'As Aventuras de Tintim' sempre foi um daqueles filmes que eu pegava no final por acaso em alguma sessão da TV por assinatura, ficava com vontade de assistir a história toda, mas, por coicidências do destino, nunca cheguei a ver.
Para minha surpresa, em visita à Livraria da Travessa, descobri que a
Companhia das Letras estava lançando toda a coleção dos quadrinhos do Belga Hergé. Obviamente, eu não hesitei em começar minha coleção pelo
primeiro volume, publicado, originalmente em forma de folhetim, no
suplemento infanto-juvenil “Le Petit Vingtième” em 1929, e que ganhou o
nome de As aventuras de Tintim no país dos Sovietes.
Neste livro, o corajoso e estabanado repórter recebe a missão de seguir para a antiga União Soviética, ao lado do seu cão Milu, e retratar o país e seu regime comunista, porém no caminho o trem explode propositalmente e Tintim é preso e acusado em Berlim de ter sumido com o trem e os passageiros.
A partir deste evento uma série de outros ocorrem com ele: sempre comunistas russos tentando impedir Tintim de chegar a Moscou. A história se passa principalmente em uma “Rússia soviética genérica”, repleta de neve, masmorras, prisões e campos. As poucas cenas urbanas são praticamente de transição entre uma aventura e outra, e nada agregam. O poder da história está mais ligado ao fundamento histórico de representar as atrocidades ditadas pelo regime comunista, e servir de propaganda contra o regime que já ameaçava o mundo capitalista nessa época.
A partir deste evento uma série de outros ocorrem com ele: sempre comunistas russos tentando impedir Tintim de chegar a Moscou. A história se passa principalmente em uma “Rússia soviética genérica”, repleta de neve, masmorras, prisões e campos. As poucas cenas urbanas são praticamente de transição entre uma aventura e outra, e nada agregam. O poder da história está mais ligado ao fundamento histórico de representar as atrocidades ditadas pelo regime comunista, e servir de propaganda contra o regime que já ameaçava o mundo capitalista nessa época.
Nota-se claramente que este é o primeiro álbum do Tintim. A arte refinada, limpa e detalhista de Hergé ainda estava engatinhando. Já o roteiro está mais para um pastelão: Completamente inverosímil e absurdo, com muita ação mas praticamente nenhuma história.
Mas, que fique claro: não é um álbum ruim. Muito pelo contrário.
Os desenhos tem uma vitalidade e uma força que parecem dar vida aos personagens. O roteiro, completamente maluco e sem pé nem cabeça, é divertido e repleto de momentos hilários. É muito engraçado ver como Tintim chuta bundas neste álbum; é quase uma constante.
Os desenhos tem uma vitalidade e uma força que parecem dar vida aos personagens. O roteiro, completamente maluco e sem pé nem cabeça, é divertido e repleto de momentos hilários. É muito engraçado ver como Tintim chuta bundas neste álbum; é quase uma constante.
Devo destacar que é notável o humor curioso do cão Milu, que compartilha seus
pensamentos esfomeados na história enquanto ajuda Tintim a sair das
enrascadas mais estranhas. Não teve uma página sequer em que o cachorro não me arrancou os mais espontâneos sorrisos.
Unindo prós e contras, o livro é marcante. Seja pelas aventuras e trapalhadas
da dupla, seja pelas situações hilárias que os dois se envolvem ou pelo fator histórico da propaganda anticomunista, Tintim no país dos Sovietes é uma obra única que abre o apetite para conhecer mais aventuras do herói criado por Hergé.
Para quem não conhece as histórias de Tintim ainda, recomendaria que lesse outros títulos primeiro, pois o conteúdo de suas aventuras mudou bastante ao longo dos anos de sua publicação.
Recomendo. Neste mesmo momento, estou relendo trechos do livro. Diversão garantida.
folhetim: narrativa literária com duas características essenciais: quanto ao formato, é publicada de forma parcial e sequenciada em periódicos (jornais e revistas); quanto ao conteúdo, apresenta narrativa ágil, profusão de eventos e ganchos intencionalmente voltados para prender a atenção do leitor.
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