Se tem um
personagem da Marvel nos cinemas que pode rivalizar em termos de popularidade e
carisma com o Tony Stark interpretado por Robert Downey Jr. , é o deus nórdico da
trapaça, Loki, interpretado por Tom Hiddleston. Curiosamente, ele é um dos
principais vilões do universo Marvel; não é um dos mocinhos. Mas Loki se
mostrou um personagem tão complexo, profundo e interessante que acabou ganhando
o público e ofuscando o próprio Thor. Mas pra mim e para a maioria das pessoas
que vão ao cinema, que nunca leram muitas histórias solo do Thor, fica a
vontade de nos aprofundarmos mais no personagem, e quem sabe entender um pouco
mais das suas motivações, que apesar de bem apresentadas, não foram esmiuçadas
na telona. Felizmente, se esse é o seu caso também, recentemente foi relançada
pela Panini a minissérie Loki, uma
minissérie em 4 edições publicada originalmente em 2004, escrita por Robert
Rodi e desenhada por Esad Ribic.
A história começa da seguinte forma:
Loki finalmente derrotou Thor e os deuses asgardianos e é o novo soberano de
Asgard. A partir daí, nós passamos a acompanhar esse momento pós vitória. Em
nenhum momento descobrimos como ele fez isso, e o que realmente aconteceu, mas
isso pouco importa para a história. O objetivo de Loki não é contar outra história da luta do bem contra o mal, do
herói que vence o vilão. Não, o objetivo da minissérie é nos mostrar o ponto de
vista do meio-irmão de Thor: entender sua insaciável sede por poder, seus
conflitos internos, seus sentimentos ambíguos. Mergulhamos na personalidade, na
história e nas motivações do personagem. Nós passamos a entendê-lo.
Acompanhamos a luta de um homem para fugir de um destino que ele não consegue
aceitar.
Loki
é uma HQ totalmente introspectiva. A cada releitura você pode pescar novas
reflexões. Logo na minha primeira leitura parei pra pensar em muita coisa: que
ser rei não se trata apenas do poder, mas das responsabilidades que acompanham
o cargo, o quanto ações aparentemente bobas no passado podem ter consequências
no futuro, até que pontos estamos presos em um destino pré-determinando, e o
quanto podemos fazer para mudar o nosso futuro, dentre outras. Tudo isso em
pouco mais de 90 páginas.
Já a arte de Esad Ribic dividiu
minha opinião. Apesar de belíssimos desenhos, e de traços extremamente
realistas, o desenho de Ribic é "sujo". Ele simboliza bem toda aquela
"sujeira" da Idade Média. O próprio Loki é feio e banguela. Eu
particularmente prefiro desenhos mais limpos e bonitos, mas isso é questão de
gosto mesmo, porque a arte é inegavelmente maravilhosa.
Enfim, se você nunca teve contato
com a mitologia do personagem e quer saber mais sobre quem realmente é o Loki,
e o que ele representa no universo Marvel, ou se simplesmente você está atrás
de uma excelente narrativa em quadrinhos, não deixe de adquirir esse
volume.
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