Dessa vez resolvi fazer uma crítica
de algo que ainda não foi comentando aqui no site: séries. Não é nem preciso
dizer o quão forte é essa mídia nos dias de hoje. Meu primeiro contato com o
mundo das séries foi através de Arrow,
série do Arqueiro Verde, icônico personagem da editora DC. A partir daí, não
parei mais. Mas como a segunda temporada ainda está em andamento, não é de
Arrow que vou falar, e sim de Once Upon
a Time, série da emissora ABC que estreou em 2011, e atualmente está na sua
terceira temporada.
Em
Once Upon a Time, a Bruxa Má da
Branca de Neve lança uma terrível maldição nos personagens dos contos de fada.
Suas lembranças são totalmente apagadas, e eles são transportados para um mundo
sem magia, o nosso mundo. Henry, um
garotinho que não deve ter mais de 10 anos e é o filho adotivo da Bruxa
Má, parece ser o único a saber da maldição e vai atrás de sua mãe biológica,
Emma, que o abandonou ainda bebê. E assim Emma é levada a Storybrooke, cidade
onde vivem todos os personagens, e onde tudo vai acontecer.
A série possui uma premissa muito
interessante, e foi isso que me fez ir atrás dela, mesmo com algumas pessoas me
falando que era uma série meio bobinha, voltada pro público feminino. Antes de
assistir o primeiro episódio, eu imaginei que as coisas fossem um pouco
diferentes. Achava que todos os personagens tinham lembranças de suas vidas
passadas, e que a série iria focar na adaptação desses personagens clássicos em
nosso mundo caótico. Como você pode ver pela sinopse, não é bem assim. A série
foca no drama diário dos personagens em suas novas vidas em Storybrooke, e em
flashbacks da vida pregressa dos personagens.
Em muitos momentos, os dramas
mundanos dos personagens são o foco dos episódios, o que faz com que pareça que
estamos acompanhando uma novela, e não uma série com personagens de contos de
fada. Na minha opinião, esse acabou sendo o elo mais fraco da série. Em alguns
momentos a história tende demais pro romance idealizado, e bate muito na tecla
de que o amor supera tudo. Tem que ter também um pouco daquela suspensão de descrença pro fato do príncipe sempre superar todos os desafios impostos a ele, quando tantos antes falharam. Coisa de conto de fadas mesmo.
E apesar de ter um pouquinho dessa pegada de novela das sete, principalmente no começo, a ideia dos flashbacks funciona muito bem. Assim como em Arrow, o seriado intercala momentos no tempo atual, com lembranças da vida pregressa dos personagens. São esses flashbacks que tornam os episódios tão diferentes.
E apesar de ter um pouquinho dessa pegada de novela das sete, principalmente no começo, a ideia dos flashbacks funciona muito bem. Assim como em Arrow, o seriado intercala momentos no tempo atual, com lembranças da vida pregressa dos personagens. São esses flashbacks que tornam os episódios tão diferentes.
O outro ponto fraco da temporada foi
que não consegui criar nenhum tipo de relação com os personagens. Eu estava
muito mais preocupado com o desenrolar da história, do que com o destino dos
personagens em si.
Ah, os efeitos especiais também são bem fraquinhos. O figurino é muito bom, mas a maioria das cenas que exigem algum tipo de efeito especial não são muito críveis. Mas, nada que comprometa, afinal, todos sabemos que o orçamento de seriados é apertado, e não podemos esperar nenhum tipo de superprodução.
Ah, os efeitos especiais também são bem fraquinhos. O figurino é muito bom, mas a maioria das cenas que exigem algum tipo de efeito especial não são muito críveis. Mas, nada que comprometa, afinal, todos sabemos que o orçamento de seriados é apertado, e não podemos esperar nenhum tipo de superprodução.
O que acaba sendo a grande sacada do
seriado é que ele nos apresenta o mundo dos contos de fadas de um modo
totalmente novo, com histórias totalmente reinventadas. Todos os personagens,
sejam a Chapeuzinho Vermelho, os anões da Branca de Neve ou o Pinóquio, vivem
no mesmo universo e suas histórias estão todas interligadas. Portanto, se você
acha que conhece contos como o da Chapeuzinho Vermelho, é hora de rever isso aí, pois
Once Upon a Time vai virar essas histórias de cabeça pra baixo. E o mais legal de tudo isso é que tudo o que
acontece em cada uma dessas histórias possui uma razão. Então se prepare, pois
você vai descobrir quem está por trás do espelho mágico da Rainha Má, o porque
de seu ódio pela Branca de Neve, o porquê do Grilo Falante falar, dentre muitas
outras coisas.
Outro destaque da série é a atuação
de Robert Carlyle, que interpreta
Rumpelstiltskin na série. Ele é aquele personagem dúbio que parece jogar em
todos os lados para alcançar objetivos próprios, e, apesar de ser um vilão, o
ator dá uma profundidade que acaba fazendo que você não torça de todo contra
ele. E assim também é com o outro antagonista da série. Nem mesmo a Bruxa Má é
má por natureza, e isso também a torna um personagem interessante. Ao longo dos
episódios você descobre o que aconteceu na vida dela para transformá-la numa
das maiores vilãs dos contos de fada. Não que você vá gostar dela por causa
disso, mas é sempre bom ter um background por trás dos personagens, pra não
ficar uma coisa muito caricata.
E se no começo da temporada, os episódios eram meio parados, da metade pro
final tudo começa a acontecer num ritmo frenético, com muitos mistérios e reviravoltas
na trama, e o season finale nos deixa
com vontade de assistir a uma segunda temporada.
Vale ressaltar, porém, que mesmo
quando a série não tinha engrenado ainda, eu sempre ficava com vontade de
assistir o próximo episódio. É uma série muito gostosa de assistir, sem
compromisso, e que apesar dos episódios não terminarem com aquele gancho
sensacional que te fazem querer não parar de ver nunca, você está sempre
querendo assistir mais um episódio.
No início achava a ideia de Once Upon a Time totalmente inovadora,
até descobrir a existência de uma série de HQ chamada Fábulas, que nos apresenta vários personagens de contos de fadas e
folclore que foram expulsos de seu mundo por um inimigo desconhecido. Mandados para
a Terra, formam na cidade de Nova York uma comunidade clandestina conhecida
como Cidade das Fábulas.
Não estou dizendo que é plágio, até
porque as histórias tem pegadas totalmente diferentes, mas é no mínimo digno de
nota a semelhança.
Há uma fala em um dos episódios que me
marcou bastante. Pra não dar muito spoiler, basta saber que um dos personagens
tenta provar algo à protagonista. Emma, porém, não quer acreditar. No momento
em que ele mostra a prova cabal da verdade, ela não a enxerga. De tanto que Emma
não quer acreditar, ela não enxerga a verdade que está diante de seus olhos. E
não no sentido metafórico, ela realmente não enxerga. Consegui ver várias
camadas nessa cena, e achei válido deixar aqui como reflexão.
Outra observação importante é a de que apesar de não ter criado um laço com os personagens, criei certa empatia pelo David, ou Prince Charming. No mundo real ele se vê diante de um dilema que achei humano demais, e, talvez pela minha própria história de vida, me identifiquei bastante com o dilema que ele estava enfrentando. No fim, por mais que a gente saiba que ele estava agindo de forma errada, também sei o quanto é difícil tomar certas decisões, e saber se estamos fazendo a coisa certa.
1 comentários:
Gostei do artigo de Padu Aragon e graças a ele resolvi assistir a Once Upon a Time... É difícil, há muitas séries boas e nosso tempo também é ocupado por família, trabalho, outros lazeres, etc... Mas Padu sempre acerta nas séries que comenta e ele me incentiva a ir atrás de várias que, a princípio, eu não havia dado tanta importância. Nem preciso dizer que já virei fã nº 1 desse crítico nota dez!!!!! Então vamos lá assistir a mais uma série...
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