Thor: O Mundo Sombrio chega aos cinemas trazendo com ele a
maior responsabilidade da Marvel dentre todos os filmes do estúdio até agora, primeiro
pelo fato de ter que ser superior ao primeiro filme, que foi considerado o
mais fraco da chamada primeira fase, e segundo por ter que recuperar os fãs da
decepção do razoável Homem de Ferro 3.
Os Últimos Dias de Krypton
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Aproveitando
a onda do filme O Homem de Aço, que
trouxe de volta o Superman para os cinemas em grande estilo, a editora LeYa
resolveu trazer para o Brasil o livro Os
Últimos Dias de Krypton, de Kevin J.
Anderson, que, como o próprio nome já
diz, conta a história dos últimos dias do planeta Krypton, antes de sua
fatídica destruição. Sem nenhuma relação cronológica direta com os quadrinhos,
o livro é um prato cheio pra quem quer conhecer um pouco de uma das partes do
universo do herói menos exploradas.
Gravidade
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Há filmes
que as pessoas criam tanta expectativa, que fica difícil pra quem não está
acompanhando ali naquele meio entender o motivo de tamanho burburinho. Gravidade é um deles. Eu escutei, li e
vi tantos entendidos de cinema falando maravilhas do filme, que me senti na
obrigação de ir lá conferir o tal filme nos cinemas. Mas, sinceramente,
continuava sem conseguir entender o que podia ter demais em ver Sandra Bullock
vagando por 2 horas, completamente perdida, no espaço. Agora, depois de ver o
filme, entendi o tamanho da minha "ignorância".
Dragon Ball Z A Batalha dos Deuses
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Alguns
desenhos marcam uma geração. E mesmo entre estes, poucos igualaram o sucesso de
Dragon Ball Z. E eis que agora, mais de dez anos desde a exibição original da
série, chega aos cinemas Dragon Ball Z A
Batalha dos Deuses, primeiro longa animado da série a ser exibido em
cinemas por todo o país. Inusitadamente, esse filme nos remete muito mais ao início
de Dragon Ball do que à fase Z, que foi a que fez mais sucesso por aqui.
Elysium
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Eu
estava ansioso para assistir o mais recente filme de Neil Blomkamp, diretor do badalado Distrito 9. Apesar de ainda não ter visto seu primeiro filme,
esperava bastante de Elysium, que
contou com um orçamento bem mais gordo que aquele em seu bem-sucedido trabalho
de estreia. Apesar de se deixar levar por certas características padrão de
filmes blockbuster, Blomkamp conseguiu unir o melhor de dois gêneros, usando da
ficção científica para nos fazer refletir, ao apontar e extrapolar falhas da sociedade
contemporânea.
Hagakure O Livro do Samurai
sábado, 19 de outubro de 2013
Não é um
mistério pra quem me conhece o fato de que sou apaixonado pela cultura
japonesa. Tenho bastante contato com mangás e animes, e até falo um pouco de
japonês, mas algo que eu sempre tive um interesse em especial é a história do
Japão. Infelizmente, não é fácil encontrar obras, sejam livros, filmes ou
documentários, que falem a respeito desse assunto. Recentemente, porém, acabei
conseguindo pegar emprestado o livro Hagakure
O Livro do Samurai, da editora Conrad. Não me lembro como cheguei a ficar
sabendo da obra, mas a achei com relativa facilidade na Biblioteca do Centro
Cultural do Banco do Brasil. Valeu a leitura.
Planeta dos Macacos
domingo, 13 de outubro de 2013
Há
umas duas semanas assisti pela segunda vez um dos melhores filmes de ficção dos
últimos anos: Planeta dos Macacos - A Origem. Devo dizer que não era fã da
franquia, nem tinha assistido aos filmes antigos, já que eu tinha um pouco de
preconceito com produções de antigamente. Não tinha muita expectativa pra essa
nova produção, até começarem a sair os trailers, e eu perceber que o filme não
era uma continuação. A proposta era pegar apenas alguns conceitos da franquia e
adaptá-los para um cenário mais crível e realista. O resultado? Gostei tanto
que não consegui parar. Assisti os cinco filmes clássicos, e vejam só: me
apaixonei pela série.
O Cavaleiro das Trevas
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
O Cavaleiro das Trevas, escrito e desenhado por Frank Miller em 1986, é um dos maiores
clássicos dos quadrinhos. A minissérie apresentou ao mundo um novo Batman, e
talvez seu maior mérito tenha sido contar uma história adulta no mundo dos
super-heróis, chamando a atenção da mídia e do público para um gênero que era
considerado, até aquele momento, infantil. Frank Miller ajudou a elevar o
universo das HQs a um nível mais maduro de literatura, o qual se distanciaria
cada vez mais dos "quadrinhos para crianças", e o Batman nunca mais
foi o mesmo depois de O Cavaleiro das
Trevas.
Wolverine: Imortal
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Depois do fiasco que foi X-Men Origens: Wolverine, o personagem precisava de um longa-metragem que agradasse não somente aos fãs do personagem nos cinemas, mas aos fãs do Wolverine dos quadrinhos, os principais atingidos com o fracasso que foi o primeiro filme solo do personagem. Ainda que não seja irretocável, Wolverine: Imortal... não morre no final.
Círculo de Fogo
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Em uma aposta pra lá de ousada, Guillermo Del Toro presta homenagem a um gênero extremamente underground (expressão usada para designar um ambiente cultural que foge dos padrões comerciais, dos modismos e que está fora da mídia), e nos entrega não só uma ficção científica de ação mais do que competente, mas um dos filmes mais divertidos do ano.
O Carteiro e o Poeta
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
O carteiro e o
poeta, filme de 1994, é um daqueles filmes simples, mas cuja história é
capaz de emocionar. Não é um filme onde eu fiquei buscando erros e acertos pra dar
uma nota, mas sim um filme que me tirou um pouco do que estou acostumado a
assistir, e, porque não, me fez refletir sobre algo com o qual não estou
nem um pouco familiarizado: a beleza da poesia.
O Homem de Aço
segunda-feira, 22 de julho de 2013
O retorno
do Super-homem às telas de cinema não poderia ser melhor. Comandado por nomes
que há muito já fazem sucesso entre esse tipo de produção, o novo filme do azulão atende
à todas as expectativas e já é, sem nenhuma dúvida, um dos melhores filmes do gênero
já feitos.
Tarareba Contos de Passado e Futuro
domingo, 21 de julho de 2013
Classicamente, diz-se que um conto se define pela sua pequena extensão.
O conto tem uma estrutura fechada; é direto, objetivo. Tarareba, mangá lançado recentemente pela editora Sampa nada mais é do que uma coletânea de belíssimos contos ilustrados.
Ilusões As Aventuras de um Messias Indeciso
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Como já disse em um post anterior, conheci Richard Bach através de Fernão Capelo Gaivota. O fascínio pela obra me fez ler Fugindo do Ninho, e agora cá estou eu falando de Ilusões, seu segundo romance.
Minhas Tardes com Margaritte
domingo, 14 de julho de 2013
Diferentes
filmes, com diferentes propostas, podem muitas vezes chegar aos mesmos
resultados. Não esperava que, no mesmo dia em que tinha acabado de
assistir a um filme de proporções épicas como O Homem de Aço no cinema,
me pegaria cativado pela história do filme Minhas Tardes com Margaritte.
Quarteto Fantástico
domingo, 7 de julho de 2013
Meu primeiro contato com a família
fundamental da Marvel foi no desenho de 1968, produzido pela Hanna-Barbera Productions. Não sou dessa geração, mas acompanhei alguns episódios anos mais
tarde pelo canal pago Boomerang (Quem não lembra do slogan: 'O
que é bom, volta'?). E foi justamente ao lembrar dessa série animada que fiquei
com vontade de rever o filme live-action dos 4 Fantásticos.
Elantris
domingo, 30 de junho de 2013
Elantris é a primorosa estreia de Brandon Sanderson. Em um único volume você será transportado para um mundo de fantasia que irá encantar leitores de J.R.R. Tolkien e George R.R. Martin.
Além da Escuridão Star Trek
domingo, 23 de junho de 2013
Em 2009, J.J. Abrams nos deu um novo Star Trek para um novo século. Quatro anos depois, Além da Escuridão reafirma de forma
grandiosa a força desse novo Star Trek,
mas deixando bem claro que esse novo Jornada
nas Estrelas tem a cara do século XXI.
Games
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Começar um blog não é tarefa fácil. Além de postar os
textos, é necessário montar todo o layout para que o blog fique visualmente
agradável. Como não tenho uma equipe comigo, tenho que fazer tudo sozinho.
Pensando
em facilitar a vida de quem acompanha o Portfólio da Vida, resolve fazer esse
índice. Ao clicar em alguma das categorias na barra lateral da página inicial,
você será direcionado para uma página com todos os textos já publicados dessa categoria, em
ordem alfabética. Basta clicar no texto que tenha interesse, e você será
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Espero
que facilite a vida de todos!Crônicas de The Legend of Zelda, Ocarina of Time
Crônicas
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Espero
que facilite a vida de todos!Adeus, Tropical
Tudo Tem Seu Tempo
Causos do Interior
Refúgio
Decisões
Consciência Universal
O Mal do Facebook
Corujas
O Banco
A Herança
Pare de Novo, Pense Mais, Reflita Mais
Pare, Pense, Reflita
Quadrinhos
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Espero
que facilite a vida de todos!
Arqueiro Verde Ano Um
Batman Ano Um
O Cavaleiro das Trevas
Os Guardiões do Universo
Tarareba Contos de Passado e Futuro
Vingadores vs X-Men
Arqueiro Verde Ano Um
Batman Ano Um
O Cavaleiro das Trevas
Os Guardiões do Universo
Tarareba Contos de Passado e Futuro
Vingadores vs X-Men
Livros
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tenho uma equipe comigo, tenho que fazer tudo sozinho.
Pensando em facilitar a vida de quem acompanha o Portfólio da Vida, resolve
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Filmes
terça-feira, 18 de junho de 2013
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Pensando em facilitar a vida de quem acompanha o Portfólio da Vida, resolve fazer esse índice. Ao clicar em alguma das categorias na barra lateral da página inicial, você será direcionado para uma página com todos os textos já publicados dessa categoria, em ordem alfabética. Basta clicar no texto que tenha interesse, e você será diretamente direcionado para o texto em questão.
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Além da Escuridão Star Trek
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald
Anônimo
As Aventuras de Pi
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança
Círculo de Fogo
Detona Ralph
Ele Não Está Tão A Fim de Você
O Hobbit Uma Jornada Inesperada
O Homem de Aço
Lanterna Verde
Minhas Tardes com Margueritte
O carteiro e o Poeta
O Primeiro Homem
O Primeiro Homem (Fato x Ficção)
Quarteto Fantástico
Star Trek
Up Altas Aventuras
Valente
Venom (2018)
Wall-E
Wolverine: Imortal
500 Dias Com Ela
Star Trek
domingo, 16 de junho de 2013
Recentemente
estreou Star Trek Além da Escuridão,
segundo filme da reinventada franquia Star
Trek. Entrando nesse clima de estréia, resolvi rever o primeiro filme dessa
nova franquia, lançado ainda em 2009. Acho que não lembrava do quão bom esse
filme era, e assisti-lo novamente me deixou com vontade de deixar por escrito
minhas impressões sobre ele.
A Cura Mortal
quarta-feira, 29 de maio de 2013
A Cura Mortal é o 3° livro da série Maze Runner, do autor
James Dashner. Se você não leu os predecessores, o aconselho a não ler essa
resenha.
"Por trás de uma possibilidade de cura para o
Fulgor, Thomas irá descobrir um plano maior, elaborado pelo CRUEL, que poderá
trazer consequências desastrosas para a humanidade. Ele decide, então,
entregar-se ao Experimento final. A organização garante que não há mais nada
para esconder. Mas será possível acreditar no CRUEL? Talvez a verdade seja
ainda mais terrível, uma solução mortal, sem retorno."
Thomas passou pelas duas primeiras grandes Variáveis: o Labirinto e o Deserto. O Fulgor se espalhou por todo o mundo, e os governos tentam desesperadamente que ele não se espalhe ainda mais. O CRUEL quer uma cura a todo custo. O desafio agora é saber em quem ele deve confiar: em Teresa? Em Brenda? No CRUEL?

Thomas passou pelas duas primeiras grandes Variáveis: o Labirinto e o Deserto. O Fulgor se espalhou por todo o mundo, e os governos tentam desesperadamente que ele não se espalhe ainda mais. O CRUEL quer uma cura a todo custo. O desafio agora é saber em quem ele deve confiar: em Teresa? Em Brenda? No CRUEL?
Eu
estava muito ansioso para ler A Cura Mortal. Estava com um pouco de receio de
ler esse último livro, afinal, Maze Runner entrou para minha lista de livros favoritos.
Me liguei a cada um dos personagens de uma forma que nem eu esperava. Me
entristecia a perspectiva de que, depois desse livro, não veria meus
personagens preferidos em novas aventuras. Apesar disso, o mínimo que eu
esperava era um final espetacular, um final que mexesse comigo. Mexeu, mas não
da maneira que eu esperava. E se você também foi cheio de expectativas para
saber como terminaria a trilogia Maze Runner e finalmente obter a resposta de
várias perguntas, saiba que talvez não fique muito satisfeito.
Pra
começar, o autor nos enche de expectativa para saber o passado dos personagens, e de perguntas que não são respondidas em
Correr ou Morrer e Prova de Fogo. Infelizmente, muitas dessas respostas ficaram
de lado. Personagens como Teresa e Aris, que pareciam ter certa importância,
são esquecidos. Thomas, que sempre quis ter todas as lembranças recuperadas, do
nada vira um menino mimado e resolve que quer deixar o passado para trás.
A
escrita do James Dashner continua com um ritmo alucinante, que não nos deixa desgrudar
os olhos do livro enquanto não chegamos a última página. Durante toda a
leitura, você suspeita de tudo e de todos. Nunca sabe quem está falando a
verdade, ou de que lado cada personagem está. Confesso que, durante todo o tempo,
tinha tantas suspeitas quanto Thomas, não importa o que me dissessem. Mas lá
pro final do livro, comecei a achar que James tinha se perdido na história. Ele
corria, corria, mas não chegava a lugar nenhum. A impressão é a de que ele não
sabia o que fazer com a história, então nos enrolou por umas 300 páginas pra
depois espremer o final nas 60 páginas restantes. Sinceramente, quando eu
cheguei na página 300 eu não sabia como tanta coisa seria respondida e
resolvida em tão poucas páginas. Muitas coisas estavam confusas, mas eu realmente
acreditava que muitas perguntas ainda seriam respondidas, o que não aconteceu.
Deve-se
destacar também que, nesse volume, os personagens estão perdidos na maior parte
do tempo, e não há sentido algum em nada do que fazem. Parece que estão sempre
à procura de algo para fazer mas sem nunca encontrar.
Resumindo,
eu
não gostei muito da forma como tudo acabou, mas foi um final digno para
uma
das melhores trilogias que já li em toda a minha vida. Um dos valores
mais
bonitos passados por essa trilogia é o valor da amizade verdadeira. Além
disso, essa série nos faz refletir bastante sobre o conceito de certo e
errado. Afinal, até que ponto podemos julgar as atitudes do CRUEL? Será
que num mundo apocalíptico como esse, o valor da vida de uma pessoa é
mais importante do que toda uma civilização a beira do colapso? Isso é
um ótimo tema para horas de discussão. Acredito que, não importa o
quanto argumentemos, assim como no livro, não há uma resposta definitiva
à essa
pergunta.
Pra
finalizar a resenha sem SPOILERS,só devo dizer que achei particularmente sem
sentido o final de Teresa, e que a trama particular de Newt brilha, nos
deixando a beira das lágrimas.
Ah,
os epílogos merecem um parágrafo à parte. Todos os três, em cada um dos volumes da trilogia, nos fazem
terminar a leitura com o queixo caído. O epílogo de A Cura Mortal não deixa nem
um pouco a desejar.
Ia dar quatro estrelas pelo carinho que tenho pela trilogia como um
todo, mas a decepção com a falta de respostas e com o final de um
personagem em particular me fez dar três estrelas e meia para A Cura Mortal. Uma pena, já que esperava fechar essa trilogia com cinco estrelas.
Agora
é aguardar a adaptação do primeiro livro, que tem estreia marcada pro ano que
vem. E também pelo lançamento de Ordem de Extermínio, prequel de Maze Runner, que tem novos personagens como protagonistas, e contará sobre os primeiros
clarões solares e sobre as primeiras vítimas do fulgor. A previsão é de que o livre chegue no começo de junho às livrarias.
SPOILERS
Eu
realmente esperava um final mais emocionante pra essa trilogia. Depois de ler dois
livros maravilhosos, eu acho que todo mundo merecia um desfecho melhor. Apesar
de continuar amando essa série, devo destacar alguns pontos que me
decepcionaram bastante.
Quase
nada é esclarecido. Muitos personagens são deixados de lado, e no final nem
sabemos se todos sobreviveram. Não há menção, por exemplo, se Jorge sobreviveu
ou não. Devemos supor que sim, mas ele não aparece mais depois de toda a
confusão que matou tanta gente e culminou com a travessia pelo Transportal. É
tudo pura dedução.
Outro arco da história que foi muito mau desenvolvido foi o de Thomas e Teresa. Desde o primeiro
livro somos levados a crer numa ligação muito forte entre ambos. Pareciam que
até mesmo eram namorados. Se beijam. E por mais que tenha tido toda a cena da
traição em Prova de Fogo, fica muito claro que Teresa fez o que fez pra salvar
a vida de Thomas. E ele não dá nem um obrigado. Guarda um rancor
infantil e ingrato, como se preferisse que ela o
tivesse deixado matarem. Não achei isso motivo o suficiente para todo esse clima pesado entre os dois. Se ambos tiveram
um passado tão importante juntos, as coisas não podiam terminar do jeito que
terminaram. Pra quem não lembra, Thomas até mesmo sentia como se estivesse
traindo Teresa quando Brenda começou a demonstrar interesse por ele. E de
repente tudo muda, pura e simplesmente? Por mais que no começo tenha achado o
triângulo Thomas-Teresa-Brenda interessante, a maneira como ele termina chega
a ser ridícula. Parecia que Dashner não sabia qual casal ia terminar junto,
então resolveu eliminar um dos personagens pra tudo se resolver mais "facilmente".
Até
mesmo a química Brenda-Thomas é muito maior em Prova de Fogo. Aqui, cheguei a
torcer pro Thomas ficar com a Teresa. O final me deixou sem chão. Thomas nem parecia
ter ligado muito pra tudo o que aconteceu. Pelo menos, ligava mais em Correr ou Morrer
e Prova de Fogo.
Bem,
apesar do final ridículo de Teresa, o final de Newt me surpreendeu. Apesar de
triste, e de ter me pego totalmente de surpresa, essa trama é muito bem
desenvolvida, cheia de sentimentos verdadeiros, e mexe com qualquer um. Palmas
para James.
Prova de Fogo
sábado, 18 de maio de 2013
Atenção! Esta resenha trata dos acontecimentos do segundo livro da
trilogia Maze Runner e pode conter spoilers, os quais você deve evitar ao máixmo, sobre
fatos do livro anterior.
"O Labirinto foi só o começo... o pior está por vir. Depois de superarem
os perigos mortais do Labirinto, Thomas e seus amigos acreditam que
estão a
salvo em uma nova realidade. Mas a aparente tranquilidade é interrompida
quando são acordados no meio da noite por gritos lancinantes de
criaturas
disformes – os Cranks – que ameaçam devorá-los vivos. Atordoados, os
Clareanos descobrem que a salvação aparente na verdade pode ser outra
armadilha,
ainda pior que a Clareira e o Labirinto. E que as coisas não são o que
aparentam. Para sobreviver nesse mundo hostil, eles terão de fazer uma
travessia repleta de provas cruéis em um meio ambiente devastado, sem
água, comida ou abrigo. Calor causticante durante o dia, rajadas de
vento
gélido à noite, desolação e um ar irrespirável – no Deserto do novo
mundo até mesmo a chuva é a promessa de uma morte agonizante. Eles,
porém, não
estão sozinhos – cada passo é espreitado por criaturas famintas e
violentas, que atacam sem avisar. Manipulação, mentiras e traições
cercam o caminho
dos Clareanos, mas para Thomas a pior prova será ter de escolher em quem
acreditar."
Existem livros bons, livros muito bons, livros ótimos, e obras primas. Mas também existem aqueles livros que não sabemos como classificar direito, não conseguimos apontar os defeitos, mesmo que alguém o faça por nós, pois nos prendem na história de tal maneira, nos fazem gostar dos personagens de tal maneira, que sentimos como se tudo aquilo fosse mesmo real. Quando terminei de ler o Ciclo da Herança, que quem acompanha meu blog sabe que foi uma das séries de livros mais marcantes que já li, achei que nunca mais ia me sentir tão parte de uma história. Mas aí veio Correr ou Morrer. E agora a sequencia direta, Prova de Fogo. Não tenho mais dúvidas: encontrei meu novo Eragon (por mais estranho que isso vá soar).
Depois dos eventos de Correr ou Morrer, o novo desafios dos sobreviventes dos eventos ocorridos no Labirinto é atravessar um deserto escaldante, com pouca comida e água, e enfrentar os perigos que aparecerem pela frente. Se antes os clareanos eram atemorizados pelos grotescos Verdugos, agora o perigo espreita na forma dos Cranks, que, pela descrição, me pareceram muito com zumbis. São seres humanos que contraíram o "Fulgor", uma doença que está varrendo a humanidade da Terra. É interessante como o autor dá uma repaginada em alguns conceitos já existentes, como os zumbis, tão em pauta hoje em dia. Devo destacar o fato de que Correr ou Morrer é de 2009, ou seja, é anterior a essa explosão de histórias de zumbis pela mídia, pois os mais chatos podem achar que Maze Runner se apropria desses conceito para explorar essa nova tendência da mídia do entrenimento, o que não é verdade.
Em Prova de Fogo tudo, tudo mesmo, pode acontecer a qualquer momento, e por mais que a gente torça, não há nada que podemos fazer para impedir o inevitável. Prova de Fogo acrescenta mais elementos bizarros e também assustadores à trama. Porém, mesmo com todo esse clima, James Dashner consegue quebra a tensão com seu humor afiado.
Temos pouquíssimas respostas, apesar das dúvidas, que já existiam, se multiplicarem. O que temos aqui é um vislumbre maior da CRUEL. Mas mesmo assim continuamos sem saber suas motivações, seus objetivos e de que lado eles realmente estão.
O enredo é recheado de reviravoltas. Eu lia, lia, lia e queria mais, queria respostas. Assim eu continuava lendo sem parar. Os capítulo são curtos, então sabe aquela historia do “só mais um capitulo?” e quando você vê já varou a madrugada lendo? O problema é que no final você começa a tentar ler mais devagar pra não acabar o livro.
Mesmo sem todo aquele brilho de "tudo é novidade" do primeiro livro, o segundo livro da série é ainda mais envolvente que Correr ou Morrer. Os personagens pareceram mais vivos. Apesar de serem ainda adolescentes, conseguimos perceber claramente o que todas as suas experiências estão fazendo com suas personalidades, amaderecendo-os. Consegui total identificação e empatia por eles, torcendo de verdade para que eles consigam sobreviver aos testes. Além disso, dois novos excelentes personagens foram introduzidos à história. Há também a introdução de um ótimo triângulo amoroso. Tão interessante é esse relaciomento entre três dos personagens que ao final do livro eu realmente não sabia quem eu estava torcendo pra ficar com quem.
É incrível como nesse segundo volume conseguimos ficar com raiva de tanta coisa que acontece e é inexplicável ao mesmo tempo, com aquele fundo de que tudo foi planejado, mas sem conseguirmos saber exatamente como, quando e porquê. Isso tudo torna a experiência da leitura fascinante.
O que não entendi bem em Prova de Fogo, apesar de não fazer diferença nenhuma, foi que as distâncias pareciam muito menores do que na verdade eram, com personagens conseguindo distinguir detalhes a quilômetros de distância.
O único defeito que consigo apontar, apesar de não ter nada a ver com a brilhante história que acabei de ler, é o grande número de erros de digitação, frases sem sentido e palavras sem nexo. Há alguns em Correr ou Morrer, mas em Prova de Fogo esse número é muito maior. Felizmente, a leitura não é prejudicada.
Prova de fogo não deixa nada a desejar se comparado com Correr ou Morrer. Temos muita ação, traição, reviravoltas e até uma pitadinha de romance, o que torna a trama sempre muito mais agradável.
“Eram perguntas demais. Malditas perguntas de mértila, todas sem resposta.”
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Existem livros bons, livros muito bons, livros ótimos, e obras primas. Mas também existem aqueles livros que não sabemos como classificar direito, não conseguimos apontar os defeitos, mesmo que alguém o faça por nós, pois nos prendem na história de tal maneira, nos fazem gostar dos personagens de tal maneira, que sentimos como se tudo aquilo fosse mesmo real. Quando terminei de ler o Ciclo da Herança, que quem acompanha meu blog sabe que foi uma das séries de livros mais marcantes que já li, achei que nunca mais ia me sentir tão parte de uma história. Mas aí veio Correr ou Morrer. E agora a sequencia direta, Prova de Fogo. Não tenho mais dúvidas: encontrei meu novo Eragon (por mais estranho que isso vá soar).
Depois dos eventos de Correr ou Morrer, o novo desafios dos sobreviventes dos eventos ocorridos no Labirinto é atravessar um deserto escaldante, com pouca comida e água, e enfrentar os perigos que aparecerem pela frente. Se antes os clareanos eram atemorizados pelos grotescos Verdugos, agora o perigo espreita na forma dos Cranks, que, pela descrição, me pareceram muito com zumbis. São seres humanos que contraíram o "Fulgor", uma doença que está varrendo a humanidade da Terra. É interessante como o autor dá uma repaginada em alguns conceitos já existentes, como os zumbis, tão em pauta hoje em dia. Devo destacar o fato de que Correr ou Morrer é de 2009, ou seja, é anterior a essa explosão de histórias de zumbis pela mídia, pois os mais chatos podem achar que Maze Runner se apropria desses conceito para explorar essa nova tendência da mídia do entrenimento, o que não é verdade.
Em Prova de Fogo tudo, tudo mesmo, pode acontecer a qualquer momento, e por mais que a gente torça, não há nada que podemos fazer para impedir o inevitável. Prova de Fogo acrescenta mais elementos bizarros e também assustadores à trama. Porém, mesmo com todo esse clima, James Dashner consegue quebra a tensão com seu humor afiado.
Temos pouquíssimas respostas, apesar das dúvidas, que já existiam, se multiplicarem. O que temos aqui é um vislumbre maior da CRUEL. Mas mesmo assim continuamos sem saber suas motivações, seus objetivos e de que lado eles realmente estão.
O enredo é recheado de reviravoltas. Eu lia, lia, lia e queria mais, queria respostas. Assim eu continuava lendo sem parar. Os capítulo são curtos, então sabe aquela historia do “só mais um capitulo?” e quando você vê já varou a madrugada lendo? O problema é que no final você começa a tentar ler mais devagar pra não acabar o livro.
Mesmo sem todo aquele brilho de "tudo é novidade" do primeiro livro, o segundo livro da série é ainda mais envolvente que Correr ou Morrer. Os personagens pareceram mais vivos. Apesar de serem ainda adolescentes, conseguimos perceber claramente o que todas as suas experiências estão fazendo com suas personalidades, amaderecendo-os. Consegui total identificação e empatia por eles, torcendo de verdade para que eles consigam sobreviver aos testes. Além disso, dois novos excelentes personagens foram introduzidos à história. Há também a introdução de um ótimo triângulo amoroso. Tão interessante é esse relaciomento entre três dos personagens que ao final do livro eu realmente não sabia quem eu estava torcendo pra ficar com quem.
É incrível como nesse segundo volume conseguimos ficar com raiva de tanta coisa que acontece e é inexplicável ao mesmo tempo, com aquele fundo de que tudo foi planejado, mas sem conseguirmos saber exatamente como, quando e porquê. Isso tudo torna a experiência da leitura fascinante.
O que não entendi bem em Prova de Fogo, apesar de não fazer diferença nenhuma, foi que as distâncias pareciam muito menores do que na verdade eram, com personagens conseguindo distinguir detalhes a quilômetros de distância.
O único defeito que consigo apontar, apesar de não ter nada a ver com a brilhante história que acabei de ler, é o grande número de erros de digitação, frases sem sentido e palavras sem nexo. Há alguns em Correr ou Morrer, mas em Prova de Fogo esse número é muito maior. Felizmente, a leitura não é prejudicada.
Prova de fogo não deixa nada a desejar se comparado com Correr ou Morrer. Temos muita ação, traição, reviravoltas e até uma pitadinha de romance, o que torna a trama sempre muito mais agradável.
“Eram perguntas demais. Malditas perguntas de mértila, todas sem resposta.”
Correr ou Morrer
sábado, 11 de maio de 2013
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Eu comprei Correr ou Morrer por mero acaso. Na ocasião, estava numa papelaria e me deparei com o livro num estande com poucos títulos, afinal, era só uma papelaria. A sinopse em si me interessou bastante, mas lembro que o que me fez mesmo sair dali com esse livro foi uma uma frase na contra-capa que dizia que o enredo da obra de James Dashner "evoca os mistérios de Lost". Adoro livros que te colocam pra pensar, e que te envolvam num grande mistério aparentemente sem solução, e que a cada capítulo se torna mais e mais eletrizante.
O problema maior com esse aqui foi que eu tenho uma lista enorme de livros pra ler, e ele acabou ficando na minha estante por mais de um ano. Eu sempre acabava dando prioridade pra outros livros que comprava, ou que já tinha aqui em casa. Resultado? Estou impressionado por perceber que tinha um livro tão bom em minhas mãos e não o tinha lido antes.
O mais fascinante desse livro é você começar sem saber absolutamente nada a respeito da história. E eu recomendo para quem vai ler que não pesquise nada sobre ela, porque você vai acabar criando várias suposições, e o maior prazer na leitura de Correr ou Morrer é justamente você não fazer ideia do que está acontecendo. Vá fundo e mergulhe no livro sem saber de nada. Justamente por isso, vou falar muito pouco, ou quase nada, a respeito da trama, apenas destacando o que ela tem de melhor a fim de incentivá-los a leitura.
É incrível a forma como o autor descreve a vida na Clareira. Seus habitantes são em sua maioria adolescentes. Alguns mais velhos, outros mais novos, mas nenhum com uma idade certa, uma vez que eles desconhecem a própria idade. Cada garoto é encarregado de alguma coisa, e o lugar é uma sociedade. E mesmo formada por garotos, essa "sociedade" é organizada e funcional. Eles precisam manter a ordem, e James Dashner nos descreve isso tão bem, que a gente chega a sentir como deve ser duro decidir pelo que é certo num lugar onde não existe ninguém que possa tomar as decisões difíceis por você.
Vale dizer que Dashner criou um vocabulário próprio para o livro. Vivendo isolados, eles possuem suas próprias gírias, e isso é uma diversão à parte. Termos como “cara de mértila”, “monte de plong” e “trolho” são recorrentes e dão um toque de comédia ao livro. Aliás, mesmo com o constante clima de tensão, a narrativa possui diversos momentos que proporcionam um alívio cômico. Me peguei rindo alto mais de uma vez.
A narrativa é rápida e sem muita enrolação. Vai direto ao ponto, boa para uma leitura mais dinâmica e para quem não gosta de muitos detalhes. Mesmo assim, os ambientes são bem descritos, e conseguimos visualizar tudo sem muitos problemas. Correr ou Morrer vai te deixar sem fôlego. Você não vai conseguir parar de ler. Do começo ao fim, o livro te instiga, você quer apenas descobrir os mistérios da Clareira. Somos colocados na história de uma forma que passamos pelas mesmas sensações dos personagens e corremos junto com eles nas cenas de ação.
Já quanto aos personagens, eles são carismáticos e bem desenvolvidos. Gostei especialmente de Chuck, um dos garotos mais novos da Clareira que foi o primeiro e talvez único amigo de Thomas, e do Minho, um dos corredores.
Correr ou Morrer é o primeiro livro da trilogia Maze Runner, portanto não espere ter todas as suas perguntas respondidas ao final da leitura. O lado bom desse final é que não chegamos à ele completamente sem informações. As coisas são sim reveladas, mas nem tudo é muito bem explicado, abrindo caminho pra continuação.
Enfim, um livro que fala sobre coragem, perseverança, confiança, fidelidade, e medo. Medo pelos garotos. Vai despertar em você muitas emoções, que com certeza terá uma grande surpresa em cada um dos capítulos. E quando fechar o livro, com o coração acelerado e de caixo caído com a revelação do epílogo, acredito que, como eu, não verá a hora de ler a continuação: Prova de Fogo.
“- Mas que droga, estou com medo
- Mas que droga, você é humano. Então tem de estar com medo”
Entrelinhas
A Twentieth Century Fox adquiriu os direitos de filmagem da obra. O primeiro livro da trilogia, The Maze Runner, tem previsão de estréia para o dia 18 de setembro de 2014.
Ano Um
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Nunca tive muito contato com quadrinhos, e muito pouco sabia sobre a maioria dos super-heróis. Desde que comecei a ler mais esse tipo de história, a origem desses personagens sempre foram uma das que mais procurei ler.
Foi assim que me deparei com Batman Ano Um e Arqueiro Verde: Ano Um. Embora a princípio o subtítulo Ano Um nos faça pensar em alguma possível relação, os dois arcos não tem nenhuma relação um com o outro. Apesar de ambos partirem da mesma premissa, usam de abordagens distintas para nos contar a origem dos dois maiores super-heróis "humanos" do Universo DC.
Arqueiro Verde: Ano Um reconta a origem do Arqueiro Verde, mas de uma forma muito cru se formos comparar com o tipo de narrativa usada em Batman Ano Um. Arqueiro Verde : Ano Um aborda apenas o evento catalisador que transformou o playboy Oliver Queen no arqueiro mascarado.
O roteiro é muito bem escrito, a história é eletrizante, e nos prende do começo ao fim.
Apesar dessa narrativa ser muito boa, e ter me prendido até a página final,eu gostei mais do que estão fazendo com o personagem em Arrow, série televisa que também reconta a origem do personagem. Na série de TV, sua origem se torna mais verossímil, pois acho meio difícil de engolir, mesmo para uma HQ, que em apenas alguns poucos meses em uma ilha, sozinho e sem instrução, um playboy irresponsável adquira todo o conhecimento para se tornar um exímio mestre na arte da luta e do manejo do arco. Um posterior treinamento, aliado a um enfoque também no lado pessoal do personagem e em suas motivações,
poderia ser abordado numa muito bem vinda continuação, que melhoraria em muito o pontapé inicial dado em Ano Um.
Batman Ano Um caminha no sentido inverso, deixando um pouco de lado o tal evento catalisador, focando mais nas motivações pessoais e no primeiro ano de Bruce Wayne como Batman, contando suas primeiras histórias em Gothan. É sensacional. Vemos que o herói não era tão completo, e que foi se aprimorando na medida que reconhecia suas próprias fraquezas.
Outro ponto forte é o fato da história não nos apresentar apenas ao Batman, mas também à muitos personagens importantes do universo do homem morcego.
Tenho certeza que os dois encadernos vão agradar, e muito, principalmente Batman Ano Um, que é considerado pela crítica como uma das melhores histórias do herói, e item essencial para qualquer fã ou simpatizante do herói.
Foi assim que me deparei com Batman Ano Um e Arqueiro Verde: Ano Um. Embora a princípio o subtítulo Ano Um nos faça pensar em alguma possível relação, os dois arcos não tem nenhuma relação um com o outro. Apesar de ambos partirem da mesma premissa, usam de abordagens distintas para nos contar a origem dos dois maiores super-heróis "humanos" do Universo DC.
Arqueiro Verde: Ano Um reconta a origem do Arqueiro Verde, mas de uma forma muito cru se formos comparar com o tipo de narrativa usada em Batman Ano Um. Arqueiro Verde : Ano Um aborda apenas o evento catalisador que transformou o playboy Oliver Queen no arqueiro mascarado.
O roteiro é muito bem escrito, a história é eletrizante, e nos prende do começo ao fim.
Apesar dessa narrativa ser muito boa, e ter me prendido até a página final,eu gostei mais do que estão fazendo com o personagem em Arrow, série televisa que também reconta a origem do personagem. Na série de TV, sua origem se torna mais verossímil, pois acho meio difícil de engolir, mesmo para uma HQ, que em apenas alguns poucos meses em uma ilha, sozinho e sem instrução, um playboy irresponsável adquira todo o conhecimento para se tornar um exímio mestre na arte da luta e do manejo do arco. Um posterior treinamento, aliado a um enfoque também no lado pessoal do personagem e em suas motivações,
poderia ser abordado numa muito bem vinda continuação, que melhoraria em muito o pontapé inicial dado em Ano Um.
Batman Ano Um caminha no sentido inverso, deixando um pouco de lado o tal evento catalisador, focando mais nas motivações pessoais e no primeiro ano de Bruce Wayne como Batman, contando suas primeiras histórias em Gothan. É sensacional. Vemos que o herói não era tão completo, e que foi se aprimorando na medida que reconhecia suas próprias fraquezas.
Outro ponto forte é o fato da história não nos apresentar apenas ao Batman, mas também à muitos personagens importantes do universo do homem morcego.
Tenho certeza que os dois encadernos vão agradar, e muito, principalmente Batman Ano Um, que é considerado pela crítica como uma das melhores histórias do herói, e item essencial para qualquer fã ou simpatizante do herói.
O Código Divino da Vida
quarta-feira, 17 de abril de 2013
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Dr. Murakami fala do “pensar genético”, que é viver cada dia plenamente com uma atitude positiva, evocando assim a felicidade, a alegria, a inspiração e gratidão.
Diante da complexidade do código genético, torna-se necessário admitir a existência de um poder maior no universo. O dr. Murakami chama esse poder “Algo Maior”. Ele acredita que toda a vida emana da mesma fonte – a grande origem. Todas as células têm uma forma semelhante. Portanto, a vida em qualquer forma – humana, animal, vegetal e até uma célula individual – merece ser tratada com respeito e dignidade."
A proposta de Kazuo Murakami, autor de O Código Divino da Vida, é expor sua tese de que a maneira como pensamos pode ativar genes benéficos e desativar genes negativos. De acordo com ele, nossos potenciais repousam latentes em nossos genes.
A ideia é muito interessante. Kazuo se propõe a explicar a lógica do pensamento positivo, que estamos cansados de saber que é verdadeira, de forma mais verossímil. Através de vários casos e relatos, ele tenta nos convencer de que a maneira que encaramos a vida e lidamos com os acontecimentos desta realmente podem ativar e desativar genes, sejam eles benéficos ou não.
Infelizmente, acho que Murakami se distancia de seu objetivo ao longo do livro. Não que o livro seja ruim, muito longe disso. Ele expõe muito bem a sua teoria, possui bons argumentos e ilustra muito bem suas ideias. O problema aqui é que achei que ele falhou naquilo que eu mais esperava do livro: entender um pouco mais de como funciona o nosso código genético, e como fatores psicológicos conseguem realmente interferir em seu funcionamento.
O entendimento do funcionamento do DNA é extramente complexo e, talvez por isso, as partes em que ele cita esse funcionamento em si sejam um pouco difíceis de entender pra quem não tem nenhum conhecimento prévio do assunto. Porém, são escassas essas partes durante a leitura. Na maior parte do tempo, Kazuo está relatando suas experiências de vida, sejam elas dentro de um laboratório de pesquisa, ou não.
Durante a leitura, também temos uma aula de conhecimentos gerais. Aprendemos muito sobre o dia-a-dia de um professor acadêmico, talvez bem diferente do que a maioria das pessoas esperava. Kazuo tem muita paixão pelo que faz, e nos faz sentir um pouco dessa paixão também.
Resumindo, o Código Divino da Vida é um bom livro. É inspirador, mas não espere encontrar uma explicação detalhada pro que ele tenta descrever. Está menos para um livro técnico e mais para um livro de auto-ajuda.
Entrelinhas
Um trecho em particular me chamou muito a atenção. Ele resume muito bem tudo que o livro propõe, e eu partcularmente fiquei arrepiado ao lê-lo. Transcrevi o trecho abaixo, vale uma conferida:
"Você já ouviu falar de um único pé de tomate que produzisse doze mil tomates? Plantas como essa foram expostas em 1985 na Feira de Ciências e Tecnologia da Universidade de Tsukuba. Naquela ocasião, muitos pensaram que os pés de tomate haviam sido produzidos com a utilização de biotecnologia, mas na verdade tinham sido gerados a partir de sementes de uma variedade comum que normalmente só produz vinte ou trinta tomates por pé. Se não foi biotecnologia, qual seria o segredo? (...) O agrônomo Shigeo Nozawa cogitou que a inerente capacidade de crescimento das plantas era inibida pelo fato de suas raízes crescerem dentro da terra, e decidiu cultivar suas plantas em água enriquecida com nutrientes, liberando as raizes de seu confinamento e permitindo que elas absorvessem livremente as dádivas da natureza. (...) Isso nos mostra que até mesmo os tomates tem um potencial muito além do que possamos imaginar. (...) O mesmo ocorre em relação aos seres humanos. Se removermos todos os obstáculos e criarmos um ambiente ideal, nosso potencial de tornará ilimitado. Se os tomateiros podem aumentar sua produção em mil vezes, então se torna plausível esperar que seres humanos, que possuem organismos muito mais complexos, possam desenvolver suas habilidades de maneira ainda mais incríveis."
Vingadores vs X-Men
sábado, 13 de abril de 2013
Ao contrário da maioria das pessoas, eu não segui a lógica cronológica de me interessar por quadrinhos na infância e crescer com essa paixão. Até pouco tempo atrás, meu conhecimento do universo das HQs se resumia ao basicão que todo mundo conhece. Se há cinco anos atrás me perguntassem quem era o Homem-de-Ferro, não saberia responder. Mas aí veio a era de ouro dos quadrinhos no cinema, e tudo mudou. Vieram os filmes de Homem-Aranha, Homem-de-Ferro, dos X-Men, veio a nova trilogia do Batman. Os super-heróis vieram pra dominar de vez o mundo do entretenimento.
Foi nesse momento que nasceu meu interesse por esse mundo totalmente novo pra mim até então. Se antes nunca tinha pego numa revista da DC ou da Marvel, fui às bancas pela primeira vez com esse propósito. Aproveitando a recente reformulação de todo o Universo da DC (empresa responsável por alguns dos mais famosos super-heróis que conhecemos, como Batman e Superman), e comecei a acompanhar mensalmente alguns de seus maiores títulos.
No começo não foi uma experiência das mais fáceis. Personagens como Flash, Batman, Lanterna Verde e Superman existem há decadas, e no começo foi bem difícil me situar. Eu não sabia, mas muita coisa tinha acontecido com eles durante todo esse tempo. Mas depois de um começo meio lento, tudo ficou muito mais prazeroso. Você percebe que todas as peças se encaixam, e que você não precisa ter acompanhado os personagens ao longo de todos esse anos para curtir e entender suas histórias atuais. Claro que a ajuda do Google facilitou, e muito, em diversos momentos.
Porém, apesar de todo esse meu interesse atual, eu nunca tinha chegado a ler um dos quadrinhos da Marvel, já que eles não tinham passado por nenhuma reformulação recente, e a maioria se encontrava em edições avançadas. Eis que, por acaso, vi o anúncio na internet de que a Panini Comics ia lançar a edição nacional de Vingadores vs X-Men.
A expectativa era alta, e a edição 0 foi lançada agora em março. Resolvi dar uma olhada, e devo admitir que valeu cada centavo investido (a revista sai à R$12,90). A história é sensacional. A trama é promissora, e é fácil de entender até para quem não está muito familiarizado com o universo da Marvel. Claro que no início algumas informações são importantes, mas como podem ver mais abaixo, resolvi dar uma facilitada pra quem tem preguiça de ficar pesquisando no Google.
Bem, eu não sou muito conhecedor do universo dos quadrinhos, e nem um especialista, mas além de não ter tido nenhuma dificuldade pra entender a trama (se no início você ficar meio perdido, relaxe que a cada página tudo vai fazendo sentido), fiquei encantando com ela, e com o desenrolar da história. Vale a pena dar uma conferida, e pode ter certeza que estarei esperando ansioso pelo lançamento da edição 1.
Entrelinhas
Em Vingadores vs X-Men aparecem muitos personagens já conhecidos do universo Marvel. Isso não impede quem não esteja familiarizado com eles de aproveitar a história, porém, dois temas complexos são de suma importância para o entendimento do arco principal. O primeiro deles é saber quem é a Feiticeira Escarlate.
A Feiticeira Escarlate, cujo verdadeiro nome é Wanda Maximoff, é uma mutante, filha de Magneto. Inicialmente era uma vilã, fazendo parte de uma gangue com outros mutantes foras-da-lei, mas posteriormente se redimiu, e chegou inclusive a fazer parte dos Vingadores. É uma feiticeira, ou seja, seus poderes residem em sua capacidade de alterar a realidade, sendo por isso extremamente poderosa.
Sua importância real em Vingadores vs X-Men reside em seu papel no que ficou conhecido como Dinastia M. Nessa minissérie, Wanda enlouquece em razão de sua mutação, e altera toda a realidade, criando uma Terra alternativa onde os mutantes são a maioria e os humanos uma minoria oprimida. Não vou
enrolar muito na descrição desse arco, mas o importante aqui é saber que ao final da história, Wanda traz de volta a "nossa" realidade, mas, ao proferir apenas três palavras, "chega de mutantes", reduz o número de mutantes de milhares para apenas 198.
Agora me diz, porque esse massacre todo? Acontece que ao longo de mais de 10 anos de publicação dos X-Men, foram tantos personagens introduzidos que chegaram a existir mais mutantes que humanos normais. Se você realmente parar pra pensar, são MUITOS mutantes, e a Marvel começou a encarar isso como um problema. Assim, a Dinastia M foi a forma que a Marvel encontrou pra reduzir drasticamente a quantidade de mutantes em suas histórias. Como consequencia, os mutantes passaram a se considerar uma espécie em extinção, que luta pela sua própria sobrevivência. Essa temática de luta pela sobrevivência dos X-Men é essencial para o entendimento de Vingadores vs X-Men, principalmente porque eles acreditam que a esperança da raça mutante está nas mãos de Esperança, primeira mutante nascida após os eventos da Dinastia M.
O outro tópico importante se trata da Força Fênix. Para quem não sabe, essa é ainda mais difícil de explicar. Mas basicamente é o seguinte: a Força Fênix é uma entidade cósmica imortal nascida do vácuo espacial, considerada uma das forças universais da vida. Tem um poder com potencial tão destrutivo que pode destruir por completo qualquer parte do universo.
Foi nesse momento que nasceu meu interesse por esse mundo totalmente novo pra mim até então. Se antes nunca tinha pego numa revista da DC ou da Marvel, fui às bancas pela primeira vez com esse propósito. Aproveitando a recente reformulação de todo o Universo da DC (empresa responsável por alguns dos mais famosos super-heróis que conhecemos, como Batman e Superman), e comecei a acompanhar mensalmente alguns de seus maiores títulos.
No começo não foi uma experiência das mais fáceis. Personagens como Flash, Batman, Lanterna Verde e Superman existem há decadas, e no começo foi bem difícil me situar. Eu não sabia, mas muita coisa tinha acontecido com eles durante todo esse tempo. Mas depois de um começo meio lento, tudo ficou muito mais prazeroso. Você percebe que todas as peças se encaixam, e que você não precisa ter acompanhado os personagens ao longo de todos esse anos para curtir e entender suas histórias atuais. Claro que a ajuda do Google facilitou, e muito, em diversos momentos.
Porém, apesar de todo esse meu interesse atual, eu nunca tinha chegado a ler um dos quadrinhos da Marvel, já que eles não tinham passado por nenhuma reformulação recente, e a maioria se encontrava em edições avançadas. Eis que, por acaso, vi o anúncio na internet de que a Panini Comics ia lançar a edição nacional de Vingadores vs X-Men.
A expectativa era alta, e a edição 0 foi lançada agora em março. Resolvi dar uma olhada, e devo admitir que valeu cada centavo investido (a revista sai à R$12,90). A história é sensacional. A trama é promissora, e é fácil de entender até para quem não está muito familiarizado com o universo da Marvel. Claro que no início algumas informações são importantes, mas como podem ver mais abaixo, resolvi dar uma facilitada pra quem tem preguiça de ficar pesquisando no Google.
Bem, eu não sou muito conhecedor do universo dos quadrinhos, e nem um especialista, mas além de não ter tido nenhuma dificuldade pra entender a trama (se no início você ficar meio perdido, relaxe que a cada página tudo vai fazendo sentido), fiquei encantando com ela, e com o desenrolar da história. Vale a pena dar uma conferida, e pode ter certeza que estarei esperando ansioso pelo lançamento da edição 1.
Em Vingadores vs X-Men aparecem muitos personagens já conhecidos do universo Marvel. Isso não impede quem não esteja familiarizado com eles de aproveitar a história, porém, dois temas complexos são de suma importância para o entendimento do arco principal. O primeiro deles é saber quem é a Feiticeira Escarlate.
A Feiticeira Escarlate, cujo verdadeiro nome é Wanda Maximoff, é uma mutante, filha de Magneto. Inicialmente era uma vilã, fazendo parte de uma gangue com outros mutantes foras-da-lei, mas posteriormente se redimiu, e chegou inclusive a fazer parte dos Vingadores. É uma feiticeira, ou seja, seus poderes residem em sua capacidade de alterar a realidade, sendo por isso extremamente poderosa.
Sua importância real em Vingadores vs X-Men reside em seu papel no que ficou conhecido como Dinastia M. Nessa minissérie, Wanda enlouquece em razão de sua mutação, e altera toda a realidade, criando uma Terra alternativa onde os mutantes são a maioria e os humanos uma minoria oprimida. Não vou
enrolar muito na descrição desse arco, mas o importante aqui é saber que ao final da história, Wanda traz de volta a "nossa" realidade, mas, ao proferir apenas três palavras, "chega de mutantes", reduz o número de mutantes de milhares para apenas 198.
Agora me diz, porque esse massacre todo? Acontece que ao longo de mais de 10 anos de publicação dos X-Men, foram tantos personagens introduzidos que chegaram a existir mais mutantes que humanos normais. Se você realmente parar pra pensar, são MUITOS mutantes, e a Marvel começou a encarar isso como um problema. Assim, a Dinastia M foi a forma que a Marvel encontrou pra reduzir drasticamente a quantidade de mutantes em suas histórias. Como consequencia, os mutantes passaram a se considerar uma espécie em extinção, que luta pela sua própria sobrevivência. Essa temática de luta pela sobrevivência dos X-Men é essencial para o entendimento de Vingadores vs X-Men, principalmente porque eles acreditam que a esperança da raça mutante está nas mãos de Esperança, primeira mutante nascida após os eventos da Dinastia M.
O outro tópico importante se trata da Força Fênix. Para quem não sabe, essa é ainda mais difícil de explicar. Mas basicamente é o seguinte: a Força Fênix é uma entidade cósmica imortal nascida do vácuo espacial, considerada uma das forças universais da vida. Tem um poder com potencial tão destrutivo que pode destruir por completo qualquer parte do universo.
Sunwing
quinta-feira, 28 de março de 2013
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Apesar de Asa-de-Prata ser um bom livro e nos apresentar um universo totalmente novo, a história é previsível e simples demais. Porém, alguns dos maiores mistérios da trama não são revalados, o que tornava quase imprescindível uma continuação: Sunwing.
Se Asa-de-Prata era simples e previsível, Sunwing muda totalmente o tom da história. Mais sério e maduro, menos inocente e totalmente imprevisível, Sunwing é a versão definitiva da aventura dos morcegos Sombra e Marina.
Quase todos os pontos baixos de Asa-de-Prata são deixados de lado aqui. Há um desenvolvimento muito maior dos personagens e uma consequente maior identificação do leitor com os protagonistas. A personalidade de Sombra se torna mais verossímil e sua genialidade está sempre sendo questionada. Godo está mais perigoso que nunca, e a guerra com as corujas e o segredo por trás dos Humanos darão uma guinada surpreendente.
Todos os mistérios vão sendo revelados aos poucos ao longo da história, o que não nos faz querer largar a leitura. Mas é no final que está o maior trunfo de Kenneth Oppel.
Outro ponto positivo é a seriedade da história. Temas polêmicos como fanatismo religioso e a prepotência de nós seres humanos para com a natureza são abordadas de forma muito interessante. Além disso, as cenas de ação são muito bem descritas e não somos poupados de nenhum detalhe das ferozes batalhas.
Algo que eu não esperava era o tom mais fantasioso de Sunwing. Não que os morcegos humanizados de Asa-de-Prata fossem totalmente verossímeis, mas aqui a história aborda questões como a mitologia própria dos morcegos sendo algo real e tangível. Não sei se considero isso algo positivo, mas tudo fica muito bem estabelicido dentro do universo criado por Oppel.
Infelizmente, Sunwing ainda não teve tradução para o português, portanto, quem quiser saber o fim das aventuras de Sombra e Marina terá de se aventurar, como eu, na versão em inglês. No começo é difícil, o que fez eu demorar mais do que o esperado para terminar o livro, mas depois de um tempo você se acostuma e a leitura flui muito melhor.
Enfim, Sunwing é uma excelente continuação. Não só tapa todos os buracos deixados pelo primeiro livro, como é uma história que nos surpreende e prende do começo ao fim. Mais do que recomenado.
Entrelinhas
SPOILERS!
Para quem não sabe, os experimentos feitos por humanos em morcegos e corujas em Sunwing realmente existiu.
Desenvolvido pelos EUA na Segunda Guerra Mundial para ser utilizado contra Japão, o morcego bomba foi concebido pelo cirurgião dentista Lytle S. Adams, que apresentou-o à Casa Branca em janeiro de 1942, onde foi aprovado posteriormente pelo presidente Roosevelt.
O "X-Ray Project", como posteriormente ficou conhecido,consistia em fixar pequenas bombas incendiárias de napalm (conjunto de líquidos inflamáveis à base de gasolina gelificada, utilizados como armamento militar) no abdômen de morcegos. Posteriormente, os morcegos seriam soltos pela noite em zonas industriais japonesas e, ao amanhecer, se refugiariam nos telhados e frestas das industrias e casas. Depois, graças a um temporizador, as bombas explodiriam incendiando o local.
A ideia começou a perder forças com o avanço do Projeto Manhattan, que se mostrava mais promissor. Ainda assim, as bombas morcego conseguiram atear fogo a uma aldeia simulada japonesa (durante a Segunda Guerra, os EUA simulavam construções japonesas em território americano onde podiam testar armamentos eficientes nos seus esforços de guerra), um hangar do exército americano e um carro.
Superman Terra Um
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Superman (ou Super-Homem, se preferir) foi criado pela dupla de autores de quadrinhos Joe Shuster e Jerry Siegel. Nascido no fictício planeta Krypton, seu nome verdadeiro é Kal-El (que significaria Filho das Estrelas no idioma kryptoniano). Foi mandado à Terra por seu pai, Jor-El, um brilhante cientista, momentos antes do planeta explodir, ainda bebê. O foguete aterrissou na Terra na cidade de Smallville, onde foi descoberto pelo casal de fazendeiros Jonathan e Martha Kent, que adotoram o jovem kryptoniano. Conforme foi crescendo, ele descobriu que tinha habilidades diferentes dos humanos. Quando não está atuando com o tradicional uniforme azul e vemelho, vive como Clark Kent, repórter do Planeta Diário.
Sua primeira aparição foi apresentada na revista Action Comics #1 em 1938, nos Estados Unidos. O personagem foi criado em meio a uma época em que a ética era duvidosa. Inúmeros problemas sociais e econômicos, e o mundo era tomado de assalto pela primeira vez por um super-herói - e eles nunca precisaram tanto deles. A ameaça de guerra na Europa e a crise econômica nos EUA deixavam todo mundo à espera de um salvador. De certa forma a mensagem messiânica por trás de um personagem aparentemente bobo como Superman era o que todos - sobretudo os jovens - queriam ter por perto, como aponta matéria da revista Super Interessante Edição Especial Desvendando os Super-Heróis.
Superman é conhecido por ser o primeiro super-herói reconhecido universalmente. Com base nele, foi fácil para outras mentes criativas elaborarem variações sobre o mesmo tema e produzirem personagens igualmente cativantes como Batman, Homem-Aranha e Wolverine.
Antes de continuar com minha publicação, devo admitir que nunca fui fã do Superman. Sempre achei ele um super-herói muito "apelão". Virtualmente invencível, acho que o personagem sempre foi superestimado, principalmente nos desenhos feitos para a televisão, onde ele praticamente não possui ponto fraco e está sempre um passo a frente de todo o mundo. Toda essa minha visão esterotipada, sim, esterotipada, pois nunca tinha aberto um gibi do Superman na vida, começou a mudar depois de assistir o primeiro trailer do novo filme do último sobrevivente de Krypton, "O Homem de Aço", com estréia prevista para julho desse ano. O filme parece querer focar no lado mais humano do personagem, buscando uma aproximação maior com os espectadores. Seguindo essa premissa, foi lançado no final do ano passado no Brasil Superman Terra Um.
Ela é a primeira de uma linha de álbuns de luxo que tem como intenção reinventar mitos dos quadrinhos da DC Comics: os principais personagens da editora, relançados com novas origens adaptadas aos tempos modernos. Então se ler na frente de uma revista Terra Um, esqueça amarras cronologias e vá de mente aberta. Terra Um será lançado apenas através de graphic novels, sem periodicidade definida, pensadas mais no mercado de livrarias do que nos leitores tradicionais de quadrinhos.
Superman Terra Um trás uma visão mais contemporânea do mesmo conto, da origem do Superman, o jogando num mundo mais verossímil que os anteriores.
Clark Kent num mundo mais real poderia ser qualquer coisa que ele quisesse ser: de jogador de futebol americano à cientista renomado em uma grande empresa. No entanto, o que ele procura para si é muito mais que ser o mais famoso de todos. É uma busca interna por um lugar só dele. Os valores impostos por seus pais adotivos e sua herança alienígena são discutidas de forma sóbria, ainda que no segundo ato tenha se tornado meio rápida. Aliás, o primeiro ato, com a apresentação do herói aos leitores, é muito bem elaborado. Pena que o mesmo não se possa dizer do segundo ato com a entrada do vilão meio sem graça e muito genérico. Mas o ponto alto da obra é a humanização do mito do Superman. Em Terra Um conseguimos, talvez pela primeira vez, entender de verdade Clark Kent. Nunca antes o personagem foi tão humano.
Outro ponto alto dessa origem alternativa são as respostas para algumas questões que sempre ficaram no ar em relação à origem do personagem, incluindo o porque de ele usar um uniforme tão "extravagante" em azul e vermelho. É explicado inclusive porque ele não resolve tensões politicas pelo mundo ou de seu não envolvimento em conflitos mundiais. Fica bem claro que ele não é uma força política ou policial, muito menos militar. O roteirista Straczynski fez um belo trabalho levando essas questões de forma simples e decidida. Apesar de não ser cronológica, a Graphic Novel se mostrou com um ponto de partida plausível.
De certa forma, Superman sempre foi criticado, inclusive por mim, por ser um herói puro demais, não se adequando ao nosso mundo. Hoje em dia todo mundo gosta de uns tons de cinza nos personagens, e esse é justamente o problema dele: Superman não tem esse lado ruim. Ele é a bondade encarnada, o que o torna pra muita gente chato. Mas ao ler novas abordagens do ícone dos quadrinhos, como essas de Superman Terra Um e Homem-de-Aço, começo a me perguntar se não é hora da gente também deixar um pouco de valorizar tanto as coisas erradas, e voltar um pouco pro lado bom. Superman abre mão de tudo, se entrega de corpo e alma em prol da humanidade, e, afinal, não é de pessoas assim de que tanto precisamos num mundo como o nosso?
Sua primeira aparição foi apresentada na revista Action Comics #1 em 1938, nos Estados Unidos. O personagem foi criado em meio a uma época em que a ética era duvidosa. Inúmeros problemas sociais e econômicos, e o mundo era tomado de assalto pela primeira vez por um super-herói - e eles nunca precisaram tanto deles. A ameaça de guerra na Europa e a crise econômica nos EUA deixavam todo mundo à espera de um salvador. De certa forma a mensagem messiânica por trás de um personagem aparentemente bobo como Superman era o que todos - sobretudo os jovens - queriam ter por perto, como aponta matéria da revista Super Interessante Edição Especial Desvendando os Super-Heróis.
Superman é conhecido por ser o primeiro super-herói reconhecido universalmente. Com base nele, foi fácil para outras mentes criativas elaborarem variações sobre o mesmo tema e produzirem personagens igualmente cativantes como Batman, Homem-Aranha e Wolverine.
Antes de continuar com minha publicação, devo admitir que nunca fui fã do Superman. Sempre achei ele um super-herói muito "apelão". Virtualmente invencível, acho que o personagem sempre foi superestimado, principalmente nos desenhos feitos para a televisão, onde ele praticamente não possui ponto fraco e está sempre um passo a frente de todo o mundo. Toda essa minha visão esterotipada, sim, esterotipada, pois nunca tinha aberto um gibi do Superman na vida, começou a mudar depois de assistir o primeiro trailer do novo filme do último sobrevivente de Krypton, "O Homem de Aço", com estréia prevista para julho desse ano. O filme parece querer focar no lado mais humano do personagem, buscando uma aproximação maior com os espectadores. Seguindo essa premissa, foi lançado no final do ano passado no Brasil Superman Terra Um.
Ela é a primeira de uma linha de álbuns de luxo que tem como intenção reinventar mitos dos quadrinhos da DC Comics: os principais personagens da editora, relançados com novas origens adaptadas aos tempos modernos. Então se ler na frente de uma revista Terra Um, esqueça amarras cronologias e vá de mente aberta. Terra Um será lançado apenas através de graphic novels, sem periodicidade definida, pensadas mais no mercado de livrarias do que nos leitores tradicionais de quadrinhos.
Superman Terra Um trás uma visão mais contemporânea do mesmo conto, da origem do Superman, o jogando num mundo mais verossímil que os anteriores.
Clark Kent num mundo mais real poderia ser qualquer coisa que ele quisesse ser: de jogador de futebol americano à cientista renomado em uma grande empresa. No entanto, o que ele procura para si é muito mais que ser o mais famoso de todos. É uma busca interna por um lugar só dele. Os valores impostos por seus pais adotivos e sua herança alienígena são discutidas de forma sóbria, ainda que no segundo ato tenha se tornado meio rápida. Aliás, o primeiro ato, com a apresentação do herói aos leitores, é muito bem elaborado. Pena que o mesmo não se possa dizer do segundo ato com a entrada do vilão meio sem graça e muito genérico. Mas o ponto alto da obra é a humanização do mito do Superman. Em Terra Um conseguimos, talvez pela primeira vez, entender de verdade Clark Kent. Nunca antes o personagem foi tão humano.
Outro ponto alto dessa origem alternativa são as respostas para algumas questões que sempre ficaram no ar em relação à origem do personagem, incluindo o porque de ele usar um uniforme tão "extravagante" em azul e vermelho. É explicado inclusive porque ele não resolve tensões politicas pelo mundo ou de seu não envolvimento em conflitos mundiais. Fica bem claro que ele não é uma força política ou policial, muito menos militar. O roteirista Straczynski fez um belo trabalho levando essas questões de forma simples e decidida. Apesar de não ser cronológica, a Graphic Novel se mostrou com um ponto de partida plausível.
De certa forma, Superman sempre foi criticado, inclusive por mim, por ser um herói puro demais, não se adequando ao nosso mundo. Hoje em dia todo mundo gosta de uns tons de cinza nos personagens, e esse é justamente o problema dele: Superman não tem esse lado ruim. Ele é a bondade encarnada, o que o torna pra muita gente chato. Mas ao ler novas abordagens do ícone dos quadrinhos, como essas de Superman Terra Um e Homem-de-Aço, começo a me perguntar se não é hora da gente também deixar um pouco de valorizar tanto as coisas erradas, e voltar um pouco pro lado bom. Superman abre mão de tudo, se entrega de corpo e alma em prol da humanidade, e, afinal, não é de pessoas assim de que tanto precisamos num mundo como o nosso?
O Que Não Mudou Depois da Rio+20
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Há mais de 6 meses aconteceu o maior evento já realizado pelas Nações Unidas,
o Rio+20, que contou com a participação de chefes de estados de cento e
noventa nações que propuseram mudanças, sobretudo, no modo como estão
sendo usados os recursos naturais do planeta.
Como estudante de engenharia ambiental, a realização do evento e suas consequencias deveriam ser de suma importância para mim. Cheguei inclusive a visitar a Cúpula das Nações, instalada no Aterro do Flamengo. Infelizmente, em função da já premeditada falta de resultados conclusivos, fiquei extramente chateado e decepcionado com o resultado efetivo da conferência e não me interessei como deveria pelo assunto na época.
Agora, em pleno início de 2013, finalmente peguei pra ler um artigo sobre o tema, este em questão publicado pela Scientific American Brasil, Edição Especial Ambiente. Pude, pela primeira vez, compreender tudo que esteve por trás do megaevento, o porque de sua aparente inefetividade, e pra que ele realmente serviu.
Os trechos a seguir foram retiradas do dito artigo, escrito pelo sociólogo Sérgio Abranches. Nada é mais esclarecedor que ler o texto na íntegra, mas para quem não tem acesso à revista, essas foram as partes mais explicativas e importantes na compreensão da atual situação da política sustentável global.
"Na primeira semana do encontro, 500 cientistas mergulharam em suas dúvidas, debates, controvérias num importante encontro (...) Entre essas dúvidas não está a de que o mundo passa por mudanças climáticas induzidas pela ação humana. Não há mais divisão entre cientistas que negam e afirmam a realidade da mudança climática.
Porque essa concordância entre os cientistas em pontos-chave não se transforma em documentos robustos? Porque a experiência com as negociações das convenções da biodiversidade e do clima já demonstrou que essas grandes assembleias, em que as decisões exigem uniminidade, não levam a decisões ambiciosas. (...) Nelson Rodrigues, dizia que "toda unaminidade é burra". Mais que isso, ela exige que todos se contentem com o mínimo, quando o mais razoável é buscar o máximo. O mínimo é o mais insustentável dos propósitos, diante da dimensão do que ameaça a humanidade."
""A Rio+20 terminou hoje com um conjunto de resultados que, se realmente levados adiante nos próximos meses e anos, oferece a oportunidade para catalizar caminhos rumo a um século 21 mais sustentável." Assim Achim Steiner, diretor executivo do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) definiu a conclusão da Rio+20. Anotou que é uma promessa, não um resultado palpável. "Vamos em passos incrementais." O problema desse passo a passo das decisões globais é que a crise ambiental e climática avança em alta velocidade e aumentam os riscos efetivos de ruptura ecológicas, principalmente às associadas à mudança climática.
No mundo oficial , decidiu-se por um processo de negociações, sem garantias de que terá bons resultados. Ele tem prazo definido para chegar aos resultados inicados, mas o mandato aos negociadores é amplo e difuso demais. Não garante que o produto final corresponderá às aspirações enunciadas nos discursos oficiais."
"Na Rio+20 não se conseguiu concenso sobre o mínimo necessário para começarmos essa caminhada rumo à sustentabilidade. Chegou-se ao compromisso possível. Mas não é assim que funciona com o clima e o ambiente. A natureza do desafio mudou. No século 20, o compromisso era possível, porque as questões eram políticas e de segurança militar. No século 21, as forças que nos ameaçam não admitem compromissos, nem atraso. Não se pode pedir que as mudanças climáticas recuem e deem novos prazos à humanidade. A Natureza é tema, mas não se senta à mesa de negociações."
"(...) A Rio+20 ocorreu em um momento de muita turbulência na economia globalizada, incerteza sobre as consequências da crise financeira, desdobramentos políticos em muitas partes do mundo e capacidade da comunidade internacional para lidar com esses conflitos. (...) não se pode permitir que essas dificuldades se sobreponham ao enfrentamento dos perigos postos pelas ações humanas ambientalmente destrutivas.(...) embora algum progresso tenha sido feito no trato das questões ambientais globais, redução da pobreza e segurança alimentar, hídrica e humana, a escala dessas ações não foi comensurável com a escala dos problemas."
"Quando se examinam em seu conjunto as peças que compuseram esse megaevento, o que fica claro é que tiveram muito mais sucesso as iniciativas que implicavam ações voluntárias que aquelas que envolviam comprometimento político mais forte e que poderiam evoluir para compromissos de natureza mais compulsória."
"Formar concenso em uma assembléia desigual de nações em torno de compromissos que exigem mudanças no padrão econômico e energético e regulamentação do desempenho dos países é muito difícil. O máximo que se obtém é um raso mínimo denominador comum. Como a regra é a unaminidade, qualquer país tem poder de veto. Como cada país tem pelo menos uma área de interesses que considera inegociáveis, a probabilidade de que vetos cruzados eliminem a relevância de todas as decisões é enorme.
A diversidade é grande e os interesses começam a se diferenciar de forma muito mais acentuada com as mudanças globais. As áreas de conflito se ampliam mais rapidamente que as áreas de cooperação."
"Dada a sua magnitude essas reuniões chamam cada vez mais a atenção da mídia global, o que aumenta a visibilidade das questões de que tratam e facilita a mobilização da opinião pública. Essa mobilização é um ingrediente essencial para mudanças no âmbito dos países (...)"
Como estudante de engenharia ambiental, a realização do evento e suas consequencias deveriam ser de suma importância para mim. Cheguei inclusive a visitar a Cúpula das Nações, instalada no Aterro do Flamengo. Infelizmente, em função da já premeditada falta de resultados conclusivos, fiquei extramente chateado e decepcionado com o resultado efetivo da conferência e não me interessei como deveria pelo assunto na época.
Agora, em pleno início de 2013, finalmente peguei pra ler um artigo sobre o tema, este em questão publicado pela Scientific American Brasil, Edição Especial Ambiente. Pude, pela primeira vez, compreender tudo que esteve por trás do megaevento, o porque de sua aparente inefetividade, e pra que ele realmente serviu.
Os trechos a seguir foram retiradas do dito artigo, escrito pelo sociólogo Sérgio Abranches. Nada é mais esclarecedor que ler o texto na íntegra, mas para quem não tem acesso à revista, essas foram as partes mais explicativas e importantes na compreensão da atual situação da política sustentável global.
"Na primeira semana do encontro, 500 cientistas mergulharam em suas dúvidas, debates, controvérias num importante encontro (...) Entre essas dúvidas não está a de que o mundo passa por mudanças climáticas induzidas pela ação humana. Não há mais divisão entre cientistas que negam e afirmam a realidade da mudança climática.
Porque essa concordância entre os cientistas em pontos-chave não se transforma em documentos robustos? Porque a experiência com as negociações das convenções da biodiversidade e do clima já demonstrou que essas grandes assembleias, em que as decisões exigem uniminidade, não levam a decisões ambiciosas. (...) Nelson Rodrigues, dizia que "toda unaminidade é burra". Mais que isso, ela exige que todos se contentem com o mínimo, quando o mais razoável é buscar o máximo. O mínimo é o mais insustentável dos propósitos, diante da dimensão do que ameaça a humanidade."
""A Rio+20 terminou hoje com um conjunto de resultados que, se realmente levados adiante nos próximos meses e anos, oferece a oportunidade para catalizar caminhos rumo a um século 21 mais sustentável." Assim Achim Steiner, diretor executivo do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) definiu a conclusão da Rio+20. Anotou que é uma promessa, não um resultado palpável. "Vamos em passos incrementais." O problema desse passo a passo das decisões globais é que a crise ambiental e climática avança em alta velocidade e aumentam os riscos efetivos de ruptura ecológicas, principalmente às associadas à mudança climática.
No mundo oficial , decidiu-se por um processo de negociações, sem garantias de que terá bons resultados. Ele tem prazo definido para chegar aos resultados inicados, mas o mandato aos negociadores é amplo e difuso demais. Não garante que o produto final corresponderá às aspirações enunciadas nos discursos oficiais."
"Na Rio+20 não se conseguiu concenso sobre o mínimo necessário para começarmos essa caminhada rumo à sustentabilidade. Chegou-se ao compromisso possível. Mas não é assim que funciona com o clima e o ambiente. A natureza do desafio mudou. No século 20, o compromisso era possível, porque as questões eram políticas e de segurança militar. No século 21, as forças que nos ameaçam não admitem compromissos, nem atraso. Não se pode pedir que as mudanças climáticas recuem e deem novos prazos à humanidade. A Natureza é tema, mas não se senta à mesa de negociações."
"(...) A Rio+20 ocorreu em um momento de muita turbulência na economia globalizada, incerteza sobre as consequências da crise financeira, desdobramentos políticos em muitas partes do mundo e capacidade da comunidade internacional para lidar com esses conflitos. (...) não se pode permitir que essas dificuldades se sobreponham ao enfrentamento dos perigos postos pelas ações humanas ambientalmente destrutivas.(...) embora algum progresso tenha sido feito no trato das questões ambientais globais, redução da pobreza e segurança alimentar, hídrica e humana, a escala dessas ações não foi comensurável com a escala dos problemas."
"Quando se examinam em seu conjunto as peças que compuseram esse megaevento, o que fica claro é que tiveram muito mais sucesso as iniciativas que implicavam ações voluntárias que aquelas que envolviam comprometimento político mais forte e que poderiam evoluir para compromissos de natureza mais compulsória."
"Formar concenso em uma assembléia desigual de nações em torno de compromissos que exigem mudanças no padrão econômico e energético e regulamentação do desempenho dos países é muito difícil. O máximo que se obtém é um raso mínimo denominador comum. Como a regra é a unaminidade, qualquer país tem poder de veto. Como cada país tem pelo menos uma área de interesses que considera inegociáveis, a probabilidade de que vetos cruzados eliminem a relevância de todas as decisões é enorme.
A diversidade é grande e os interesses começam a se diferenciar de forma muito mais acentuada com as mudanças globais. As áreas de conflito se ampliam mais rapidamente que as áreas de cooperação."
"Dada a sua magnitude essas reuniões chamam cada vez mais a atenção da mídia global, o que aumenta a visibilidade das questões de que tratam e facilita a mobilização da opinião pública. Essa mobilização é um ingrediente essencial para mudanças no âmbito dos países (...)"
Detona Ralph
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Enquanto a Pixar dava uma de Disney e criava a sua princesa em Valente, a Disney Animation foi dar uma de Pixar e fazer o seu próprio Toy Story. Porém, em vez dos brinquedos que ganham vida quando ninguém está olhando, Detona Ralph mostra o que os personagens dos videogames fazem depois do último game over do dia.
O longa conta a história de Ralph, que tem sido por 30 anos o vilão do jogo Conserta Félix Jr., uma relíquia do fliperama. Porém, cansado de ser posto de lado por todos os outros que vangloriam apenas o herói que dá nome ao jogo e as suas muitas medalhas de ouro, Ralph resolve fugir da sua programação, e tentar a sorte nos demais jogos, para enfim conseguir a medalha que lhe dará um pouco do sonhado reconhecimento. Do mundo dos 8 bits onde ele ainda resistia bravamente, Ralph vai parar em um moderníssimo jogo de tiro em primeira pessoa de alta definição ambientado em um planeta alienígena cheio de insetos gigantes voadores. É claro que o resultado não podia ser outro: ele causa a maior confusão e coloca em risco todo o universo que existe por trás dos jogos daquele arcade. Nesse meio tempo, Ralph vai parar no jogo Sugar Rush, uma mistura de Mario Kart e Speed Racer com garotas pilotando carros de guloseimas, onde conhece Venellope, uma adorável pilota que por ter um bug, uma falha de programação, é discriminada e não pode participar das corridas. Unidos pelo sentimento de exclusão, Ralph e Venellope se tornam amigos, e agora, antes de conseguir voltar para casa, ele vai ter de ajudar a pequena corredora a vencer uma corrida.
O filme começa de forma genial. A apresentação do divertido universo em que, fora do expediente, vilões se encontram no lar do fantasma de Pacman, e personagens de jogos ultrapassados são largados à mendicância na estação central é digna de um oscar.
Principalmente durante o começo do filme são inúmeras as referências a diversos jogos, que testarão os conhecimentos gamísticos da platéia: desde a reunião de vilões na sala dos fantasmas de Pac-man (que conta com alguns dos mais famosos personagens da história dos videogames) até a tomada central que une todas as máquinas, haverá diversas tiradinhas fazendo referência a clássicos como Asteroids, Space Invaders, Pong, Street Fighter e muitos outros jogos. Os pequenos não devem se ligar muito, mas os mais viciados com certa idade, como eu, certamente irão à loucura. Algumas cenas, como aquela em que Kano aplica seu clássico fatality (sim, o do coração), ou a senha usada para abrir a sala de programação ser o clássico código da Konami dos anos 90 realizado em um controle do Nintendinho, estão ali apenas para a alegria dos gamers.
Com um roteiro bem costurado, cada personagem, em vez de só inchar o elenco e disparar piadinhas específicas, tem diversas oportunidades de descobrir maneiras inusitadas de empregar os seus dons e crescer na narrativa.
O diretor ainda capricha ao conferir a cada jogo uma assinatura visual específica: em Conserta Félix Jr., os objetos de 8-bits têm contornos retangulares, os personagens movimentam-se quase em um stop-motion, que reproduzem a limitação técnica de antigamente, e os sons são bem característicos; já em Missão de Herói, a alta definição da Sargento Calhoun e a liberdade de movimento conferem o grau de realismo esperado do mais recente lançamento.
Infelizmente, o filme perde um pouco do brilho no segundo ato, quando o mote passa a ser a amizade que Ralph constrói com Vanellope. Apesar da premissa ser legal, o filme se torna um tanto quanto infantil, o que é até compreensível por ser um filme voltado para o público mais novo, e as referências ao mundo dos games passa a se resumir a algumas citações
Apesar desse deslize, o longa volta a brilhar a partir do começo do último ato. Apresentando uma conclusão sensível e doce, capaz até de provocar discretas lágrimas, e ação na medida, Detona Ralph nos ensina a aceitar o nosso papel na sociedade, sela ele qual for, e desempenhá-lo com prazer e da melhor maneira possível, mesmo que isso não nos renda os fogos de artifício esperados.
Achei que o brilho do final foi que nenhum dos personagens magicamente deixaram de ser quem eram antes para ter um lindo final feliz. Cada um deles aprendeu a viver com o melhor que têm. Acima da média para um final de filme infantil.
Enfim, Detona Ralph abre o ano de animações com alto nível de qualidade.A ideia é genial, e se, bem explorada, pode gerar ótimas sequencias.
Apesar de tudo, se você nunca pegou num videogame na vida e já não é mais criança é melhor ser cauteloso quanto a esse filme. Mas isso não importa. Esse não é o meu caso.
Entrelinhas
Paperman, o curta-metragem exibido antes do início do filme, é lindo.
Ah, e não se esqueçam que Detona Ralph é um filme infantil, e, portanto, a sala estará repleta de crianças. Se já faz um tempo desde a última vez que você foi ao cinema com uma, já vá sabendo que no início pode ser extremamente irritante. Elas não param de falar, e em alguns momentos do filme, principalmente no começo, é difícil escutar o que os personagens estão falando. Além disso, você pode ter a "sorte" de, como eu, sentar do lado de uma criança que faz o favor de comentar cada cena do filme. Eu me senti um velho. Mas relaxe e curta o filme. Um dia nós fomos crianças também.
O longa conta a história de Ralph, que tem sido por 30 anos o vilão do jogo Conserta Félix Jr., uma relíquia do fliperama. Porém, cansado de ser posto de lado por todos os outros que vangloriam apenas o herói que dá nome ao jogo e as suas muitas medalhas de ouro, Ralph resolve fugir da sua programação, e tentar a sorte nos demais jogos, para enfim conseguir a medalha que lhe dará um pouco do sonhado reconhecimento. Do mundo dos 8 bits onde ele ainda resistia bravamente, Ralph vai parar em um moderníssimo jogo de tiro em primeira pessoa de alta definição ambientado em um planeta alienígena cheio de insetos gigantes voadores. É claro que o resultado não podia ser outro: ele causa a maior confusão e coloca em risco todo o universo que existe por trás dos jogos daquele arcade. Nesse meio tempo, Ralph vai parar no jogo Sugar Rush, uma mistura de Mario Kart e Speed Racer com garotas pilotando carros de guloseimas, onde conhece Venellope, uma adorável pilota que por ter um bug, uma falha de programação, é discriminada e não pode participar das corridas. Unidos pelo sentimento de exclusão, Ralph e Venellope se tornam amigos, e agora, antes de conseguir voltar para casa, ele vai ter de ajudar a pequena corredora a vencer uma corrida.
O filme começa de forma genial. A apresentação do divertido universo em que, fora do expediente, vilões se encontram no lar do fantasma de Pacman, e personagens de jogos ultrapassados são largados à mendicância na estação central é digna de um oscar.
Principalmente durante o começo do filme são inúmeras as referências a diversos jogos, que testarão os conhecimentos gamísticos da platéia: desde a reunião de vilões na sala dos fantasmas de Pac-man (que conta com alguns dos mais famosos personagens da história dos videogames) até a tomada central que une todas as máquinas, haverá diversas tiradinhas fazendo referência a clássicos como Asteroids, Space Invaders, Pong, Street Fighter e muitos outros jogos. Os pequenos não devem se ligar muito, mas os mais viciados com certa idade, como eu, certamente irão à loucura. Algumas cenas, como aquela em que Kano aplica seu clássico fatality (sim, o do coração), ou a senha usada para abrir a sala de programação ser o clássico código da Konami dos anos 90 realizado em um controle do Nintendinho, estão ali apenas para a alegria dos gamers.
Com um roteiro bem costurado, cada personagem, em vez de só inchar o elenco e disparar piadinhas específicas, tem diversas oportunidades de descobrir maneiras inusitadas de empregar os seus dons e crescer na narrativa.
O diretor ainda capricha ao conferir a cada jogo uma assinatura visual específica: em Conserta Félix Jr., os objetos de 8-bits têm contornos retangulares, os personagens movimentam-se quase em um stop-motion, que reproduzem a limitação técnica de antigamente, e os sons são bem característicos; já em Missão de Herói, a alta definição da Sargento Calhoun e a liberdade de movimento conferem o grau de realismo esperado do mais recente lançamento.
Infelizmente, o filme perde um pouco do brilho no segundo ato, quando o mote passa a ser a amizade que Ralph constrói com Vanellope. Apesar da premissa ser legal, o filme se torna um tanto quanto infantil, o que é até compreensível por ser um filme voltado para o público mais novo, e as referências ao mundo dos games passa a se resumir a algumas citações
Apesar desse deslize, o longa volta a brilhar a partir do começo do último ato. Apresentando uma conclusão sensível e doce, capaz até de provocar discretas lágrimas, e ação na medida, Detona Ralph nos ensina a aceitar o nosso papel na sociedade, sela ele qual for, e desempenhá-lo com prazer e da melhor maneira possível, mesmo que isso não nos renda os fogos de artifício esperados.
Achei que o brilho do final foi que nenhum dos personagens magicamente deixaram de ser quem eram antes para ter um lindo final feliz. Cada um deles aprendeu a viver com o melhor que têm. Acima da média para um final de filme infantil.
Enfim, Detona Ralph abre o ano de animações com alto nível de qualidade.A ideia é genial, e se, bem explorada, pode gerar ótimas sequencias.
Apesar de tudo, se você nunca pegou num videogame na vida e já não é mais criança é melhor ser cauteloso quanto a esse filme. Mas isso não importa. Esse não é o meu caso.
Entrelinhas
Paperman, o curta-metragem exibido antes do início do filme, é lindo.
Ah, e não se esqueçam que Detona Ralph é um filme infantil, e, portanto, a sala estará repleta de crianças. Se já faz um tempo desde a última vez que você foi ao cinema com uma, já vá sabendo que no início pode ser extremamente irritante. Elas não param de falar, e em alguns momentos do filme, principalmente no começo, é difícil escutar o que os personagens estão falando. Além disso, você pode ter a "sorte" de, como eu, sentar do lado de uma criança que faz o favor de comentar cada cena do filme. Eu me senti um velho. Mas relaxe e curta o filme. Um dia nós fomos crianças também.
As Aventuras de Pi
domingo, 6 de janeiro de 2013
Quando li a sinopse de As Aventuras de Pi pela primeira vez, quase que descartei por completo a possibilidade de ver o filme nos cinemas. Não me interessei pela trama. Não gosto de filmes sobre sobreviventes de acidentes trágicos, que narram sua luta diária para sobreviver. Porém, depois de assistir o trailer, percebi que o filme é mais do que uma história de sobrevivência, e sim, uma história de superação, e porque não, de fé.
Outro clichê que quase que me desinteressou de assistir o filme: seu alto teor religioso. Inicialmente, achei que a história ia focar no poder milagroso de superação da fé, que faria com que o protagonista superasse a tudo e a todos. Na prática, sabemos que não é bem assim. Porém, ao término do filme, percebi que a importância da fé não é acreditar em um Deus, ou em vários deles, mas, sim, em acreditar em algo, acreditar em si mesmo, e na nossa capacidade de superação. E essa força, essa vontade, vem de nós mesmos. As Aventuras de Pi não é um filme sobre um náufrago em uma situação inusitada e seu salvamento quase mágico. É sim uma história sobre como enfrentar adversidades. Sobre como enxergar o melhor lado de uma situação potencialmente traumática e transformadora. É sobre como se transformar para não se deixar ser transformado em sua essência. Sempre existe mais de uma maneira para enxergar algo, e cabe a cada um encontrar a melhor.
Pi Patel é um garoto indiano que vive com sua família em um zoológico. Como os negócios não vão bem, seu pai resolve embarcar com a família e seus animais para iniciar vida nova no Canadá. Para isso terão que enfrentar uma viagem de navio que não acaba nada bem. Único sobrevivente do desastre, Pi terá que dividir o espaço no bote com uma hiena, uma zebra ferida, um orangotango e um tigre de bengala chamado Richard Parker. As escolhas que terá que fazer e as atitudes que terá que tomar para sobreviver podem transformar Pi e tudo em que ele acredita.
As Aventuras de Pi começa um tanto quanto devagar. Ele leva certo tempo para começar, passando um período enorme em explicações e conversas. Mas essa suposta lentidão inicial se mostra extremamente necessária para construir o personagem e nos fazer compreender o seu comportamento diante dos acontecimentos posteriores.
A trama muda totalmente de rumo quando Pi sobrevive ao trágico acidente. A partir desse momento, alguns podem pensar que o rumo do filme é tomado pela questão da vida ou morte do protagonista. Ledo engano. O rumo das aventuras é tomado por surpresas, estas ilustradas ainda mais pela tecnologia 3D muitíssimo bem utilizada. Com surpresas, sustos e uma bela combinação, imagens espetaculares são lançadas aos olhos do público.
O belo uso do 3D cria o que faltava para nos sentirmos imersos na solidão do personagem em alto-mar. O mar infinto, que, inúmeras vezes, se confunde com céu, é de uma beleza ímpar. Mas o que ele tem de belo, tem de assustador. Acho que mais que medo, o mar nos inspira respeito. Como o filme fez questão de mostrar, somos muito pequenos diante de toda a sua vastidão e poder.
Como se tudo isso não bastasse, ainda temos um tigre recriado digitalmente que beira a perfeição, tornando difícil a tarefa de distinguir muitas das tomadas onde o animal real foi usado e onde o dublê digital assumiu a cena.
Visual, emocional e espiritual são unidos de forma grandiosa, tratando das micro e macro visões da vida, constantemente fundidas, formando paradoxos infinitos, nos quais o um é o todo e o todo é um. Impossível não se sentir parte do universo de Pi.
Mesmo com todos esse aspectos citados, o ponto principal da história, e que mais mexe com o espectador, é a relação entre Pi e o tigre. Richard Park passa de uma simples besta feroz para um companheiro de viagem não só do jovem Pi, mas de todos nós. A relação, que envolve respeito, medo e companheirismo, não para de evoluir e é difícil imaginar como ela vai acabar. A despedida dói no espectador.
Um ponto que deve ser citado é que, apesar do tempo encurtado de exposição não permitir que sinta-se pena pelos outros animais náufragos, gradativamente devorados por Richard Parker, acho que isso leva o filme a não ser indicado para crianças muito pequenas, que podem não suportar a primeira parte do filme.
Infelizmente, o final me pareceu simplista demais em comparação ao que eu esperava.
Como diz o famoso ditado. “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Às vezes, contos são narrados de tal maneira que viram fantasias. Tudo, porém, baseado em um fato. O final do filme nos faz a pergunta: o que será verdadeiro na ficção? Ou ainda: pode a ficção ser verdadeira? Cabe a nós a resposta a essa pergunta.
Entrelinhas
Pra quem não sabe, As Aventuras de Pi foi baseado no livro homônimo do canadense Yann Martel. O que pouca gente sabe é que o livro é acusado de ter plagiado a história de outro livro: Max e Os Felinos, do brasileiro Moacyr Scliar.
O livro de Scliar se tratava de um judeu refugiado a caminho do Brasil, que no barco salva-vidas tinha que conviver com um jaguar.
Para minha surpresa, parece que Martel chegou a admitir que leu a sinopse de Max e Os Felinos e se inspirou diretamente nela para criar a sua história.
O brasileiro ficou sabendo disso e, no entanto, recusou-se a processar o outro, achando que era difícil e trabalhoso demais.
Martel passou a colocar nas edições posteriores do seu livro uma referencia logo na primeira página, dizendo que realmente se inspirou em Scliar, o que, cá entre nós, já deveria ter feito antes.
Outro clichê que quase que me desinteressou de assistir o filme: seu alto teor religioso. Inicialmente, achei que a história ia focar no poder milagroso de superação da fé, que faria com que o protagonista superasse a tudo e a todos. Na prática, sabemos que não é bem assim. Porém, ao término do filme, percebi que a importância da fé não é acreditar em um Deus, ou em vários deles, mas, sim, em acreditar em algo, acreditar em si mesmo, e na nossa capacidade de superação. E essa força, essa vontade, vem de nós mesmos. As Aventuras de Pi não é um filme sobre um náufrago em uma situação inusitada e seu salvamento quase mágico. É sim uma história sobre como enfrentar adversidades. Sobre como enxergar o melhor lado de uma situação potencialmente traumática e transformadora. É sobre como se transformar para não se deixar ser transformado em sua essência. Sempre existe mais de uma maneira para enxergar algo, e cabe a cada um encontrar a melhor.
Pi Patel é um garoto indiano que vive com sua família em um zoológico. Como os negócios não vão bem, seu pai resolve embarcar com a família e seus animais para iniciar vida nova no Canadá. Para isso terão que enfrentar uma viagem de navio que não acaba nada bem. Único sobrevivente do desastre, Pi terá que dividir o espaço no bote com uma hiena, uma zebra ferida, um orangotango e um tigre de bengala chamado Richard Parker. As escolhas que terá que fazer e as atitudes que terá que tomar para sobreviver podem transformar Pi e tudo em que ele acredita.
As Aventuras de Pi começa um tanto quanto devagar. Ele leva certo tempo para começar, passando um período enorme em explicações e conversas. Mas essa suposta lentidão inicial se mostra extremamente necessária para construir o personagem e nos fazer compreender o seu comportamento diante dos acontecimentos posteriores.
A trama muda totalmente de rumo quando Pi sobrevive ao trágico acidente. A partir desse momento, alguns podem pensar que o rumo do filme é tomado pela questão da vida ou morte do protagonista. Ledo engano. O rumo das aventuras é tomado por surpresas, estas ilustradas ainda mais pela tecnologia 3D muitíssimo bem utilizada. Com surpresas, sustos e uma bela combinação, imagens espetaculares são lançadas aos olhos do público.
O belo uso do 3D cria o que faltava para nos sentirmos imersos na solidão do personagem em alto-mar. O mar infinto, que, inúmeras vezes, se confunde com céu, é de uma beleza ímpar. Mas o que ele tem de belo, tem de assustador. Acho que mais que medo, o mar nos inspira respeito. Como o filme fez questão de mostrar, somos muito pequenos diante de toda a sua vastidão e poder.
Como se tudo isso não bastasse, ainda temos um tigre recriado digitalmente que beira a perfeição, tornando difícil a tarefa de distinguir muitas das tomadas onde o animal real foi usado e onde o dublê digital assumiu a cena.
Visual, emocional e espiritual são unidos de forma grandiosa, tratando das micro e macro visões da vida, constantemente fundidas, formando paradoxos infinitos, nos quais o um é o todo e o todo é um. Impossível não se sentir parte do universo de Pi.
Mesmo com todos esse aspectos citados, o ponto principal da história, e que mais mexe com o espectador, é a relação entre Pi e o tigre. Richard Park passa de uma simples besta feroz para um companheiro de viagem não só do jovem Pi, mas de todos nós. A relação, que envolve respeito, medo e companheirismo, não para de evoluir e é difícil imaginar como ela vai acabar. A despedida dói no espectador.
Um ponto que deve ser citado é que, apesar do tempo encurtado de exposição não permitir que sinta-se pena pelos outros animais náufragos, gradativamente devorados por Richard Parker, acho que isso leva o filme a não ser indicado para crianças muito pequenas, que podem não suportar a primeira parte do filme.
Infelizmente, o final me pareceu simplista demais em comparação ao que eu esperava.
Como diz o famoso ditado. “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Às vezes, contos são narrados de tal maneira que viram fantasias. Tudo, porém, baseado em um fato. O final do filme nos faz a pergunta: o que será verdadeiro na ficção? Ou ainda: pode a ficção ser verdadeira? Cabe a nós a resposta a essa pergunta.
Entrelinhas
Pra quem não sabe, As Aventuras de Pi foi baseado no livro homônimo do canadense Yann Martel. O que pouca gente sabe é que o livro é acusado de ter plagiado a história de outro livro: Max e Os Felinos, do brasileiro Moacyr Scliar.
O livro de Scliar se tratava de um judeu refugiado a caminho do Brasil, que no barco salva-vidas tinha que conviver com um jaguar.
Para minha surpresa, parece que Martel chegou a admitir que leu a sinopse de Max e Os Felinos e se inspirou diretamente nela para criar a sua história.
O brasileiro ficou sabendo disso e, no entanto, recusou-se a processar o outro, achando que era difícil e trabalhoso demais.
Martel passou a colocar nas edições posteriores do seu livro uma referencia logo na primeira página, dizendo que realmente se inspirou em Scliar, o que, cá entre nós, já deveria ter feito antes.
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