Já faz um
tempo que não escrevo aqui no site. Culpa do final de período na faculdade, e de
procrastinação mesmo de minha parte. Mas eu desanimei do projeto de resenhas, e
estou começando novos projetos. Ao invés de resenhar sobre todo filme/livro/série
que assisto, coisa que você mais encontra pela net, vou postar textos de
recomendações, e deixar as resenhas apenas quanto eu quiser falar mais do que
essas poucas linhas permitam. Também vou focar em textos de divulgação de informações
de conhecimento geral. E vou começar esse novo projeto com esse texto A Origem Secreta do Natal. Quem me
conhece sabe que sou muito curioso, e aproveitando o clima natalino resolvi
procurar a origem do natal e de seu maior ícone comercial: Papai Noel. Mas, com
a liberdade de expressão que a internet nos proporciona, todo mundo fala o que
quer, e foi difícil separar o que é mito do que é real. Foi pensando em quem
não tem a paciência necessária pra ir de site em site, conferir as fontes, ver
o que bate e o que não bate, que escrevi esse texto, que é quase que um índice
sintetizando tudo o que você precisa (ou não) saber de forma breve a respeito da
origem da festa e o do nosso Bom Velhinho.
Quando vamos falar da
origem do natal tudo é incerto, a começar pela data. Segundo os historiadores
que estudam o tema, a origem da comemoração e seus símbolos são muito mais
pagãos que cristãos. Conforme diz Pedro Paulo Funari, professor de história e
arqueologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Natal é derivado
de uma festa muito anterior ao cristianismo e ao calendário do ciclo solar. De
acordo com o pesquisador, os pagãos comemoravam na época do solstício de
inverno (o dia mais curto do ano e que, no hemisfério norte, ocorre no final de
dezembro) porque os dias iriam começar a ficar mais longos. "É uma
celebração que tem a ver com o calendário agrícola, originalmente. E, como todo
calendário agrícola, ele está preocupado com a fertilidade do solo e a
manutenção do ciclo da natureza", diz o professor. Em Roma, essa data era
associada ao deus Sol Invictus, já que após o dia mais curto do ano o sol volta
a aparecer mais.
Quanto ao cristianismo, nenhum
estudioso consegue apontar com precisão o dia do nascimento de Jesus. O natal
cristão começou a ser comemorado nessa data a partir do século IV, quando o
imperador Constantino deu fim à perseguição contra essa religião. Os religiosos
então começaram a usar a comemoração pagã e a revestiram com simbolismo
cristão. Foi uma jogada interessante, pois eles usaram uma data que já era
comemorativa para os povos pagãos, enquanto a revestiam com a simbologia que
lhes interessava. No final do mesmo século, afirma o pesquisador, como a Igreja
ganha poder, ela passa a perseguir os pagãos que comemoravam a festa da forma
original. Nasce, então, a tradição do natal cristão.
Também segundo Funari, a troca de
presentes é um ato comum a todos os povos, independente do capitalismo ou de
religião. Esse ato, desse ponto de vista, é muito mais ligado ao reforço de
laços sociais entre as pessoas. No cristianismo, a troca foi associada simbolicamente
aos reis magos, que teriam dado presentes ao menino Jesus - em alguns países,
como na Espanha, é comum dar presentes apenas no Dia de Reis.
Contudo, durante o século XX, a
festa foi perdendo muitas de suas características religiosas (mas não todas) e
hoje se apresenta de forma muito mais comercial. "Desvencilhou-se bastante
da imagem original (religiosa) para que pessoas, países e povos não cristãos,
como os japoneses, também sejam incentivados a ter troca de presentes nesse
período", diz Funari, que lembra que muitas pessoas que não são religiosas
e até ateus participam de festas de Natal. "Sabendo-se que as pessoas têm
como princípio o estreitamento de vínculos sociais em geral e dentro da família
em especial, o capitalismo explorou isso, digamos assim, ao extremo. A troca de
presentes na escala moderna é uma invenção do capitalismo. Originalmente, a troca de presentes
não estava ligada à tradição do Natal, pelo menos não à festa original."
Mas e quanto ao Papai Noel? Há muitos
anos circula a história de que o Papai Noel, com suas barbas brancas e roupas
vermelhas, seria uma criação da fábrica de refrigerantes Coca-Cola. Vários
sites e blogs de relevância apontam que em 1930, a Coca-Cola Company teria
feito uma campanha de marketing e, pela primeira vez, mostrado ao mundo o agora
famoso Santa Claus. Mas a verdade é que, apesar de muitos acharem que a
Coca-Cola “criou” o Papai Noel, na verdade o que a marca fez foi padronizar a
sua imagem. Até 1931, o bom velhinho era caracterizado das mais diversas
formas, e suas vestimentas nas mais diversas cores. Com a campanha da Coca-Cola
foi criado um padrão universal – inclusive a inclusão do gorro vermelho com
pompom branco é creditada à empresa.
Em parte, o mito do bom velhinho foi
inspirado em São Nicolau, um bispo católico que viveu no século 4 na cidade de
Mira, atual Turquia. "Ele ficou conhecido em todo o Oriente por sua
bondade e pela atenção com as crianças", afirma o frei Luiz Carlos Susin,
professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUC-RS). Diz a lenda que Nicolau presenteava as crianças no dia de seu
aniversário, em 6 de dezembro. Nos séculos seguintes, o mito se espalhou pela
Europa e a data da entrega de presentes acabou se confundindo com o nascimento
de Cristo. "Quando a história chegou à Alemanha, no século 19, o velhinho
ganhou roupas de inverno, renas, um trenó de neve e uma nova casa: o Pólo
Norte", afirma Luiz.
Nessa época, Noel ainda era
representado como um homem alto e magro com roupas que variavam de cor -
dependendo do relato, elas eram azuis, amarelas, verdes ou vermelhas. O mito
chegou aos EUA e foi ganhando novas características. Em 1823, o até então
desconhecido professor americano Clement
Clarke Moore conseguiu que um poema seu, chamado The Night Before Christmas,
fosse publicado anonimamente num jornal
e, a partir de então, seu texto se tornou uma dos maiores símbolos do Natal, principalmente
na América do Norte. Esse texto difundiu pelos EUA a descrição de um velhinho
bochechudo que vinha em um trenó e entrava nas casas pela chaminé. Quase 20
anos mais tarde, em 1863, o cartunista americano Thomas Nast criou a imagem do Noel quase igual à que conhecemos
hoje, com a silhueta rechonchuda, o rosto barbudo e os trajes vermelhos. Seu
trabalho foi parar na capa da revista Harper’s Weekly.
Vários artistas foram recriando e
redesenhando esse símbolo do Natal com o passar dos anos. Cada um, dando seu
toque pessoal ao Papai Noel. O Bom Velhinho foi inclusive utilizado em peças
publicitárias em 1915 por uma empresa de água mineral chamada White Rock
Beverages.
E é apenas em 1931 que a Coca-Cola
entra na história. A empresa sentia necessidade de impulsionar o consumo de sua
bebida numa época de baixo consumo. Com este objetivo, o desenhista Haddon Sundblom retomou a ideia de um
velhinho que entregava presentes. A marca queria criar uma imagem de Papai Noel
saudável e amigável. O pedido da empresa foi atendido e assim surgiu o Papai
Noel caloroso, amigável, agradavelmente gordo e humano, pintado por Haddon. Contudo,
engana-se quem pensa que a cor vermelha das vestes é criação da marca. O Papai
Noel já tinha essa cor antes mesmo das primeiras campanhas publicitárias da
empresa.
De 1931 a 1964, a Coca-Cola veiculou
a imagem do Papai Noel em revistas, jornais, painéis e cartazes nos Estados
Unidos. As propagandas sempre retratavam o bom velhinho entregando presentes e
fazendo uma pausa para ler as cartinhas das crianças e tomar uma Coca-Cola. A
série de comerciais que mostrava Noel metido em situações engraçadas para
entregar seus brinquedos rodou o mundo, popularizou essa imagem e, claro,
turbinou as vendas do refrigerante. O Papai Noel como objeto propaganda no
natal acabou tomando uma dimensão muito maior da prevista ao obter um grande
sucesso em diversas campanhas de natal. Por este motivo, todas as associações
de comerciantes e as diversas empresas começaram a perceber o potencial
propagandístico de vendas e consumo que o personagem tinha. Alavancados pelo
frenesi de vender e ganhar fazendo consumir, passaram a utilizá-lo como marca
numa escala mundial. Ou seja, a Coca-Cola não criou o Papai Noel, o que ela fez
foi associá-lo fortemente à sua marca e ao capitalismo, difundindo-o ao redor
do mundo globalizado. Realmente, se não fosse pela empresa, dificilmente hoje
nós, brasileiros, veríamos tantos velhinhos de vermelho na época de natal. "Se
você for olhar os jornais brasileiros do início do século XX, no período do
Natal, você encontrará referências ao presépio(...) não se fala em Papai
Noel", diz Funari.
A
primeira campanha da Coca-Cola usando o Papai Noel como garoto propaganda da
empresa
Duendes?
"O Papai Noel leva presentes de
Natal para as crianças, mas com uma condição que não pode ser quebrada: elas
têm de se comportar durante o ano. A lenda diz que as crianças são monitoradas
por alguns duendes durante o ano todo. Com a aproximação do Natal, os ajudantes
do Papai Noel fazem uma lista com os nomes das crianças boas." Isso todo
mundo sabe. Porém o que pouca gente sabe é que originalmente em diversos países
essa função era atribuída a um ser demoníaco conhecido por Krampus.
O Krampus é uma criatura de
aparência horripilante que habita a imaginação européia através do folclore na
Áustria, Alemanha, Alsácia, Suíça,
Eslovênia, e demais áreas das montanhas
alpinas.
De acordo com as lendas, Krampus
começa as festividades do Natal na noite do dia 5 de dezembro. Ele é um companheiro de nosso querido Papai
Noel. Krampus é seu contraponto, e ao invés de dar presentes às criancinhas das
aldeias, anda sem objetivo nas ruas, arrastando pesadas correntes de ferro, invade
as casas das pessoas e retira delas as crianças que não foram boazinhas para
puni-lás.
Assustador não? Mas essa figura
folclórica não é nada mais do
que a inserção nas festividades natalinas de um demônio bastante conhecido
nessas regiões e já temido por todos. Antes do surgimento
do Cristianismo, existia na Europa uma grande variedade de lendas associadas à
realização de festejos e sacrifícios para honrar as divindades, para que no
próximo ano a colheita fosse farta. Essas mesmas divindades acabaram sendo incorporadas
pelo cristianismo. Ele aparece lado a lado com o mais bondoso dos santos,
aquele que distribui presentes às crianças.
Assim, ajuda a equilibrar as forças do bem e do mal, servindo como um
freio social, como um lembrete de que
as crianças precisam ser
boazinhas e comportadas para ganharem presentes de Natal. Foi uma maneira
inteligente de manter em cheque as crenças pagãs que teimavam em não
desaparecer.
Até hoje, tradicionalmente, jovens
rapazes das regiões Alpinas se vestem como Krampus e desfilam acompanhando São
Nicolau, durante as primeiras duas semanas de dezembro.
No Brasil, há resquícios dessa
tradição em Santa Catarina, no Vale do Itajaí. Nas cidades de Brusque e
Guabiruba, por exemplo, é chamado 'Pensinique'. Aparece vestido em roupa velha, tem cabelo de palha, e carrega um saco nas costas como o Papai
Noel. Nesta trouxa possui instrumentos para assustar as crianças más, e as
muito más ameaça-se serem levadas embora em seu saco.
Entrelinhas
O nome Santa Claus, como Noel é conhecido
em inglês, é uma adaptação de Sinter Klaas, forma como São Nicolau era chamado
pelos holandeses, que levaram suas tradições natalinas para colônias na América
no século XVII. Já por aqui, a origem da expressão "Papai Noel" tem
raízes no idioma francês, no qual Noël significa "Natal". Ou seja, no
Brasil, o bom velhinho ganhou um carinhoso nome que significa literalmente
"Papai Natal".
Fontes:
Fontes:
http://www.megacurioso.com.br/datas-comemorativas/40241-krampus-o-anti-papai-noel-que-captura-criancinhas-malvadas.htm
https://peregrinacultural.wordpress.com/2011/12/05/5-de-dezembro-dia-de-krampus-quem-e-aquela-figura-estranha-ao-lado-de-papai-noel/
http://www.e-farsas.com/papai-noel-foi-criacao-da-coca-cola-verdadeiro-ou-falso.html
http://www.comunicacaoetendencias.com.br/um-olhar-sobre-o-natal-o-mito-do-papai-noel-e-uma-coca-cola-bem-gelada
http://noticias.terra.com.br/educacao/voce-sabia/o-papai-noel-foi-criado-pela-coca-cola-saiba-origens-do-natal,6008aaccde6da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quando-e-por-que-o-papai-noel-passou-a-simbolizar-o-natal
https://peregrinacultural.wordpress.com/2011/12/05/5-de-dezembro-dia-de-krampus-quem-e-aquela-figura-estranha-ao-lado-de-papai-noel/
http://www.e-farsas.com/papai-noel-foi-criacao-da-coca-cola-verdadeiro-ou-falso.html
http://www.comunicacaoetendencias.com.br/um-olhar-sobre-o-natal-o-mito-do-papai-noel-e-uma-coca-cola-bem-gelada
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quando-e-por-que-o-papai-noel-passou-a-simbolizar-o-natal
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