos mais parados.
       No final, ambas as perspectivas se misturam num clímax de tirar o fôlego.
       Alguns capítulos podem parecer enrolação, mas não se deixe enganar. Tudo está no seu devido lugar. Paolini não deixa pontas soltas. Aprendemos muito sobre a Alagaësia nesses capítulos mais paradões. São neles que conhecemos mais da personalidade dos personagens, o que torna a história mais real, cheia sentimento e sentido. Afinal, em Eragon os personagens são muito verossímeis, munidos de questionamentos e sentimentos muito reais. Nos sentimos próximos de cada um deles.
       Enfim, Brisingr é um livro maravilhoso. Ao mesmo tempo que lia com afinco, ansioso por terminar, temia pelo término da trama. Eu queria mais, não queria terminar minha leitura. Era tudo tão bom entre suas páginas.
       A história é tão bem contada que há capítulos que nos deixam anciosos, excitados, e porque não, emocionados.
       O capítulo final é um deles. Devo admitir que estava chorando ao terminar a leitura do livro.
A Alagaësia continua linda. O Ciclo da Herança é, com certeza, a melhor série de livros que eu já li.
 
 Finalizo essa resenha com uma homenagem aos mestres Oromis e Glaedr, que passaram a ter um lugar especial no coração de todo fã de Eragon. O desenho é uma representação, feita por um artista desconhecido, do capítulo 'The Mourning Sage', quando Cavaleiro e Dragão se revelam ao mundo depois de 100 anos vivendo escondidos na floresta de Du Weldervarden.

Wall-E

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Introduzir uma resenha sobre os filmes da Pixar é sempre desafiador. A empresa parecer ter o dom de sempre nos surpreender com sua capacidade de fazer de forma perfeita filmes para crianças com uma profundidade tão adulta.
Wall-E foi o último desses filmes que eu assisti. Não foi o último a ser produzido pela Pixar, mas cheguei até mesmo a ver Up primeiro.
A trama se passa no ano de 2700 e o planeta se encontra soterrado pelo lixo produzido pela humanidade. Restou à população terrestre uma única alternativa: sair em cruzeiro espacial em uma nave munida de todo o conforto que a modernidade pode lhes oferecer enquanto pequenos robôs, incumbidos da árdua tarefa de limpar suas quinquilharias, permanecem na Terra. Todavia, devido ao estado precário do planeta, todos os robôs acabam por se degradar e param de funcionar. A única unidade ainda ativa é Wall-E. O simpático robô segue uma rotina de transformar todo o resto deixado pelos homens em cubos de lixo compactado, na companhia apenas de sua barata de "estimação" (a Pixar é a única empresa capaz de fazer até mesmo uma barata ser carismática! Eu particularme olho hoje com outros olhos paras as baratas da minha cidade). Rotina essa que só muda com a chegada de EVA, uma robô enviada à Terra com a missão de verificar vestígios de vida existentes no planeta. EVA logo desperta em Wall-E um grande amor, no sentido mais sincero e puro da palavra. A partir desse ponto o protagonista terá de encarar situações nunca vividas por ele para permanecer ao lado dela.



Tudo em Wall-E é cativante. Sua paixão cega pela robô EVA, a solidão, o interesse na humanidade, o jeito atrapalhado, os olhos tristes e ao mesmo tempo engraçados, e até mesmo a mudez. Não é necessário que ele faça nenhuma declamação para que saibamos exatamente o que ele pensa e sente, quais suas angústias e desejos. Como disse Érico Borgo, o pequeno autômato apaixonado é o Charles Chaplin da Pixar.
Para as crianças, fica uma animação graficamente espetacular.
Para os mais velhos, como eu, fica também um alerta: essa será a Terra daqui algum tempo se a tendência ao consumismo, a preguiça e ao sedentarismo continuar. O planeta não suportou a destruição que a presença humana lhe impôs. As gerações que viveram na nave Axiom foram, gradativamente, se acostumando a nenhum esforço, pois estavam cercadas da conveniente tecnologia para poupar qualquer trabalho, seja ele um simples gesto de pegar um objeto a mais de meio metro de distância. O resultado disso são adultos e crianças completamente obesos, incapazes de sair deste estado de inércia degradante. Não há como não se assustar com os edifícios feitos de lixo entulhado, nem de se deixar de se sentir culpado ao se dar conta de que você é também sujeito ativo nesse desequilíbrio em que reina a lei do menor esforço.

Consciência Universal

domingo, 28 de outubro de 2012

"Toda consciência individual é a própria consciência universal. Chamamos de ego separado a parte de nós que se esquece da sua conexão com o princípio da vida."
Aposto que vocês, assim como eu, também tiveram dificuldade em entender essa afirmação logo de cara. Quem sabe os trechos a seguir o ajudem a esclarecer um pouco dessa ideia, assim como também me ajudaram...

“Enquanto Eragon mergulhava nos pensamentos e sentimentos dos seres à sua volta, ele teve como alcançar um estado de paz interior tão profundo que durante aquele tempo, cessou de existir como indivíduo. Ele se permitia a fusão, era um vazio, era um receptáculo para as vozes do mundo. Nada escapava da sua atenção, pois esta não estava focada em nada.
Ele era a floresta e seus habitantes.
É assim que um deus se sente?, questionou-se Eragon enquanto voltava a si.”
(Eldest)

"Edgar Cayce, simples filho de lavradores do Kentucky, não tinha a menor ideia das fantásticas capacidades que se escondiam em sua cabeça. Ainda hoje médicos e psicólogos se ocupam da avaliação de suas ações.
Edgar Cayce adoeceu gravemente quando ainda era menino. Convulsões o agitavam, febre alta estava prestes a consumir seu corpo, e ele caiu em estado de coma. Enquanto os médicos tentavam em vão fazer a criança voltar à lucidez, Edgar, repentinamente, começou a falar, alta e nitidamnte: explicou porque estava doente, indicou alguns medicamentos dos quais necessitava e disse quais os ingredientes de uma pomada com a qual deveria ser tratado, mediante fricções em sua coluna dorsal. Médicos e parentes ficaram estupefatos, pois não podiam imaginar de onde vinham ao garoto esses conhecimentos e os vocábulos que lhe eram completamente estranhos. Uma vez que o caso parecia sem esperança, executaram-se suas indicações. A cura de Edgar processou-se clara e rapidamente após o tratamento com os medicamentos por ele indicados.
A ocorrência divulgou-se por todo o Kentucky. (...)
Dormindo, Cayce possuía conhecimentos e capacidades que, de outro modo, só poderiam resultar de doutas conferências médicas.
Certa vez, Edgar "prescreveu", a um paciente muito rico, certo medicamento que não foi possível descobrir em parte alguma. O homem mandou inserir anúncios em jornais de ampla divulgação, inclusive no exterior. De Paris, um jovem médico escreveu que seu pai havia, anos antes, preparado esse medicamento, cuja produção, no entanto, havia muito cessara. A composição era idêntica às indicações detalhadas de Edgar Coyce.
Mais tarde, "prescreveu" Edgar outro medicamento e mencionou o endereço de certo laboratório existente em uma cidade distante. Feito um chamado telefônico, recebeu-se a informação de que a preparação do medicamento acabava de ser iniciada, que a fórmula estava pronta, que se procurava um nome para o produto, que, no entanto, ainda não se achava à venda.
(...) Edgar dava duas consultas por dia, sempre na presença de médicos e sempre gratuitamente. Seus diagnósticos eram precisos - mas, quando ele acordava de seu transe, nada mais sabia do que tinha dito.
Quando membros da comissão perguntaram como ele chegava a seus diagnósticos, Edgar declarou crer que podia pôr-se em contato com qualquer cérebro que fosse necessário e lhe extrair as informações de que precisava para o diagnóstico. Ele pedia informes ao cérebro do paciente, que sabia exatamente o que estava acontecendo em seu corpo; depois, procurava, onde quer que fosse no mundo, o cérebro que lhe pudesse dizer o que deveria ser feito. Ele mesmo, acrescentou Edgar, era apenas uma parte de todos os cérebros..."
(Eram os Deuses Astronautas)

Em minha busca por conhecimento, sempre me deparo nessa questão da chamada 'mente universal' ou 'consciência universal', mas meus estudos ainda estão longe de me permitir chegar a alguma conclusão. Ainda estou engatinhando no aprendizado, mas foram esses textos minha fonte de inspiração.
Livros como os da Logosofia, de Carlos Pecotche, ou os de autores como Hermógenes e Richard Bach, me elevam, me incitam nessa busca por conhecimento.
Quem sabe, sentado em meio à natureza, não consiga, um dia, me sentir integrado com todas as outras mentes desse imenso Universo repleto de vida e segredos. Afinal, o macete é saber que sua verdadeira natureza vive, tão  perfeita como um número não escrito, em toda parte e ao mesmo tempo no espaço e no tempo.
(Trecho de Fernão Capelo Gaivota)


Refúgio

 Eu gosto de morar em cidade grande, só que não.
Gosto de viver rodeado por pessoas, de sair e ter pra onde ir, mas também sinto falta de um pouco de sossego. Sempre que viajo e conheço cidades mais tranquilas, repletas de casas rústicas, bonitas e aconchegantes, me dá uma incrível sensação de nostalgia e paz.
Será que existe um meio termo para essa divergência de gostos?
Talvez.
Esses dias tive que ir à São Francisco. Enquanto esperava dar a hora de meu compromisso, fiquei passeando pelo bairro. Fui indo cada vez mais para dentro do lugar. Quando me dei conta, estava perdido ali dentro, rodeado de casas, lindas casas, acompanhado apenas pelos pássaros que cantavam perto de mim. E quando paravam para descansar a voz, o silêncio. Silêncio quebrado ocasionalmente só pelo som de pessoas conversando na varanda, pelo farfalhar de asas de um bem-te-vi que vinha pousar próximo de onde eu estava, ou pelo som constante do balanço harmônico das árvores, que acompanhavam a brisa numa dança quase mágica.
Quem não sonha morar num ligar assim?
Passeando por ali, uma frase não saia da minha cabeça: o paraíso é uma questão pessoal.
Sei que a insegurança ronda a mente de quem pensa em morar em São Francisco. Niterói, há tempos, não é mais a mesma. Mas como deve ser bom morar ali.

Fotos por Celia Aragon

Decisões

sábado, 27 de outubro de 2012

Chega o 1° ano e, com ele, para quem já foi aluno de escola tradicionais, como eu, um velho dilema: continuar no colégio onde crescemos ou mudar para um mais forte, visando um melhor preparo para enfrentar o vestibular?
Se não aconteceu com você, provavelmente aconteceu com pessoas próximas. Com um vestibular cada vez mais disputado, e com cursinhos preparatórios nascendo da noite pro dia, fica difícil saber o que fazer.
Na minha opinião, colégios ajudam a formar pessoas, enquanto cursinhos só fazem ajudar no vestibular.
Estou tocando no assunto porque meu irmão passa por esse momento de decisão, que um dia eu também já passei.
Esses dias ele foi assistir uma reunião no colégio Gay Lussac, e eu fui junto. Voltar àquele lugar me trouxe uma boa sensação de nostalgia. Para quem não sabe, fiz minha 5° série lá, logo depois de sair do Marly Cury.
Meus amigos todos tinham ido ou pro Salesiano, ou pro Abel, então fui meio que sozinho pra lá. Na época, botei na minha cabeça que não ia gostar de lá, que meu lugar era com meus amigos no salesiano. Talvez por isso, minha experiência tenha sido tão negativa.
Ontem, quando entrei lá de novo, comecei a pensar se não tinha sido imaturo (claro que eu era, estava só na 5° série). O colégio possui uma estrutura fantástica, é bonito, além de oferecer estrutura e oportunidades que não encontro em outros lugares, tudo pelo preço de um colégio comum, diferentes das mensalidades absurdas desses cursinhos como PH e PENSI.



Senti uma agradável sensação de nostalgia e saudade enquanto passeava entre os muros da escola, mesmo tendo rejeitado o colégio na época a tal ponto de mudar para o salesiano logo no ano seguinte.
Hoje me pergunto: Será mesmo que eu não gostei daqui? Ou será que eu mesmo coloquei na minha cabeça que não ia gostar, e que tinha que ir atrás dos meus amigos no salesiano?
Que amigos?, me pergunto hoje. Quando finalmente me matriculei no Salesiano, não foi com nenhum dos "antigos amigos" que fiquei mais próximo. Fiz toda uma nova leva de amizades, boas amizades, que levo comigo até hoje, mas tudo novo.
Claro que não me arrependo da minha decisão. Acho que vivi bons momentos no Salesiano e cultivei grandes amizades. Lá, eu cresci e me tornei quem sou. Mas aprendi uma importante lição com tudo isso: nós temos que ser maduros na hora de tomar decisões. Se você botar na cabeça que não vai gostar de algo, você não vai. Vai encontrar defeitos onde antes não veria, antipatizar com quem podia ser seu amigo. Cada experiência é única, e devemos aproveitar sempre novas oportunidades.
Onde será que eu estaria hoje se tivesse tomado alguma decisão diferente? 
Até onde posso ir? Respondo, sem medo da resposta, até onde eu quiser.

Projeto Fugindo do Ninho

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Se há dois livros que marcaram minha vida, esses com certeza foram 'Fernão Capelo Gaivota' e 'Fugindo do Ninho', ambos do autor estadunidense Richard Bach.
O autor despertou em mim um desejo incessante de alçar vôos mais altos, de transcender.
Foi pensando nisso que criei esse novo projeto (sim, eu adoro projetos!). O 'Projeto Fugindo do Ninho' tem como objetivo divulgar ideias e conhecimento superiortextos simples, experiências, contos, enfim, qualquer coisa que nos faça refletir sobre questões importantes.
Ao final de cada texto, uma pergunta.
O objetivo do projeto é, longe de dizer verdades, levantar perguntas, questionamentos, e incitar à busca pela evolução da consciência.
Nessas publicações, os comentários serão mais do que importantes, pois serão nossa força impulsora!
Bom, por enquanto é só, mais tarde venho com o primeiro texto do projeto.
Até mais!

 PS: Seria injusto não citar Eragon dentre os livros que me fizeram amadurecer. Mas por se tratar de um gênero totalmente diferente, resolvi deixar para citá-lo em outras publicações.

Ele Não Está Tão A Fim de Você

"Comédias românticas por si já contém uma premissa discutível e poucas vezes diferenciada. Os meios se diferenciam, mas os fins são iguais e os desfechos parecem óbvios." Era assim que até pouco tempo atrás eu julgava cada filme do gênero que me dignava a assistir. Não que minha opinião tenha mudado, comédias românticas são feitas com essa intenção mesmo, mas passei a enxergar esse tipo de filme com diferentes olhos desde que, graças à minha namorada, comecei a dar uma chance à eles com mais frequência.
Ao invés de reclamar das obviedades, passei a reparar nos detalhes que movem o roteiro e, principalmente, a mente feminina. Aprendi que se pode aprender muito sobre as mulheres assistindo esse tipo de história, e passei a fazer disso uma meta: como eu quero fazer minha namorada uma pessoa mais feliz, preciso, independentemente de concordar ou não, prestar o máximo de atenção a como ela reage às situações de sua vida, muitas das vezes representadas, apesar de uma forma muito mais utópica, nesses longa-metragem.
 
"Ele Não Está Tão A Fim de Você" foi a bola da vez. O filme conta a história de Gigi (Ginnifer Goodwin), uma romântica incurável, que um dia resolve sair com Conor (Kevin Connolly). Ela espera que ele ligue no dia seguinte, o que não acontece. Gigi resolve ir até o bar onde se conheceram, na esperança de reencontrá-lo. Lá ela conhece Alex (Justin Long), amigo de Conor. Ele tem uma visão bastante realista sobre os relacionamentos amorosos e tenta apresentá-la a Gigi, através de seu ponto de vista masculino. Por sua vez Conor é apaixonado por Anna (Scalett Johansson), uma cantora que o trata apenas como amigo e que se interessa por Ben (Bradley Cooper), casado com Janine (Jennifer Connelly). O casamento deles está em crise, o que não impede que Janine dê conselhos amorosos a Gigi, com quem trabalha. Outra colega de serviço é Beth (Jennifer Aniston), que tem um relacionamento que causaria inveja a qualquer mulher com  Neil (Ben Affleck), e sonha em um dia se casar, apesar dele ser contrário à idéia.
São muitos personagens, e todos estão interligados de alguma maneira. Felizmente, a trama não se perde em meio ao mafuá de casais. O filme é longo, pouco mais de 2 horas, e cada casal têm seu clímax em algum momento do filme.
O longa aborda diversas questões interessantes, apesar de uma forma meio clichê. Portanto, não foi o desenrolar da história que me despertou interesse, mas sim o começo, e as diversas questões que foram colocadas em pauta.
É um filme bom, que foge um pouco do comum no começo, mas que para por aí.
 


Antes de terminar esse texto, queria deixar uma impressão pessoal. Eu, particularmente, gostei muito do casal interpretado por Jennifer Aniston e Ben Affleck. Eles viviam exatamente aquilo que eu sempre acreditei que um casal deveria viver. Ben faz o papel que eu sempre achei que um marido, ou companheiro, ou ambos, deveria fazer: é companheiro, ajuda a mulher em casa, nunca a larga desemparada, claro, tem sua vidinha, sua individualidade, seus amigos, mas ele está sempre ali, sempre por perto quando ela precisa, e mesmo quando ela terminou com ele, ele apareceu no momento em que ela mais precisava dele.
Mas o que achei mais significativo foi a forma como cada um deles, no final do filme, abriram mão de algo em que acreditavam pelo outro. Achei lindo essa demonstração de carinho e afeto, você abrir mão de algo que acredita, por acreditar mais ainda no amor.
Eu acho o casamento um evento lindo, romântico. Mas acho que existe uma diferença muito grande entre casamento e cerimônia. Um casamento de verdade não é feito por duas pessoas desfilando por uma ponte entre arroz, fitas e flores. É descobrir que, depois de uma vida inteira, eles construíram a ponte juntos , com as próprias mãos.

Trecho extraído do livro 'Fugindo do Ninho', de Richard Bach

Projeto Contos e Personagens!, Os Guardiões do Universo

terça-feira, 23 de outubro de 2012

    Os Guardiões do Universo são uma raça de seres imortais, oriundos do planeta Maltus, e criadores da Tropa dos Lanternas Verdes.

    Maltus foi o primeiro planeta no Universo a abrigar vida, e sua evolução se assemelha muito à evolução da vida na Terra. 
    As primeiras formas de vida do planeta foram seres microscópicos chamados simbiontes. Ao longo dos éons, eles se espalharam por todo o planeta e se tornaram organismos complexos, ainda que em escala microscópica. A essa altura, animais maiores também começaram a evoluir e a se espalhar pelo mundo. Ao longo do tempo, os simbiontes ganharam uma consciência coletiva e fizeram cotanto mental com os maltusianos, seres humanóides altos, de pele cinza-azulada e longos cabelos negros, que um dia viriam a se tornar os Guardiões do Universo. 
    Porém, antes desse contato, longe de se parecerem com os Guardiões de hoje, esses ainda eram pouco inteligentes e compartilhavam muitas das características de nossos ancestrais primatas na Terra.
    Os simbiontes sugeriram poder, em troca de abrigo no corpo de hospedeiros maltusianos, fornecer as habilidades observadas hoje nos guardiões, tudo através de interações físicas simbióticas. Protegendo e reparando suas células danificadas, os tornaram imortais. Da mesma forma concederem todas as características que fazem dos Guardiões os seres praticamente onipresentes dos dias atuais. 
    Com essas habilidades, rapidamente se tornaram a espécie dominante no planeta, e puderam se dedicar ao estudo e observação do Universo. Se tornaram, em sua maioria, cientistas e pensadores. 
    A origem da Tropa dos Lanternas Verdes e de tudo o que existe no Universo está relacionada aos maltusianos, em especial a um deles, Krona.
    Krona usou uma tecnologia avançada de dobra temporal para observar o início do Universo e sua criação, apesar dos perigos que envolviam o projeto.
    Inesperadamente, a máquina usada no projeto encheu o início do Universo de entropia (para quem não sabe, entropia é um conceito físico real que diz que o Universo começou compacto e organizado, e com o tempo foi se tornando menos coeso e mais desorganizado), fazendo com que este já nascesse velho. Isso alterou toda a estrutura do Universo, liberando todo o caos e o mal que existem hoje.
    Se sentindo responsáveis pelas ações de Krona, os maltusianos se mudaram para o Planeta de Oa, situado no centro da galáxia, e se tornaram enfim os Guardiões do Universo. Seu objetivo era simples: combater o mal e ordenar o Universo. Foi durante esse período que mudaram de aparência, perdendo metade do seu tamanho e aparência jovial.

No desenho, dois maltusianos no auge da evolução física. Acima, um dos Guardiões. Reparem como mudaram de aparência ao longo das eras após o incidente com o experimento de Krona.


    Os guardiões adquiriram ao longo do tempo diversas habilidades sobre-humanas, dentre elas seu vasto conhecimento, longa extensão de suas consciências, a habilidade de enganar a gravidade e voarem livremente, poderes psiquícos e a capacidade de manipular a energia verde da força de vontade, sem necessitarem de um anel do poder. Podem manipular o tempo, espaço, matéria e realidade, sendo uns dos seres mais poderosos do Universo DC

O Mal do Facebook

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A sociedade do século XXI sofre de um mal coletivo. Eu o chamo de mal do Facebook.
A "doença" não está relacionada apenas ao facebook, mas resolvi assim chama-la pois essa rede social consegue reunir e resumir todos os sintomas do problema.
A origem deste está situada há alguns anos atrás, no bom e velho Orkut. O orkut iniciou uma nova era nos relacionamentos inter-pessoais. Mais avassalador até mesmo do que a invenção do e-mail, a rede social conseguiu conectar milhares de pessoas em tempo real.
As qualidades do site eram várias: mantinhamos contato mais facilmente com amigos, reencontrávamos velhos colegas, fazíamos parte de comunidades junto com pessoas de interesses em comum, dentre muitas outras.
Mas começava aqui também o fim do ser como um indivíduo. Lentamente, e muito mais acentuado agora graças ao Facebook, não dedicamos mais tempo nenhum à nossa individualidade: estamos 24 horas por dia rodeados de pessoas, supostos "amigos", e não nos desconectamos até a hora de dormir, para depois acordar já plugados novamente.
Além disso, tais sites despertam e incitam sentimentos dos mais negativos nas pessoas. Esse tipo de ambiente propicia propagandas enganosas da vida dos outros. Tudo parece maravilhoso, e as pessoas fazem de tudo para serem donas das melhores vidas. Esse tipo de comportamente desperta inveja, mesmo que sem intenção. Afinal, porque minha vida não é tão boa quanto à de fulano? Como sicrano consegue namorados maravilhosos com tanta facilidade? Porque fulaninho faz tantas coisas enquanto eu só faço estudar?
Esses pensamentos apinham nossas mentes, mesmo que de forma inconsciente. Essa energia nos deixa desestimulados.
Junto com isso, cada vez mais cuidamos menos de nossa saúde. Somos negligentes. Achamos que comer só carboidratos, tomar suplementos e passar horas na academia é sinonimo de saúde. Não fazemos ideia do quanto estamos enganados. Como disse Nuno Cobra, preparador físico formado pela em Educação Física pela USP, pós-graduado em qualidade de vida também na USP, e mentor de atletas e celebridades como Ayrton Senn e Christian Fedipaldi: "Saúde é alegria de viver. É estar encantado com a vida. É ter entusiasmo, energia, vitalidade, disposição. Saúde é um processo de equilíbrio do organismo. São milhões de mecanismos interagindo e movimentando o interior do seu corpo para que tudo funcione adequadamente. A pessoa encantada com a vida tem o cérebro trabalhando na formação de hormônios de altíssima qualidade que vão nutrir a perfeita elaboração química inerna de bilhões de reações que ocorrem no organismo todo o tempo."

Como espero que já tenham percebido, meu objetivo não é pregar o fim deste tipo de site, principalmente porque eu faço uso destes e não pretendo excluir minha conta. A vida não segue a ideia do 8 ou 80. Mas prentendo modificar a forma como o venho usando, e assim quem sabe inspirar outras pessoas a fazer o mesmo. O Facebook e seus primos tem sua utilidade, mas estão totalmente ofuscados pelo uso descontrolado que fazem dele.
Também quero passar uma mensagem: pare de perder tempo! O relógio da vida está em movimento. O ser humano não dedica mais tempo a conhecer a si mesmo, a cuidar de si mesmo, e a curtir cada momento de sua vida.
Esqueça a vida dos outros. Concentre-se na sua! Acha que sua vida nao é tão boa quanto à do vizinho? Bobagem, a vida dele também é repleta de problemas, caso contrário não faria questão de faze-la parecer tão interessante. Pessoas felizes não precisam se exibir, não precisam falar de si mesmas. Pessoas felizes se bastam. Portanto, viva sua vida intensamente, faça aquilo o que quer, respeite quem tanto faz por você, e principalmente não tenha preguiça de viver, pois um dia, as pessoas lamentarão todo esse tempo perdido. Corra atrás dos seus sonhos, e não espere que as coisas caiam do céu, a vida gosta de quem luta por ela. Assim como no amor, lute por aquilo que você ama, e não se intimide, jamais.
Lembre-se: "Sempre que precisar de um estímulo, olhe para trás e veja todas as suas conquistas!"

The Legend of Zelda Ocarina of Time, Link

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

    Começa hoje o projeto Contos e Personagens! Tive essa ideia já faz algum tempo, mas demorou para a primeira publicação sair. A ideia é contar através de desenhos e histórias curtas um pouco sobre personagens de livros, filmes ou jogos que incitam minha imaginação.
    O primeiro personagem que venho aqui descrever é Link, herói do Jogo The Legend of Zelda Ocarina of Time. O jogo foi originalmente lançado para Nintendo 64 e é até hoje um dos mais premiados jogos da indústria de games.
    Como nunca tive um Nintendo 64, não tive a oportunidade de jogá-lo. Recentemente, porém, relançaram o jogo para o Nintendo 3DS. Visualmente muito mais bonito e bem trabalho, estou tendo agora a oportunidade de jogar essa obra-prima da Nintendo.
    A história se passa no reino fictício de Hyrule, uma terra repleta de magia e seres dos mais diferentes. O reino todo é governado por um rei que conseguiu unir todas as raças sob uma única bandeira. A capital e centro do poder é a cidade de Hyrule.
    Vamos então ao projeto em si. Espero que gostem. Boa leitura!
 
"Antes do início do tempo, antes da vida existir, três deusas douradas desceram sobre o nada que hoje é a terra de Hyrule: Din, a deusa do poder, Nayru, a deusa da sabedoria, e Farore, a deusa da bravura.
Din, com seus braços em chamas, cultivou e criou a terra. Nayru despejou sua sabedoria por sob a terra, criando as leis que manteriam coeso o mundo. Farore, com sua alma vívida, fez todas as formas de vida que viveriam segundo essas leis.
Terminado o trabalho, as três grandes deusas partiram para os céus.
No lugar de onde partiram as deusas foram deixadas três relíquias sagradas, três triângulos dourados, que juntos formam o que se chama de Triforce.
O lugar onde repousa a Triforce passou a se chamar The Sacred Realm, o Reino Sagrado.
Desde então, a Triforce tornou-se o único elo entre os deuses e nosso mundo."


    Antes de Hyrule ser uma única nação unida, antes do rei unir todas as tribos e raças sob a bandeira da família real, houve uma terrível guerra.
    Link nasceu em meio a esse terror. Fatalmente ferida, sua mãe o deixou na Floresta Kokiri, numa tentativa desesperada de salvar a vida do filho. Link é então criado pelos Kokiri.
    Os Kokiri são os habitantes da floresta. Tem sempre uma aparência de criança, apesar de muitos terem centenas de anos.
    São extremamente ariscos e acreditam que aqueles que abandonam a floresta nunca mais retornam com vida, por isso nunca abandonam a segurança de seus lares.
    O guardião dos Kokiris é a Grande Árvore Deku, um antigo espírito da natureza que vive em uma árvore. Foi a Grande Árvore Deku que adotou Link e o fez ser acolhido dentro da floresta. 
    Os habitantes de Hyrule acreditam que os Kokiri são espíritos da floresta criados pela própria Deku, mas na verdade são crianças que se perderam e foram transformadas devido a energia mística que impregna a região.
    Cada Kokiri possui uma fada. Cada fada cumpre um papel de pai e amiga na vida de cada criança Kokiri. Link é o único que não possui uma fada, justamente por não ser um Kokiri nativo, e por isso é visto como um estranho mesmo entre seus amigos.

PS: No desenho, Link, já devidamente armado antes de partir em sua jornada, com Navi, uma das fadas da floresta. Em cima, Link tocando sua Ocarina.

Valente

terça-feira, 16 de outubro de 2012

    Gosto bastante de animações, principalmente as feitas pela Pixar. Valente, no entato, não tinha chamado muito a minha atenção. Mas o que passou despercebido por mim não escapou da atenção da minha namorada, que me chamava pra ver o filme desde a época de lançamento nos cinemas. Lembro que até chegamos a ir ao Cinemark com esse objetivo, mas por algum motivo que agora me falha a memória, acabamos não assistindo.
    Depois de todo esse tempo, acabei baixando o filme pra assistir com ela, e achei o filme melhor do que eu esperava.
    A primeira princesa da história da Pixar se chama Merida, que com seus cabelos ruivos e encaracolados prefere seu arco e flecha às obrigações da coroa. Obrigações essas impostas por sua mãe Elinor, que acredita que o futuro da filha depende de suas boas maneiras e criação adequada para uma rainha. E é esse conflito entre mãe e filha que guia o filme do começo ao fim, e é ele o responsável pelos maiores altos e baixos do filme.
    As questões levantadas no começo da animação são ótimas. Duvido alguém não se identificar com Merida logo no começo da história. Todo mundo um dia já achou que seus pais eram controladores, adultos que não ligam para nossos interesses e que usam de seus próprios métodos pessoais e inflexíveis para nos educar de acordo com o que acham ser o melhor para nós. A sacada do filme é que ele mostra também o lado dos pais, e depois de passado esse 'deja-vú' de nossa adolescencia, passamos até a entender um pouco o lado de Elinor, e quem sabe até mesmo dos nossos próprios pais.
    Merida se recusa a se casar com um dos pretendentes de cada um dos quatro clãs de sua terra. O matrimônio é necessário para manter os votos de lealdade dos clãs com a coroa, mas a princesa não se sente pronta ainda e quer poder traçar seu próprio destino, sem ligar para os tabus de seu povo. Seus atos de rebeldia, no começo, inspiram qualquer espectador, porém, com o passar do filme, começamos a nos perguntar se ela não está sendo também egoísta. Afinal, teve uma vida onde nunca faltou nada e deve tudo isso a sua posição social. A paz do reino e com isso a vida de milhares de pessoas depende de suas atitudes. Admito que até agora não consegui chegar à conclusão de qual caminho seria o mais correto a se tomar por uma pessoa que viesse a se encontrar nesse tipo de situação.
    Abandonando essa questão filosófica, o filme é bom, visualmente muito bonito, passado em alguma  região da Grã-Bretanha, claramente percebível devido ao sotaque acentuado do inglês da versão original, que não consegui identificar.
    Infelizmente, não deixa de cair em velhos clichês do gênero, como o fato de Merida conseguir quebrar todas as velhas tradições de seu povo e com isso mudar o seu próprio destino. Parece que tudo é muito simples.
    Enfim, não é o melhor filme da Pixar, mas também não deixa a desejar. Recomendo.



PS: Não pude deixar de notar a semelhança da bruxa da história com Yasubaba, do filme A Viagem de Chiriro. Diria que são irmãs, só que não.

Altas Aventuras

domingo, 14 de outubro de 2012

Eu me considero uma criança. Não no que diz respeito a minha maturidade.  Nesse ponto, considero minha maior prova de amadurecimento justamente o fato de nunca deixar minha criança interior ser ofuscada pelas frivialidades da vida adulta. Eu sei ser adulto quando é necessário, mas continuo tendo o mesmo encanto com a vida que eu tinha quando era pequeno e totalmente inocente.
Pra mim, o maior responsável pelo surto de infelicidade na sociedade contemporânea é justamente o excesso de esterótipos e falta de encanto com as pequenas maravilhas da vida.
Falo tudo isso porque um filme me despertou todas essas sensações dois dias atrás. Estou falando de uma das últimas e mais aclamadas obras da Pixar: Up - Altas Aventuras.
O título começa contando em poucos minutos como Carl Fredricksen e Ellie se conheceram, casaram-se e viveram juntos harmoniosamente durante décadas; tudo sem falas. Ainda crianças, os dois possuíam em comum o gosto por aventuras e o ídolo, o corajoso explorador de terras Charles Muntz. Quando jovens, o casal planejou uma longa viagem à América do Sul, mais especificamente às Cataratas do Paraíso. Mas, por força do destino, a dupla nunca pôde realizar seu maior sonho. Então Ellie falece, deixando sozinho um rabugento e introspectivo Carl. Com a morte da esposa e uma sucessão de acontecimentos que o obrigariam a deixar sua casa para viver em um asilo, Carl decide finalmente partir para a viagem sempre planejada e jamais executada. Para seu desgosto, acidentalmente leva consigo o pequeno escoteiro Russell. O veículo usado na aventura é a grande atração: a própria casa do velhinho, sustentada por milhares de balões coloridos e controlada por um sistema de roldanas e panos que resultam numa “casa voadora à vela”.
Enquanto o velho viúvo prefere pouca ou nenhuma conversa, o garoto, determinado a conseguir sua última medalha de escoteiro por favores prestados a idosos, é falante, extrovertido e hiperativo. Russell vê tudo com o entusiasmo de uma criança começando uma vida de aventuras; Carl dificilmente se desarma para o mundo, é apegado melancolicamente a um passado que não volta mais. O que une os dois personagens é um tocante sentimento de solidão. Russel demonstra uma comovente necessidade da presença do pai, enquanto Carl está obviamente preso à saudade que sente de Ellie, sua única companhia durante toda a vida. Para suavizar o clima melancólico da história, entram em cena Kevin, uma bela e gigante ave com quem Russell logo simpatiza, e o cachorro Dug, ambos responsáveis pela maior parte das cenas cômicas do longa.
Up é capaz de nos fazer repensar nossas relações com o próximo e os sentimentos que nos fecham para tantas descobertas. Independente da idade que se tenha, é possível escolher entre o entusiasmo de uma criança disposta a descobrir o mundo ou se limitar a viver recusando um mundo de novas experiências.


In the Brightest Day

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

De todos os personagens do primeiro escalão da DC Comics, o Lanterna Verde é o que tem o universo mais complexo. O super-herói, afinal, age ao lado de outros 3.600 defensores da paz na galáxia, a Tropa dos Lanternas Verdes. A trama das histórias vai desde interações sociais na Terra até guerras espaciais entre milhares de combatentes, divididos entre facções multicoloridas que representam espectros cromáticos e emocionais.
De todos os heróis da DC, Lanterna Verde é um dos meus favoritos. O poder desses soldados cósmicos reside em um anel que materializa praticamente tudo o que lhes vêm à mente. A fonte de tanto poder é a energia verde da força de vontade que permeia o Universo. Uma raça alienígena, conhecida como Os Guardiões, cientes da existência dessa energia e de como pensamento e energia podem alterar a natureza da matéria, a canalizaram para criar os artefatos que posteriormente seriam usados pelos Lanternas Verdes que patrulham o Universo, aqui divido em 3600 setores, cada um abrangendo uma infinidade de galáxias e formas inteligentes de vida.
A complexidade só faz aumentar com a existência de outros espectros cromáticos e emocionais de energia, como a energia azul da esperança e a energia amarela do medo.
Depois de toda essa explicação, imagine a minha expectativa com relação ao filme lançado em 2011: o primeiro do personagem em live-action.
Eu não cheguei a conseguir ver o filme no cinema, mas depois de ouvir tantas críticas negativas, acabei o assistindo só agora. E fui bem com o pé atrás. Mas, para minha surpresa, o filme é bem melhor do eu esperava, mesmo que não apresente nada que não já tenhamos visto em outros filmes do gênero.
Eu sei que o filme não surpreende, e que parece apenas mais um filme de super-heróis, mas o diferencial aqui é toda a mitologia da Tropa. Os efeitos especiais melhoram ao longo do filme, e é maravilhoso ver o Planeta de Oa nas telas, imaginativo e muito bem detalhado, assim como as projeções mentais de Hal Jordan com o anel.
Enfim, mesmo nos frustrando um pouco com o filme que é, o super-herói causa certo fascínio e deixa um gostinho de quero mais. Uma franquia com uma produção realmente boa seria interessante.

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