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Thomas passou pelas duas primeiras grandes Variáveis: o Labirinto e o Deserto. O Fulgor se espalhou por todo o mundo, e os governos tentam desesperadamente que ele não se espalhe ainda mais. O CRUEL quer uma cura a todo custo. O desafio agora é saber em quem ele deve confiar: em Teresa? Em Brenda? No CRUEL?
Eu
estava muito ansioso para ler A Cura Mortal. Estava com um pouco de receio de
ler esse último livro, afinal, Maze Runner entrou para minha lista de livros favoritos.
Me liguei a cada um dos personagens de uma forma que nem eu esperava. Me
entristecia a perspectiva de que, depois desse livro, não veria meus
personagens preferidos em novas aventuras. Apesar disso, o mínimo que eu
esperava era um final espetacular, um final que mexesse comigo. Mexeu, mas não
da maneira que eu esperava. E se você também foi cheio de expectativas para
saber como terminaria a trilogia Maze Runner e finalmente obter a resposta de
várias perguntas, saiba que talvez não fique muito satisfeito.
Pra
começar, o autor nos enche de expectativa para saber o passado dos personagens, e de perguntas que não são respondidas em
Correr ou Morrer e Prova de Fogo. Infelizmente, muitas dessas respostas ficaram
de lado. Personagens como Teresa e Aris, que pareciam ter certa importância,
são esquecidos. Thomas, que sempre quis ter todas as lembranças recuperadas, do
nada vira um menino mimado e resolve que quer deixar o passado para trás.
A
escrita do James Dashner continua com um ritmo alucinante, que não nos deixa desgrudar
os olhos do livro enquanto não chegamos a última página. Durante toda a
leitura, você suspeita de tudo e de todos. Nunca sabe quem está falando a
verdade, ou de que lado cada personagem está. Confesso que, durante todo o tempo,
tinha tantas suspeitas quanto Thomas, não importa o que me dissessem. Mas lá
pro final do livro, comecei a achar que James tinha se perdido na história. Ele
corria, corria, mas não chegava a lugar nenhum. A impressão é a de que ele não
sabia o que fazer com a história, então nos enrolou por umas 300 páginas pra
depois espremer o final nas 60 páginas restantes. Sinceramente, quando eu
cheguei na página 300 eu não sabia como tanta coisa seria respondida e
resolvida em tão poucas páginas. Muitas coisas estavam confusas, mas eu realmente
acreditava que muitas perguntas ainda seriam respondidas, o que não aconteceu.
Deve-se
destacar também que, nesse volume, os personagens estão perdidos na maior parte
do tempo, e não há sentido algum em nada do que fazem. Parece que estão sempre
à procura de algo para fazer mas sem nunca encontrar.
Resumindo,
eu
não gostei muito da forma como tudo acabou, mas foi um final digno para
uma
das melhores trilogias que já li em toda a minha vida. Um dos valores
mais
bonitos passados por essa trilogia é o valor da amizade verdadeira. Além
disso, essa série nos faz refletir bastante sobre o conceito de certo e
errado. Afinal, até que ponto podemos julgar as atitudes do CRUEL? Será
que num mundo apocalíptico como esse, o valor da vida de uma pessoa é
mais importante do que toda uma civilização a beira do colapso? Isso é
um ótimo tema para horas de discussão. Acredito que, não importa o
quanto argumentemos, assim como no livro, não há uma resposta definitiva
à essa
pergunta.
Pra
finalizar a resenha sem SPOILERS,só devo dizer que achei particularmente sem
sentido o final de Teresa, e que a trama particular de Newt brilha, nos
deixando a beira das lágrimas.
Ah,
os epílogos merecem um parágrafo à parte. Todos os três, em cada um dos volumes da trilogia, nos fazem
terminar a leitura com o queixo caído. O epílogo de A Cura Mortal não deixa nem
um pouco a desejar.
Ia dar quatro estrelas pelo carinho que tenho pela trilogia como um
todo, mas a decepção com a falta de respostas e com o final de um
personagem em particular me fez dar três estrelas e meia para A Cura Mortal. Uma pena, já que esperava fechar essa trilogia com cinco estrelas.
Agora
é aguardar a adaptação do primeiro livro, que tem estreia marcada pro ano que
vem. E também pelo lançamento de Ordem de Extermínio, prequel de Maze Runner, que tem novos personagens como protagonistas, e contará sobre os primeiros
clarões solares e sobre as primeiras vítimas do fulgor. A previsão é de que o livre chegue no começo de junho às livrarias.
SPOILERS
Eu
realmente esperava um final mais emocionante pra essa trilogia. Depois de ler dois
livros maravilhosos, eu acho que todo mundo merecia um desfecho melhor. Apesar
de continuar amando essa série, devo destacar alguns pontos que me
decepcionaram bastante.
Quase
nada é esclarecido. Muitos personagens são deixados de lado, e no final nem
sabemos se todos sobreviveram. Não há menção, por exemplo, se Jorge sobreviveu
ou não. Devemos supor que sim, mas ele não aparece mais depois de toda a
confusão que matou tanta gente e culminou com a travessia pelo Transportal. É
tudo pura dedução.
Outro arco da história que foi muito mau desenvolvido foi o de Thomas e Teresa. Desde o primeiro
livro somos levados a crer numa ligação muito forte entre ambos. Pareciam que
até mesmo eram namorados. Se beijam. E por mais que tenha tido toda a cena da
traição em Prova de Fogo, fica muito claro que Teresa fez o que fez pra salvar
a vida de Thomas. E ele não dá nem um obrigado. Guarda um rancor
infantil e ingrato, como se preferisse que ela o
tivesse deixado matarem. Não achei isso motivo o suficiente para todo esse clima pesado entre os dois. Se ambos tiveram
um passado tão importante juntos, as coisas não podiam terminar do jeito que
terminaram. Pra quem não lembra, Thomas até mesmo sentia como se estivesse
traindo Teresa quando Brenda começou a demonstrar interesse por ele. E de
repente tudo muda, pura e simplesmente? Por mais que no começo tenha achado o
triângulo Thomas-Teresa-Brenda interessante, a maneira como ele termina chega
a ser ridícula. Parecia que Dashner não sabia qual casal ia terminar junto,
então resolveu eliminar um dos personagens pra tudo se resolver mais "facilmente".
Até
mesmo a química Brenda-Thomas é muito maior em Prova de Fogo. Aqui, cheguei a
torcer pro Thomas ficar com a Teresa. O final me deixou sem chão. Thomas nem parecia
ter ligado muito pra tudo o que aconteceu. Pelo menos, ligava mais em Correr ou Morrer
e Prova de Fogo.
Bem,
apesar do final ridículo de Teresa, o final de Newt me surpreendeu. Apesar de
triste, e de ter me pego totalmente de surpresa, essa trama é muito bem
desenvolvida, cheia de sentimentos verdadeiros, e mexe com qualquer um. Palmas
para James.