Superman Terra Um

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

      Superman (ou Super-Homem, se preferir) foi criado pela dupla de autores de quadrinhos Joe Shuster e Jerry Siegel. Nascido no fictício planeta Krypton, seu nome verdadeiro é Kal-El (que significaria Filho das Estrelas no idioma kryptoniano). Foi mandado à Terra por seu pai, Jor-El, um brilhante cientista, momentos antes do planeta explodir, ainda bebê. O foguete aterrissou na Terra na cidade de Smallville, onde foi descoberto pelo casal de fazendeiros Jonathan e Martha Kent, que adotoram o jovem kryptoniano. Conforme foi crescendo, ele descobriu que tinha habilidades diferentes dos humanos. Quando não está atuando com o tradicional uniforme azul e vemelho, vive como Clark Kent, repórter do Planeta Diário.
        Sua primeira aparição foi apresentada na revista Action Comics #1 em 1938, nos Estados Unidos. O personagem foi criado em meio a uma época em que a ética era duvidosa. Inúmeros problemas sociais e econômicos, e o mundo era tomado de assalto pela primeira vez por um super-herói - e eles nunca precisaram tanto deles. A ameaça de guerra na Europa e a crise econômica nos EUA deixavam todo mundo à espera de um salvador. De certa forma a mensagem messiânica por trás de um personagem aparentemente bobo como Superman era o que todos - sobretudo os jovens - queriam ter por perto, como aponta matéria da revista Super Interessante Edição Especial Desvendando os Super-Heróis.
       Superman é conhecido por ser o primeiro super-herói reconhecido universalmente. Com base nele, foi fácil para outras mentes criativas elaborarem variações sobre o mesmo tema e produzirem personagens igualmente cativantes como Batman, Homem-Aranha e Wolverine.
       Antes de continuar com minha publicação, devo admitir que nunca fui fã do Superman. Sempre achei ele um super-herói muito "apelão". Virtualmente invencível, acho que o personagem sempre foi superestimado, principalmente nos desenhos feitos para a televisão, onde ele praticamente não possui ponto fraco e está sempre um passo a frente de todo o mundo. Toda essa minha visão esterotipada, sim, esterotipada, pois nunca tinha aberto um gibi do Superman na vida, começou a mudar depois de assistir o primeiro trailer do novo filme do último sobrevivente de Krypton, "O Homem de Aço", com estréia prevista para julho desse ano. O filme parece querer focar no lado mais humano do personagem, buscando uma aproximação maior com os espectadores. Seguindo essa premissa, foi lançado no final do ano passado no Brasil Superman Terra Um.
        Ela é a primeira de uma linha de álbuns de luxo que tem como intenção reinventar mitos dos quadrinhos da DC Comics: os principais personagens da editora, relançados com novas origens adaptadas aos tempos modernos. Então se ler na frente de uma revista Terra Um, esqueça amarras cronologias e vá de mente aberta. Terra Um será lançado apenas através de graphic novels, sem periodicidade definida, pensadas mais no mercado de livrarias do que nos leitores tradicionais de quadrinhos.
       Superman Terra Um trás uma visão mais contemporânea do mesmo conto, da origem do Superman, o jogando num mundo mais verossímil que os anteriores.
       Clark Kent num mundo mais real poderia ser qualquer coisa que ele quisesse ser: de jogador de futebol americano à cientista renomado em uma grande empresa. No entanto, o que ele procura para si é muito mais que ser o mais famoso de todos. É uma busca interna por um lugar só dele. Os valores impostos por seus pais adotivos e sua herança alienígena são discutidas de forma sóbria, ainda que no segundo ato tenha se tornado meio rápida. Aliás, o primeiro ato, com a apresentação do herói aos leitores, é muito bem elaborado. Pena que o mesmo não se possa dizer do segundo ato com a entrada do vilão meio sem graça e muito genérico. Mas o ponto alto da obra é a humanização do mito do Superman. Em Terra Um conseguimos, talvez pela primeira vez, entender de verdade Clark Kent. Nunca antes o personagem foi tão humano.
       Outro ponto alto dessa origem alternativa são as respostas para algumas questões que sempre ficaram no ar em relação à origem do personagem, incluindo o porque de ele usar um uniforme tão "extravagante" em azul e vermelho. É explicado inclusive porque ele não resolve tensões politicas pelo mundo ou de seu não envolvimento em conflitos mundiais. Fica bem claro que ele não é uma força política ou policial, muito menos militar. O roteirista Straczynski fez um belo trabalho levando essas questões de forma simples e decidida. Apesar de não ser cronológica, a Graphic Novel se mostrou com um ponto de partida plausível.
       De certa forma, Superman sempre foi criticado, inclusive por mim, por ser um herói puro demais, não se adequando ao nosso mundo. Hoje em dia todo mundo gosta de uns tons de cinza nos personagens, e esse é justamente o problema dele: Superman não tem esse lado ruim. Ele é a bondade encarnada, o que o torna pra muita gente chato. Mas ao ler novas abordagens do ícone dos quadrinhos, como essas de Superman Terra Um e Homem-de-Aço, começo a me perguntar se não é hora da gente também deixar um pouco de valorizar tanto as coisas erradas, e voltar um pouco pro lado bom. Superman abre mão de tudo, se entrega de corpo e alma em prol da humanidade, e, afinal, não é de pessoas assim de que tanto precisamos num mundo como o nosso?





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