Dragon Ball Z A Batalha dos Deuses

terça-feira, 5 de novembro de 2013


Alguns desenhos marcam uma geração. E mesmo entre estes, poucos igualaram o sucesso de Dragon Ball Z. E eis que agora, mais de dez anos desde a exibição original da série, chega aos cinemas Dragon Ball Z A Batalha dos Deuses, primeiro longa animado da série a ser exibido em cinemas por todo o país. Inusitadamente, esse filme nos remete muito mais ao início de Dragon Ball do que à fase Z, que foi a que fez mais sucesso por aqui.
 
             Pra quem ainda não sabe, Dragon Ball é um mangá criado por Akira Toriyama na década de 80. O mangá deu origem a uma série animada (anime) que fez um enorme sucesso nos anos 90 e 2000, tanto no Japão como no resto do mundo, e marcou a infância de tanta gente.
            Dragon Ball Z A Batalha dos Deuses é um dos lançamentos mais significativos do ano para quem é fã de animes e para essas pessoas que cresceram assistindo as batalhas de Goku e dos guerreiros Z, por simbolizar o retorno das animações japoneses aos cinemas nacionais.
            Já faz um tempo desde que lançamentos nipônicos deixaram de fazer esse "auê" todo por aqui. Mas Dragon Ball é Dragon Ball, e foram justamente os fãs os maiores responsáveis por terem trazido essa obra pra cá.
                O filme se passa após os eventos da batalha contra Majin Boo. A história começa quando o deus da destruição, Bills, desperta do seu sono de anos, e fica surpreso em saber que o seu subordinado Freeza foi derrotado por um homem chamado Goku, da raça dos Saiyajins. Imediatamente, Bills lembra-se ter sonhado lutando com um ser místico também desta espécie. Então, ele parte para a Terra no intuito de encontrá-lo e desafiá-lo para um duelo que decidirá o futuro do planeta. Algo que nem preciso dizer que é batido, mas mesmo que seja bastante simplório em sua "plot" principal, é impossível negar o poder de conquista de Dragon Ball, com personagens tão humanos.
            Assistindo os primeiros minutos do longa, logo se nota que a intenção de Toryama não é fazer um novo Dragon Ball Z que gere várias sequencias, e sim voltar às raízes com uma história simples e que tenha todos os personagens que consagraram a série. Nitidamente, A Batalha dos Deuses foi feito para os fãs antigos, mas será que isso foi uma escolha acertada?
             O filme é muito mais uma comédia do que um filme de ação. O humor beira o non-sense, que foi a marca da série no seu início. Além disso, está repleto de referência às séries animadas. Dragon Ball Z A Batalha dos Deuses tem momentos de nostalgia pura, como a saudação típica de Goku – “Oi, eu sou o Goku”-, a falta de bom-senso de Bulma, as taras do Mestre Kame, e até mesmo o momento fusão entre Gothen e Trunks. Mas o que mais colaborou para esse sentimento de nostalgia foi sem sombra de dúvidas a dublagem. O filme trouxe de volta toda a equipe de dublagem original, formada por nomes como Wendel Bezerra, que já dublou além de Goku, Bob Esponja e Jackie Chan. A dublagem clássica adiciona um toque nostálgico tão grande que é uma pena não termos um pedido do protagonista para que o público o ajude a fazer uma genkidama nos cinemas (não duvido nada que todos levantassem as mãos).
            Por outro lado, a ação é deixada em segundo plano e isso pode frustrar quem esperou vários anos pra ver Goku e companhia em novas batalhas épicas. Não que o filme seja totalmente isento de cenas de ação, mas elas parecem curtas demais em comparação ao tempo de filme. Além disso, a aguardada transformação do Super Saiyajin Deus decepcionou um pouco.
            O grande problema com o filme é que ele aposta muito no fator nostalgia. Em certo ponto, sustentando-se em cima de piadas que apenas os que viram o desenho vão entender. E como a história é simples e corrida demais, já que são menos de duas horas de filme, talvez falte algo para atrair quem nunca viu o desenho.
            Vi gente por aí criticando Bills, dizendo que ele não é assustador o suficiente para passar a carga dramática que o personagem exige. Eu discordo. Essas pessoas nunca devem ter assistido a saga do Goku criança, quando os vilões eram muito mais cômicos do que assustadores, mas nem por isso menos poderosos. E pra mim Bills foi um dos pontos altos do filme: achei o vilão divertidíssimo e totalmente irreverente.
            Enfim, eu curti bastante A Batalha dos Deuses. O roteiro podia ter sido mais trabalhado, mas eu ri tanto na sessão em que assisti, que deixei isso um pouco de lado. Adorei relembrar minha infância, e mais ainda de ter a oportunidade de assistir um dos melhores animes de todos os tempos no cinema, numa sessão lotada. O filme foi líder de bilheteria em toda a América Latina. É de arrepiar escutar os aplausos da plateia no final do filme. Akira Toriyama, você merece!

Entrelinhas

            Pra mim, Homem de Aço continua sendo o filme de Dragon Ball Z do ano! Quem lembra das cenas de luta entre o Superman e Zod, vai entender do que estou falando.

As críticas do Portfólio da Vida não são feitas por um profissional. Não sou crítico de cinema, nem me encho de referências para criticar um filme. Minhas opiniões são como as suas: alguém que adora filmes e os assiste em busca de diversão, e porque não, boas reflexões.  Não assisto filmes procurando furos de roteiro, portanto um filme cinco estrelas não necessariamente é um filme perfeito, mas sim um filme que mexeu comigo, e me prendeu do começo ao fim. Da mesma forma, filmes com notas mais baixas não são ruins, apenas não me despertaram tanto interesse, mas podem despertar o seu. Nunca deixe de assistir um filme por causa da opinião de outras pessoas. E lembre-se: discussões saudáveis são sempre bem vindas!




1 comentários:

Anônimo disse...

Concordo contigo, muitas coisas no filme, só os fãs do anime e do mangá irão entender. Há, ao mesmo tempo, uma grande sensação nostálgica, pelos motivos que você citou e também uma inovação, que foi o Vegeta, pela primeira vez, engolindo seu orgulho em prol do bem maior e mostrando um lado, até então, desconhecido do "ingênuo" Goku.
Uma grande sacada de Dragon Ball sempre foi esta dualidade dos personagens, talvez herdada da tradição zen, nenhum deles sendo completamente mau ou bom, por isso adorei o Bills (e olha que nem gosto de gatos rs). No mais, pura diversão.

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