A Cura Mortal

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A Cura Mortal é o 3° livro da série Maze Runner, do autor James Dashner. Se você não leu os predecessores, o aconselho a não ler essa resenha.

"Por trás de uma possibilidade de cura para o Fulgor, Thomas irá descobrir um plano maior, elaborado pelo CRUEL, que poderá trazer consequências desastrosas para a humanidade. Ele decide, então, entregar-se ao Experimento final. A organização garante que não há mais nada para esconder. Mas será possível acreditar no CRUEL? Talvez a verdade seja ainda mais terrível, uma solução mortal, sem retorno."





             
       
               Thomas passou pelas duas primeiras grandes Variáveis: o Labirinto e o Deserto. O Fulgor se espalhou por todo o mundo, e os governos tentam desesperadamente que ele não se espalhe ainda mais. O CRUEL quer uma cura a todo custo. O desafio agora é saber em quem ele deve confiar: em Teresa? Em Brenda? No CRUEL?
                Eu estava muito ansioso para ler A Cura Mortal. Estava com um pouco de receio de ler esse último livro, afinal, Maze Runner entrou para minha lista de livros favoritos. Me liguei a cada um dos personagens de uma forma que nem eu esperava. Me entristecia a perspectiva de que, depois desse livro, não veria meus personagens preferidos em novas aventuras. Apesar disso, o mínimo que eu esperava era um final espetacular, um final que mexesse comigo. Mexeu, mas não da maneira que eu esperava. E se você também foi cheio de expectativas para saber como terminaria a trilogia Maze Runner e finalmente obter a resposta de várias perguntas, saiba que talvez não fique muito satisfeito.
                Pra começar, o autor nos enche de expectativa para saber o passado dos personagens, e de perguntas que não são respondidas em Correr ou Morrer e Prova de Fogo. Infelizmente, muitas dessas respostas ficaram de lado. Personagens como Teresa e Aris, que pareciam ter certa importância, são esquecidos. Thomas, que sempre quis ter todas as lembranças recuperadas, do nada vira um menino mimado e resolve que quer deixar o passado para trás.
                A escrita do James Dashner continua com um ritmo alucinante, que não nos deixa desgrudar os olhos do livro enquanto não chegamos a última página. Durante toda a leitura, você suspeita de tudo e de todos. Nunca sabe quem está falando a verdade, ou de que lado cada personagem está. Confesso que, durante todo o tempo, tinha tantas suspeitas quanto Thomas, não importa o que me dissessem. Mas lá pro final do livro, comecei a achar que James tinha se perdido na história. Ele corria, corria, mas não chegava a lugar nenhum. A impressão é a de que ele não sabia o que fazer com a história, então nos enrolou por umas 300 páginas pra depois espremer o final nas 60 páginas restantes. Sinceramente, quando eu cheguei na página 300 eu não sabia como tanta coisa seria respondida e resolvida em tão poucas páginas. Muitas coisas estavam confusas, mas eu realmente acreditava que muitas perguntas ainda seriam respondidas, o que não aconteceu.
                Deve-se destacar também que, nesse volume, os personagens estão perdidos na maior parte do tempo, e não há sentido algum em nada do que fazem. Parece que estão sempre à procura de algo para fazer mas sem nunca encontrar.
                Resumindo, eu não gostei muito da forma como tudo acabou, mas foi um final digno para uma das melhores trilogias que já li em toda a minha vida. Um dos valores mais bonitos passados por essa trilogia é o valor da amizade verdadeira. Além disso, essa série nos faz refletir bastante sobre o conceito de certo e errado. Afinal, até que ponto podemos julgar as atitudes do CRUEL? Será que num mundo apocalíptico como esse, o valor da vida de uma pessoa é mais importante do que toda uma civilização a beira do colapso? Isso é um ótimo tema para horas de discussão. Acredito que, não importa o quanto argumentemos, assim como no livro, não há uma resposta definitiva à essa pergunta.
                Pra finalizar a resenha sem SPOILERS,só devo dizer que achei particularmente sem sentido o final de Teresa, e que a trama particular de Newt brilha, nos deixando a beira das lágrimas.
                Ah, os epílogos merecem um parágrafo à parte. Todos os três, em cada um dos volumes da trilogia, nos fazem terminar a leitura com o queixo caído. O epílogo de A Cura Mortal não deixa nem um pouco a desejar.
                 Ia dar quatro estrelas pelo carinho que tenho pela trilogia como um todo, mas a decepção com a falta de respostas e com o final de um personagem em particular me fez dar três estrelas e meia para A Cura Mortal. Uma pena, já que esperava fechar essa trilogia com cinco estrelas.
                Agora é aguardar a adaptação do primeiro livro, que tem estreia marcada pro ano que vem. E também pelo lançamento de Ordem de Extermínio, prequel de Maze Runner, que tem novos personagens como protagonistas, e contará sobre os primeiros clarões solares e sobre as primeiras vítimas do fulgor. A previsão é de que o livre chegue no começo de junho às livrarias.

SPOILERS
                 
                Eu realmente esperava um final mais emocionante pra essa trilogia. Depois de ler dois livros maravilhosos, eu acho que todo mundo merecia um desfecho melhor. Apesar de continuar amando essa série, devo destacar alguns pontos que me decepcionaram bastante.
                Quase nada é esclarecido. Muitos personagens são deixados de lado, e no final nem sabemos se todos sobreviveram. Não há menção, por exemplo, se Jorge sobreviveu ou não. Devemos supor que sim, mas ele não aparece mais depois de toda a confusão que matou tanta gente e culminou com a travessia pelo Transportal. É tudo pura dedução.
                Outro arco da história que foi muito mau desenvolvido foi o de Thomas e Teresa. Desde o primeiro livro somos levados a crer numa ligação muito forte entre ambos. Pareciam que até mesmo eram namorados. Se beijam. E por mais que tenha tido toda a cena da traição em Prova de Fogo, fica muito claro que Teresa fez o que fez pra salvar a vida de Thomas. E ele não dá nem um obrigado. Guarda um rancor infantil e ingrato, como se preferisse que ela o tivesse deixado matarem. Não achei isso motivo o suficiente para todo esse clima pesado entre os dois. Se ambos tiveram um passado tão importante juntos, as coisas não podiam terminar do jeito que terminaram. Pra quem não lembra, Thomas até mesmo sentia como se estivesse traindo Teresa quando Brenda começou a demonstrar interesse por ele. E de repente tudo muda, pura e simplesmente? Por mais que no começo tenha achado o triângulo Thomas-Teresa-Brenda interessante, a maneira como ele termina chega a ser ridícula. Parecia que Dashner não sabia qual casal ia terminar junto, então resolveu eliminar um dos personagens pra tudo se resolver mais "facilmente".
                Até mesmo a química Brenda-Thomas é muito maior em Prova de Fogo. Aqui, cheguei a torcer pro Thomas ficar com a Teresa. O final me deixou sem chão. Thomas nem parecia ter ligado muito pra tudo o que aconteceu. Pelo menos, ligava mais em Correr ou Morrer e Prova de Fogo.
                Bem, apesar do final ridículo de Teresa, o final de Newt me surpreendeu. Apesar de triste, e de ter me pego totalmente de surpresa, essa trama é muito bem desenvolvida, cheia de sentimentos verdadeiros, e mexe com qualquer um. Palmas para James.

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